Acho a natureza tão linda, só por isso vale, merece viver!
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Da minha janela
Acho a natureza tão linda, só por isso vale, merece viver!
terça-feira, 6 de outubro de 2009
recomeço...
Estamos no Outono…
Acabou-se o Verão e estamos de volta.
Também no Outono das nossas vidas - todos nós só o sentimos olhando para o calendário – vamos continuar a aprender e aproveitar tudo à nossa volta como se estivéssemos a entrar na Primavera…
Relativamente ao êxito do ano anterior, certamente faltariam no meu vocabulário adjectivos para qualificar o Professor Faria, a Drª Cláudia, desculpe, Cláudia e mais os que não conheço que tornaram possível que o avanço dos tempos não nos passasse ao lado.
A todos, bem hajam.
Inês
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
férias!!!!
E assim se celebrou o fim da actividade informática Sénior! Fim não, todos queremos voltar!
E até prometemos trazer outros...
Balanço? Positivo sem dúvida. A aquisição de outros conhecimentos, a partilha de experiências, um crer que se é capaz, a alegria mesmo na dificuldade!
A idade é uma passagem, uma descoberta, um privilégio. Há que assumi-la com sabedoria!
terça-feira, 7 de julho de 2009
memórias à beira de um comboio
quarta-feira, 1 de julho de 2009
sardinhas
quinta-feira, 25 de junho de 2009
O NOSSO PORTUGAL
Hoje, aposentada, permaneço mais tempo no Sobral e, como tal, arranjei amigos inesquecíveis, pela simpatia e companhia que diariamente me dedicam. Um muito obrigada.
Mas, no meio deste percurso, conheci um alentejano, com quem casei e, que me deu a conhecer a terra onde nasceu, pela qual me apaixonei. Já a visito há 37 anos. Castelo de Vide, conhecida, pela, Sintra do Alentejo, paisagens espectaculares, sempre descubro uma nova, a gastronomia, nem se fala (aquelas migas com entrecosto, o sarapatel, a alhada de cação, etc.), aconselho vivamente uma visita.
Fernanda Sanguinho (Biblioteca)
quinta-feira, 18 de junho de 2009
estar atenta...
A buganvília é uma trepadeira famosa pelas diversas cores que possui e pela perfeição das suas folhas que parecem papel pintado. Originária das florestas tropicais da Amazónia no Brasil, foi descoberta pelo botânico (Francês) Philibert Commerson quando fez uma expedição ao Brasil por volta de 1760, este deu-lhe o nome de buganvília em homenagem ao seu companheiro de viagem Louis-Antoine de Bougainville. Foi trazida para a Europa onde se tornou famosa por ser uma planta exótica e de grande beleza
Esta trepadeira é conhecida por outros nomes: Três-Marias, flor de papel. É uma planta que gosta de solos ricos e deve ser adubada umas três vezes por ano. A luz é muito importante, pois gosta de apanhar sol algumas horas diárias na primavera e no verão para poder florir. A rega é semanal e moderada. No inverno perde as folhas brácteas ou modificadas e ficam apenas as folhas persistentes os troncos protegidos por fortes espinhos, ramificam todos os anos novos rebentos.
Renascerá na primavera com as folhas brácteas ou modificadas coloridas para atrair insectos, as belas e coloridas flores da buganvília não são exactamente as flores da planta são folhas modificadas que envolvem as verdadeiras e insignificantes florinhas de cor creme, que são compostas por três folhas de coloração viva e variada e com dimensões muito menores que as folhas comuns.
É a minha flor preferida tenho esta já há alguns anos está enleada no gradeamento da minha varanda enriquecendo a arquitectura da minha casa é uma planta agradável que atrai a atenção de qualquer pessoa. A minha varanda é um jardim florido que se mantém todo o verão, está repleta de flores parece uma pintura e é de facto uma maravilha da natureza.
Mariana (Sobral-Biblioteca)
terça-feira, 26 de maio de 2009
talentos...
A Maria da Luz descobriu mais um. As tintas, os pincéis, a tela.
Do desejo ao Workshop foi um saltinho. Esta é uma, a primeira das suas obras!
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Nesta fase da minha vida …
O que outrora fazia com facilidade e sem saudosismo (ir e regressar), hoje é com um certo peso emocional que o faço, quiçá, pela disponibilidade que possuo não tendo já de pensar em programar e executar tarefas, que teria de reiniciar, após o regresso de férias. O tempo urgia rápido e não havia espaço para saudosismos.
Agora é tudo mais calmo e, com certeza, tenho oportunidade de relembrar e saborear de forma diferente.
Regressei da tal origem onde passei a Páscoa, dentro dos rituais próprios do Norte do país, com a sua gastronomia e convívio com os amigos, os quais muito estimo.
Vivo há 35 anos em Sobral de Monte Agraço, local para onde vim leccionar com 23 anos de idade, deixando para trás Moimenta da Beira (meu concelho), Lamego, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva, Tabuaço…, etc., locais esses onde vivia com estreita convivência e sintonia no meu dia a dia, quer com as suas gentes, quer com a própria natureza, com a qual nunca consegui dissociar-me.
Sobral, passou então e continua a ser a minha segunda terra, por adopção profissional. Aqui, constituí a minha família e até consegui enraizar e ter comigo os meus pais durante vinte anos, familiarizando-me, igualmente, com os naturais da região, tendo muitos amigos, os quais mantenho desde a minha chegada.
Sinto-me acarinhada como na minha própria terra, pelo que para mim seria já muito difícil ausentar-me radicalmente daqui.
Estou já aposentada (sorte não ter sido apanhada pela nova lei), tendo desenvolvido toda a minha actividade profissional neste concelho. Alguns anos a leccionar e os últimos a coordenar o Ensino de Adultos. Penso ter desenvolvido o meu trabalho com humildade e com a noção de que com os anos se vai adquirindo perfeição, fi-lo sem pretensiosismo, com respeito pelas tarefas que tinha que desenvolver. Criei e dei amor aos meus alunos, para além dos conhecimentos que sempre foi minha preocupação transmitir-lhes.
Tenho consciência que o momento actual é difícil para alunos, professores e pais, encontrando-se todos eles num profundo pesadelo. Vale pena determo-nos, nesta não detecção.
Toda a criança nasce sem regras, como é óbvio e natural, os adultos é que têm de ter a tarefa e obrigação de lhas saber introduzir. A palavra não (hoje inexistente), vai ter de voltar ao vocabulário do quotidiano.
Margarida (Sobral - Biblioteca)
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Partilha de afecto!
Com a cumplicidade das meninas da Biblioteca da Camara do Sobral de Monte Agraço, fiz uma pequena surpresa ao meu marido, professor, e colegas de informática. No dia vinte sete de Abril o Manuel Luís fez 68 Primaveras. Cantou-se os parabéns tirou-se algumas fotos, foi um momento de boa disposição. Com a boa vontade de quem colaborou nesta surpresa o carinho e afecto de todos nós, fizemos deste dia um dia mais alegre. Pelo menos naquele momento ninguém se lembrou da crise que o mundo tanto fala. Espero que haja mais seguidores, precisamos é de dias felizes pois tristezas não pagam dividas!
Mariana (Sobral - Biblioteca)
quarta-feira, 22 de abril de 2009
uma caminhada longa!
Menina feliz, a mais velha. Depois, o mano e mana, esta com problemas de saúde.
Foi uma vida difícil, não para nós mas para os pais!
Os anos avançaram e a entrada para a escola do Sobral chegou. Não fui muito estudiosa. Fiz a primeira e a segunda classe sem grande dificuldade mas para a terceira e quarta tive que repetir. Com muito esforço e coragem consegui terminar a escola.
Cresci, e aos 15 anos apaixonei-me. Casei em 1964.
Em Junho de 1965 o meu marido partiu para a guerra em Angola. Foram dois anos de sobressalto mas felizmente ultrapassados em bem. Em Setembro de 1967, de novo em família!
1968 foi o recomeço em alegria com a chegada anunciada de bebé...radiantes, com vontade de ser pais, a rapariga apareceu em Fevereiro de 1969.
Em meados de 1970 o meu marido teve um convite para imigrar para Lyon, França. A ideia não me seduzia, não estava mesmo interessada, mas o marido “leva razão”. Seis meses após ter ido primeiramente sozinho, veio-nos buscar, tinha então a minha filha dois anos. Arranjámos passaportes, fizemos as malas e lá fomos os três para França.
Nunca tinha abandonado a família, a terra, nunca tinha andado de comboio, não falava uma palavra de Francês!
Digo-vos que se fosse refazer a mesma vida, faria com imenso prazer!
Abandonar pais, terra e família, andar 48h de comboio e entrar num mundo completamente desconhecido, chegar a Lyon com 40 centímetros de neve, nunca tinha visto neve, não me meteu medo. Fiquei lá trinta e quatro anos!
Sou portuguesa mas também um pouco francesa. Lá permanecem 3 filhos e uma netinha.
Lá estão as raízes da família que criei!
Ana Maria (Sobral - Biblioteca)
sexta-feira, 17 de abril de 2009
A voz
Ontem foi o dia mundial da voz! Depois de ter ouvido a noticia deu-me para reflectir no grande valor que tem para todos. Boa ou má, é muito importante!
Algumas são muito irritantes , bruscas, secas, outras calmas, harmoniosas, doces... eu por mim prefiro as calmas e harmoniosas.
É a voz que transmite os nossos sentimentos, as nossas revoltas o nosso amor e dizer “SOU LIVRE”.
Viva as vozes feias ou bonitas, mas que digam sempre “Viva a liberdade”
Lisete (Sobral - Biblioteca)
terça-feira, 14 de abril de 2009
Também sou de Lisboa
Por volta dos meus vinte e poucos anos no dia um de Novembro saí da minha terra natal deixando para trás os meus pais, os meus dois irmãos e o contacto com a natureza que tanto gostava, mas atracção pele cidade foi maior!
Fui viver para o Dafundo, em Lisboa para casa de umas pessoas amigas. Em Novembro os dias são curtos e cinzentos. Fomos de automóvel e chegámos já de noite, não deu para conhecer bem o caminho. Como tudo era estranho para mim, todas as luzes que ia vendo, ia perguntando que sitio é aquele? E lá longe via uma iluminação muito bonita e disseram-me que ali era Cascais. No dia dois de Novembro levaram-me à Rua dos Anjos em Lisboa aonde ficava a escola onde eu ia tirar o meu curso de modista. A senhora que me acompanhou disse: “a partir de agora tens que te desenrascar, o Dafundo é muito longe eu não te posso vir cá buscar”.
Após o meu primeiro dia de trabalho começou o meu calvário. Tinha que voltar para casa e não sabia bem o caminho. Tinha de apanhar dois transportes e demorava uma hora e meia a chegar a casa. Lá fui perguntando, apanhei o primeiro autocarro na Almirante Reis fui até ao Terreiro do Paço. Depois apanhei um eléctrico para a Cruz Quebrada.
Lá ia andando sem saber por onde andava.. a certa altura comecei a ver as tais luzes de Cascais e foi através delas que me orientei até Algés. Depois dali sabia que era um pouco mais adiante; primeiro tinha que passar o Aquário Vasco da Gama, mais à frente do lado direito havia umas escadinhas e logo depois a paragem em que tinha que sair. Assim cheguei já de noite ao meu destino, não foi nada fácil em 1966 para uma moça da aldeia que nunca tinha saído debaixo das asas da mãe ver-se sozinha numa cidade tão grande como Lisboa. Mas posso dizer que foram os melhores tempos da minha vida, não só aprendi a minha profissão como percebi as diferenças que havia entre as pessoas da cidade e as da aldeia naquela época. Gosto muito de Lisboa mas gosto mais do campo.
“A vida na grande terra
Corrompe a humanidade
Entre a cidade a serra
Prefiro a serra à cidade”
António Aleixo
Mariana (Sobral - Biblioteca)
com tão pouco...tanto!
Recordo as nossas festas de Setembro dos anos 50.
Na quermesse saiu-me um pudim mandarim. E o que se lembrou a Lisete? Foi ter com a tia que fez o dito “pudinzinho”.
Juntou um grupo de amigos (ai uns15). Fomos pedir ao senhor Tavares que tinha uma pensão na nossa linda praça. Emprestou-nos sala e ai fizemos a festa.
Hoje é difícil conceber como um simples pudim serviu de pretexto para umas boas horas de saudável convívio...
O pudim chegou para todos, a sala encheu-se de vida e sorrisos.
Lisete (Sobral - Biblioteca)
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Piquenic - GenteGira
A entrega, a partilha, O MOMENTO!
Somos GenteGira!
Desta vez faltaram oito. Mas há sempre uma próxima. Seremos mais!
GenteGira (Sobral de Monte Agraço)
terça-feira, 31 de março de 2009
Manhãs de inverno gelado
Com cinquenta e três anos de vida muitas são as histórias que poderia contar, boas, muito boas, más e muito más, mas essas não quero lembrar.
Os meus pais eram agricultores viviam dentro de uma horta que cultivavam e nós filhas ali crescemos. Somos três irmãs, a mais velha tem dez anos a mais que eu e a outra irmã tem só vinte minutos de diferença de mim.
Criar gémeas naquela época era difícil . Os meus pais passaram de uma filha para três ambos já na casa dos quarenta. Não havia infantários, amas ou avós disponíveis fomos criadas partilhando os trabalhos do campo com ferramentas feitas em ponto mais pequeno pelo meu avô materno de quem eu tanto gostava; era a minha companhia quando eu estava doente muitas vezes. Já era muito velhote tinha muitas dores herdou da guerra de França quando por lá andou.
Voltando à minha pequena história, rondava os meus seis sete anos antes de ir para a escola tinha que enxotar os pardais dos girões dos nabos, nabiças e das alfaces naquelas manhãs de inverno cheias de gelo que até a minha respiração parecia sair fumo pela boca e pelo nariz e lá ia batendo com as tampas das panelas velhas enxotando a passarada.
Quando a minha mãe chamava para comer as sopas de café com leite, estava na hora de ir para a escola ela tinha as minhas botas em cima do estrume curtido do gado porque era quente no inverno. E lá ia eu pelos atalhos das hortas até chegar à escola que ficava a uns três quilómetros partindo o gelo das poças de água gelada que encontrava pelo caminho, para mais uma dor de barriga, a escola.
Hoje encontro-me a escrever no computador e pensando em tudo isto e muito mais pergunto como é possível.
Prometo voltar!
Mª da Luz (Sobral - Sapataria)
sexta-feira, 27 de março de 2009
Sensibilidades!
Agradeço a todos pelo belo dia que proporcionamos uns aos outros.
Um bom sorriso é o melhor meio de melhorar a nossa aparência.
PS. Este à parte é meu, o apelidado de "professor". Se isto é não saber "deitar para fora", que imensidão de sentires existe em si!!!
Lisete (Sobral-Biblioteca)
terça-feira, 24 de março de 2009
As estações do tempo da minha vida
No Outono nasci eu Idalina da Conceição, em Salvaterra de Magos (Ribatejo) na Rua Luís de Camões, aos vinte e sete de Setembro de mil novecentos e quarenta e quatro, mais ou menos pelas treze horas, onde vivi até aos meus nove anos de idade. Daqui saltei para Cadima (Coimbra) onde vivi cinco anos. Daqui saltei para Almada, onde vivi um ano; daqui saltei para a Parede (Cascais) onde vivi dois anos e meio, voltei para Salvaterra (mais propriamente para Marinhais (Raret) onde vivi seis anos; daqui saltei para Lisboa, melhor digo para Queluz onde vivi um ano, daqui de novo para Lisboa vivi no Arco Cego dois anos e finalmente saltei para aqui, Sobral de Monte Agraço onde já vivo há trinta e oito anos. Tantos saltos!
Tantos tempos, mas por agora só me vou referir ao primeiro tempo e este passou-se na Primavera-Verão.
Era eu uma criança e como todas as outras brincava na rua , ao botão, ao pião, às casinhas, às corridas e também ao esconde esconde dos touros. Dos touros me perguntam! Sim dos touros. pois naquele tempo se tresmalhavam e vinham com frequência parar à Vila (sempre ao domingo nas horas de descanso do campino)
Salvaterra é sitiada entre o Tejo e Campo, tinha muitas vacarias e celeiros que por isso era propicia a estes factos. A estes e outros que comigo se passaram. Destacar aqui, que como em todo o universo Português aos domingos o povo se passeava pelas suas terras e entretinham-se a comer pevides tremoços castanhas e ou sorvetes .
Em frente de minha casa havia um celeiro. Eu brincava ali às casinhas com a minha irmã, eis se não quando aparece um touro numa corrida louca que nem deu tempo de fugirmos. Parou de repente bafejou os nossos corpos e partiu-nos os brinquedos. Fiquei contente pois tinha um potinho de barro com objectos dentro que doutra forma não os conseguia, pois se fosse eu a partir minha mãe não ia gostar! O touro não nos fez mal e nesse dia ficou por isso mesmo.(ah! esqueci me de dizer que era hábito o campino vir a Vila avisar montado num cavalo quando dava por falta do touro na manada). Quase sempre o touro chegava primeiro!
Outro dia andava o povo no seu passeio domingueiro, quando aparece outra vez o tal bichinho, que encarou com a mulher das castanhas. Nós criançada, enquanto os homens defendiam a mulher enfrentando o touro, apanhamos sem medo as castanhas e foi cada um para sua casas comer a colheita, e neste dia também ficou por isso. Pois é mas nem sempre acaba bem estes encontros. Outro dia andava eu a brincar numa rua transversal à minha, quando ouvi um cavalgar e pensei ! Há touro! Então corri em direcção a casa quando sou surpreendida com um ciclista com o qual me embrulhei e lhe parti a bicicleta. Fomos os dois parar ao hospital, ele com a cabeça partida e eu com os raios espetados em mim, ainda hoje tenho essas cicatrizes.
E pronto meus amigos, muito mais havia para contar, mas fica para outros tempos.
sexta-feira, 20 de março de 2009
saber viver...
Éramos cinco, quatro rapazes e uma rapariga, a mais nova!
Seríamos o que na altura chamavam, uma família “remediada”, nem ricos nem pobres.
Que dos mais velhos as roupas passassem para os mais novos, era uma manobra “normal”.
Acontece que tínhamos uns primos mais velhos e com um estatuto de “desafogados”. Muita coisa deixava de ser usada, em bom estado, aí havia que lhes dar bom uso!
Foi nessa altura, aluno do liceu, que descobri o quanto o nosso corpo é maleável!
Um casaco apetecível já moldado à fisionomia de um corpo maior ou menor, não era impedimento. Uns dias os meus braços encolhiam, outros esticavam, os ombros tornavam-se espadaúdos, outros...franzinos!
Nas camisas de fino corte não havia manga comprida que nos impedisse de usar. Para isso havia uns elásticos estrategicamente colocados nos braços impedindo que as mãos desaparecessem nos punhos.
Os sapatos eram antecipadamente calçados de algodão para que os espaços não fossem vazios, os pés se sentissem envolvidos.
Este poder de improvisação deu-nos recursos e capacidade de fazermos face às contrariedades ao longo da vida!
As meias, esse era o problema!
Havia sapatos que se alimentavam de meias e, dados alguns passos lá desapareciam as ditas, engolidas sofregamente, expondo em nudez os calcanhares. Isso era a única coisa que me aborrecia...
Um dia, estudando o “fenómeno” entendi descobrir a solução!
Munido de uma tesoura, cortei os bicos das meia e, aí sim, cresceu bastante cano na perna...
Não sei se por isso ou pela proximidade dos meus dedos nus no interior do sapato, nunca mais tive os tornozelos à mostra.
Quem não achou piada foi a minha mãe, ao ver as meias naquele estado! Expliquei-lhe e ela, de olhos abertos, incrédula, ouviu-me pacientemente.
No seu rosto vi-lhe um brilhozinho misto de gozo e reprovação.
Disse-me, está bem, mas vê se não usas essas meias um dia que tenhas ginástica, que tenhas de te descalçar... pode ser que fiques surpreendido com os comentários!!!
Ps. Nunca deixei de fazer algo que me interessasse verdadeiramente, integrei-me salutarmente em grupos, apesar da "roupagem"!
AF (Sobral - Biblioteca - Espaço Net - Sapataria)
quinta-feira, 19 de março de 2009
Mudar é sempre bom
Foram catorze anos, acompanhados e acompanhar um casal amigo. Ele era caçador. Fora de época, ou quando ela se aproximava, fazia visitas a conhecidos da zona saloia para saber como ia a bicharada.. Era um fanático da caça. Assim conheci nos passeios de fim de semana a zona Saloia , e em Pêro Negro a Adega o Pardal. Antes de sairmos telefonávamos para encomendar o almoço, regra geral era o fiel amigo, cozido ou assado acompanhado com aquelas couves sem químicos, batata ,azeite, pão e vinho faziam o repasto Saloio.
Aproveitava-se para passear a pé pelo campo com os miúdos. Comprávamos também a carne no talho de Pêro Negro (que ainda existe) para levar para casa.
Nestas e noutras andanças, assim conheci em redor do ponto de partida , Amadora, um perímetro de 50Km.
Feita a minha “Vida” profissional (44 anos), pensámos que bastava de Amadora. A proximidade com Lisboa a facilidade de estar a dois passos de tudo quanto é comércio e facilitismo, não nos demoveu da mudança. Bastava de barulho, poluição e tudo quanto uma cidade com as características da Amadora nos trás.
Num anúncio de jornal tivemos conhecimento deste bocado de paraíso onde resido à quatro anos. Foi amor à primeira vista. Verde, muito verde, ar leve, barulho? Cadé Ele? Numa aldeia como tantas outras, onde quase todos são familiares.
Quando recebo visitas de amigos ficam incrédulos. Como é que uma citadina vem morar para um sitio destes? Mas lá vão dizendo - com este silêncio também eu não saía daqui. Quando os convido vêem grupos de seis a dez , chegam próximo da hora de almoço como combinado e partem tardíssimo; os mais atrevidos dizem que combinaram a de chegada mas não a hora da partida,.Gostam do lugar.
A quietude do lugar, o cheiro da terra, as cigarras, os grilos, os pássaros. Vê-los e ouvi-los é um prazer. Até os pirilampos parecem fazer danças mudando-se constantemente de sitio . São às dezenas. autêntico festival de luz.
Manuela (Sobral-espaço Net)
terça-feira, 17 de março de 2009
noutros mundos...
Ora isto é mais um relato dos muitos episódios passados na minha vida por esse Mundo.
No Mundo Árabe o Domingo é à sexta feira.
Como não fazia nada nesse dia, como sempre fazia, vestia o fato domingueiro e passeava a pé ao longo da Avenida. Chegado ao fim, deparei-me com um sinaleiro em cima de um palanque a comandar o trânsito.
Parando à esquina observando a cena, permaneci algum tempo até que me apareceu o que não me devia aparecer: uma mulher com um filho ao colo e mais quatro, todos eles entre os cinco e seis anos. A mulher dirigiu-se a mim pedindo esmola, muito mal vestida e os miúdos na mesma.
Olhei para aquele quadro que me fez confusão; na minha algibeira do lado direito do casaco tinha alguns Dinar, moeda da Jordânia. Dei uma moeda à senhora e os filhos pediram-me também. Dei a três filhos e ao quarto, como não tinha mais dinheiro trocado, resolvi dar uma nota. Deitei a mão ao bolso interior mas não cheguei a dar.
O sinaleiro apercebera-se e saltou do palanque e correu a mulher à pedra. Todos fugiram a bom ritmo. Por fim dirigiu-se ao local de trabalho mas antes de subir veio ter comigo. Perguntou-me se falava Inglês ou Árabe, e eu, só Português, ele não percebeu nada!
Depois insistiu em Árabe que era proibido dar esmolas, percebi eu, e que a mulher era uma prostituta. Pediu-me o passaporte, mostrei que estava legal, insistia que era proibido.
Senti medo!
Incomodado, resolvi vir para casa.
Era mais um episódio dos muitos na minha passagem pelas “Arábias”!
António Assunção (Sobral - Biblioteca)
segunda-feira, 16 de março de 2009
Um homem de sete ofícios!
Quando terminei a quarta classe na antiga escola primária do Sobral, fui trabalhar como agricultor nas propriedades de meu pai.
Ainda miúdo, talvez com doze anos, aprendi música, toquei na Banda dos Bombeiros Voluntários do Sobral e na Banda do Ateneu Artístico de Vila Franca de Xira durante 15 anos.
Após ter cumprido o serviço militar, tirei um curso de instrutor de automóveis e logo a seguir tive a oportunidade de ir trabalhar para os CTT como carteiro. Dividia-me por estes dois empregos. Tanto como num como noutro palmilhei muitos caminhos e velhas estradas, tive alguns acidentes e vi a morte ao virar da esquina.
Como carteiro aconteceram-me várias situações, algumas interessantes outras nem tanto. Fui mordido por cães que não gostavam de mim nem da minha mota, apanhei invernos rigorosos, enfrentei tempestades de água sempre na minha velha e fiel mota que não dava mais que 20km/h. Foram tempos difíceis mas que me dão gozo recordar, histórias bonitas, cumplicidades, segredo de namorados, paixões proibidas que só eu sabia e tinha que guardar segredo porque era essa a missão do carteiro, trazer e levar mensagens.
Tentei também ser condutor de tractores mas as coisas aí correram-me mal. Tive dois acidentes. Num deles caí com o tractor carregado de uva numa ribanceira de 10 metros, estraguei a uva toda e fui parar ao Hospital. Nessa altura disseram-me que não tinha nada de grave. Hoje, estou convencido que minha coluna se recente desse episódio.
Actualmente sou vendedor de fruta e de produtos agrícolas, gosto bastante do que faço pois voltei a andar pelas aldeias e ao convívio com muita gente.
Onde não estou a 100% é com estas novas tecnologias apesar de gostar bastante das aulas semanais de informática. Sei que aos 67 anos não vou conseguir emprego nesta área, com muita pena minha. Tudo o que aprendi ao longo destes meses devo o mérito do professor e à sua persistência perante esta gente menos jovem, mas gira!
Manuel Luís (Sobral - Biblioteca)
sexta-feira, 13 de março de 2009
Passagem por esta vida!
Mas, uma coisa é certa: não existe nada, que se compare ao amor de mãe, à felicidade que os filhos nos dão, é como uma parte de nós , vivesse fora do nosso corpo.
Ser avó é um presente de Deus, para nos adoçar a velhice, para nos fazer esquecer as limitações que vêm com a idade e, por vezes mais cedo do que esperávamos.
Peço a Deus que me dê o tempo de vida necessário para isto, e para poder sorrir e pensar que valeu a pena a «Passagem por esta vida».
E, foi a pensar neles que decidi frequentar aulas de informática, só possíveis pela gentileza da Câmara Municipal na cedência de um espaço para tal e, pela generosidade do professor Afonso Faria.
As crianças cedo começam a dominar as novas tecnologias e, se os avós não puderem acompanhar, eles pensarão «como conseguem eles viver sem a Internet»?
Por tudo isto é bom ser avó.
Fernanda (Sobral-Biblioteca)
quinta-feira, 12 de março de 2009
percursos...
Fui a primeira de três filhos que os meus pais tiveram.
Aos sete anos fui para a escola primária da Buligueira, uma aldeia aproximadamente a 5km da minha. Fazia o percurso de ida e volta a pé, todos os dias, Inverno ou Verão.
Completada a instrução primária, fui trabalhar com os meus pais para a agricultura.
Aos quinze comecei a trabalhar num armazém de frutas, colhendo nos pomares, escolhendo e embalando em pequenas caixas.
Já tinha dezassete anos quando vim para o Sobral para casa de uns tios- avós.
Pouco tempo tinha passado, arranjei emprego num pequeno escritório, permanecendo aí dezoito anos.
Regressei aos bancos da escola e tirei o 6º ano. Tinha então dezanove anos e dois anos depois tirei carta de condução.
Já com 36 anos aceitei um desafio e fui trabalhar para o Monte Agraço Futebol Clube. Foram diversas as minhas funções. A que mais me agradou foi a que me permitiu trabalhar com as crianças que frequentavam a ginástica infantil. Ainda hoje recordo com saudade esses momentos.
Estive ligada ao Clube seis anos e até da direcção fiz parte. Hoje sou empregada do comércio no Sobral.
Gosto do meu trabalho pois falar com as pessoas e conviver com as mesmas é muito gratificante. Com os mais idosos, com suas experiências aprendo muito.
Dos meus tempos livres reservo uma parte para voluntariado na Santa Casa da Misericórdia do Sobral. Gosto desta actividade e também nela me realizo
No ano passado comecei a ter aulas de informática na Biblioteca Municipal do Sobral de Monte Agraço. Esta actividade ajuda-nos a descobrir os caminhos para as novas tecnologias.
Gosto muito!
Palmira (Sobral – Espaço Net)
quarta-feira, 11 de março de 2009
caminhos e até marítimos...
Sou o João Francisco Santos, natural de S. Quintino, Concelho de Sobral M. Agraço, onde resido. Tenho 65 anos, sou casado há cerca de 40 anos e pai de três filhos adultos dos quais tenho tenho três netos, só rapazes.
A minha infância, atendendo à época 1944/56 não foi das piores. Era um puto irrequieto, tinha três irmãos e fazíamos muitas traquinice. No entanto como mais velho tinha que ajudar os meus pais que eram padeiros. Fiz o exame de admissão aos 11 anos, e fui para o Ciclo Preparatório na escola Eugénio dos Santos em Lisboa na zona de Alvalade e quando terminei ingressei na Escola Industrial Machado de Castro, só fiz o 4º ano.
Voltei para a minha terra e fui estudar para a Escola Industrial e Comercial de Torres Vedras, não terminei, só mais tarde quando já casado e a trabalhar por turnos fiz o 12º ano.
Quando começa a Guerra Colonial eu estou à beira do serviço militar. Ingressei na Escola de Marinha - Caxias- no curso de máquinas.
Regime interno, muita disciplina e foram 10 meses de curso mas com aproveitamento, obtive a cédula marítima de maquinista que dava acesso a embarcar. Inscrevi-me na Capitania do Porto de Lisboa. Embarquei, fiz o meu baptismo de mar em Setembro/1964, ( em plenas Festas de Verão)
dei-me mal, perdi alguns quilos, (enjoava). Fragilizado tive um pequeno acidente, e assim desembarquei.
Mais tarde voltei nova mente às viagens no Timor em Novembro/1964. Conheci alguns Países, pelo Oriente - Singapura, Timor, Hong-Kong, Macau e outros territórios como Guiné, Cabo-Verde, Angola,Madeira, Canárias. Pelo meio muitas historias, muitos medos e muitas saudades. Desembarquei em Novembro/65, tinha o Serviço Militar por cumprir. Em Janeiro/1966 fui cumprir o Serviço Militar para Vila Franca Xira na Marinha de Guerra durante 18 meses.
Terminado este período da minha vida, começo a trabalhar, primeiro na G I L - Arruda Vinhos, mais tarde na Central do Carregado - E D P, onde trabalhei durante 32 anos em turnos ,desempenhando várias funções; a minha última função era Assistente de Condução de Centrais Térmicas.
Devido à reestruturação da Empresa fui convidado para a Pré-Reforma. Aos 60 anos reformei-me.
Durante estes anos pertenci a vários orgãos associativos, como o Clube de Futebol M.A.F.C., e faço parte de um Grupo "Botas às Costas" onde só são homens que durante alguns dias nos organizamos para um passeio, tanto no nosso País como no Estrangeiro.
João Francisco (Sobral - Espaço Net)
terça-feira, 10 de março de 2009
As melhores portas são as que estão sempre abertas…
Em Setembro de 2006, num passeio pedestre organizado pela Câmara Municipal, descobri esta “Relíquia”.
Gostaria de lá voltar, mas não faço a mínima ideia onde fica. Calculo que seja para os lados da Igreja de Santo Quintino. Será que alguém pode dar uma ajuda?
Tenho alguma curiosidade em saber se passados estes anos ainda resiste.
Há muita história neste concelho! Que tal fazermos uma galeria de fotos?
Inês (Sobral-espaço Net)
segunda-feira, 9 de março de 2009
Um homem das Arábias!
Começo por dizer que nasci em lisboa, Alcantara em 1934!
Vi o início da construção do viaduto Duarte Pacheco, ainda me lembro de ver os arcos em cofragem, em madeiras.
A ribeira de Alcântara, conhecido como caneiro de Alcantara, corria a céu aberto entre muros de pedra seca, talvez com uma largura de três metros. Ao encanarem e cobrirem de betão deu lugar à actual avenida de Ceuta.
Lembro-me da inauguração do viaduto.Tinha uns dez anos. Nesse dia o então Presidente da República, Marechal Carmona andou a pé sobre ele.
Aos treze anos fui trabalhar para o Largo do Calvário como aprendiz de mecânico de automóveis. Ganhava-se pouco. Mantive-me aí até aos 18 anos.
Mais tarde, nas horas vagas consegui ganhar uns escudos extra trabalhando no ministério dos negócios estrangeiros, no Palácio das Necessidades, como mecânico.
Deixei o esse emprego em busca de melhor e comecei a trabalhar como mecânico de geradores na zona do conde barão. Um pouco melhor financeiramente!
A minha inquietação levou-me até Bragança. Estavamos na era do volframio e durante cerca de ano e meio permaneci “enterrado vivo” nas minas da Ribeira. Descíamos o sol ainda não aparecera por completo e mergulhava a uma profundidade de 120 metros regressando quando o sol já se tinha posto.
A luz era mortiça vinda dos gasómetros alimentados de carbonete.
Regressei ao Conde Barão e aí me mantive até 1974.
A proximidade do Tejo, as partidas e chegadas, a instabilidade do país despertaram-me o desejo de aventura.
Rumei aos países árabes. Arábia Saudita, Egipto, Jordania e outros mais.
Trabalhei no deserto, comi as areias secas.
Foi uma aventura! Sem falar qualquer língua que não a minha, valeu-me a mímica e o eterno desenrascanso de português.
Histórias desses tempos foram muitas! Um dia conto.
Muitas vezes, com o deserto a meus pés, olhando um infinito árido recordava a família, o país, a minha filha que deixara criança de sete anos.
Pelo menos uma vez por ano vinha a Portugal. Foram dez anos!
Quando regressei fui trabalhar como mecânico de máquinas agrícolas para a Quinta de S. João, onde me reformei.
Já tinha ligações ao Sobral, casa em Martim Afonso, onde vivo ainda hoje.
António Assunção (Sobral-Biblioteca)
sexta-feira, 6 de março de 2009
sonhos...doces!
Hoje olho os meus netos e vejo a diferença das nossas gerações!
- Quando eu apanhava malhas em meias e carregava no pedal viajava por vários paises !
- Graças a Deus eles hoje viajam!Certamente que é melhor,