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terça-feira, 29 de maio de 2012

MONTE AGRAÇO FUTEBOL CLUBE


O Monte Agraço foi fundado em 1916 e reorganizado em 1921. Tem a sua sede na vila de Sobral, onde também se situa o campo de jogos, para a actividade de futebol, e o seu pavilhão gimnodesportivo, concebido para nele se praticarem todas as actividades desportivas possíveis em recinto coberto.

Teve o seu primeiro campo de futebol no denominado Campo da Feira, local onde hoje está instalado o edifício que alberga as Juntas de Freguesia de Sobral e S. Quintino.
Ao longo da sua história, a actividade desportiva predominante tem sido o futebol, mas, nalgumas ocasiões, praticou ciclismo, tendo atingido a sua maior notoriedade, nos anos 40 do século passado, com um seu ciclista, o sobralense Diamantino Marques, que venceu a volta ao Ribatejo, na qual enfrentou, e bateu, os campeoníssimos da época José Maria Nicolau, representado o Benfica e Alfredo Trindade, do Sporting.
Dispôs de equipas de atletismo e, nos anos 70 do século passado, tentou praticar Rugby, mas tal não teve continuidade.
Após a inauguração do pavilhão em 1991, passou a ter as classes de ginástica de manutenção e ginástica desportiva, e dispôs de uma secção de ginástica artística feminina, composta por meninas dos 13 aos 18 anos, que realizou saraus de Viana do Castelo a Elvas, Alcochete, Anadia, ou Estremoz.


Desenvolveu a prática de Taekondoo, tendo até recebido no seu pavilhão as grandes equipas ibéricas da época: aqui se disputaram os respectivos campeonatos, em 2 anos consecutivos. Praticou também Voleibol, tendo competido durante alguns anos sob a jurisdição do INATEL. Durante muitos anos colaborou com a Comissão de Festas, na organização de eventos desportivos a realizar durante as anuais festas de Setembro, sobressaindo a organização do circuito ciclista do Sobral, muito do agrado do povo Sobralense, bem com torneios de Tiro aos Pratos, Ralis, Gincanas de automóveis, gincanas de motos e de bicicletas.


Mas foi sempre o futebol a sua principal prática desportiva. O Monte Agraço pratica futebol oficial, organizado pela Associação de Futebol de Lisboa, desde o ano de 1964.Presentemente, oferece aos seus associados e simpatizantes, e aos Sobralenses em geral, futebol para todas as idades. Estão a competir oficialmente nos torneios inter-camarários dos concelhos de T.Vedras, Lourinhã, Alenquer, Cadaval, Mafra e Sobral do Monte Agraço as seguintes categorias: Petizes, para praticantes dos 5 aos 7 anos; Traquinas, para praticantes dos 8 e 9 anos; Escolinhas e Escolas, dos 10 e 11 anos; Infantis de 7, para praticantes de 11 e 12 anos.

O futebol de 11 pratica-se nas seguintes categorias: Infantis, para praticantes de 11 e 12 anos, no campeonato Distrital do distrito de Lisboa; Iniciados, para praticantes de 13 e 14 anos, competindo no Campeonato Distrital do distrito de Lisboa; Juvenis, para praticantes de 15 e 16 anos, competindo no Campeonato Distrital do distrito de Lisboa; Juniores, para praticantes de 17 e 18 anos, competindo no Campeonato Distrital do distrito de Lisboa. Seniores, para maiores de 18 anos, competindo no Campeonato Distrital do distrito de Lisboa. Veteranos, para todos os praticantes seniores, com idades acima dos 35 anos, competindo com equipas congéneres, quer em idades quer em vontades de participação, mas sem qualquer tutela organizativa superior.
 
Temos ainda futebol feminino, na categoria de futsal, ou seja futebol de 5, praticado em pavilhão, e disputado por raparigas de todas as idades, maiores de 17 anos, estando a equipa a competir no Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Lisboa.

Pela discrição, verifica-se que todas as pessoas que se sintam com condições para praticar futebol, o podem fazer sob a bandeira do Monte Agraço.

Pelos seus quadros dirigentes passaram alguns dos principais vultos do orgulho sobralense, como Armindo Dinis, António Lopes, Joaquim Biencard Cruz, a cujo entusiasmo muito se deve o actual campo de futebol, Carlos Ribeiro, ou José Santos, ainda hoje reconhecido como o mais carismático e importante dirigente/carola de que oSobraldispôs.

Cada vez é mais difícil encontrar gente disposta a dirigir o Monte Agraço, assim como outras organizações da nossa Terra. É mais fácil sentarmo-nos no sofá e usufruir do comodismo que as novas tecnologias nos concedem. que alertar todos os que podem contribuir para uma melhor convivência humana. Se nada fizermos… um dia levantamo-nos do sofá, olharemos à nossa volta e encontraremos apenas deserto.

João Ferreira da Silva Coelho

domingo, 27 de maio de 2012

Rosa...adolescente


No dia em que fiz 15 anos recebi a melhor prenda de sempre, o nascimento da minha irmã mais nova, a “minha Princesa”.
Tinha cerca de 16 quando certo dia apareceu lá em casa um Sr. muito simpático, cerca de 40 e poucos anos, seu nome, Afonso. Era amigo do meu pai, colega de tropa. Há muito que não se encontravam. Conversa em dia, ficou marcado novo encontro desta vez numa caçada na zona.

O dia chegou e lá apareceram, o Sr. Afonso e esposa, D. Ilda, alguns amigos e o seu único filho, João, 18 anos, simpático, esbelto, muito bem parecido.
Passaram-se os dias mas eu nunca mais esqueci aquele jovem, já na altura militar da Força Aérea.
Sempre que pensava nele, o meu coração batia mais...
Algum tempo se passou sem nos vermos. Não havia telemóveis, e poucas pessoas tinham telefone.
Chegou a primeira carta. Foi amor, realmente amor à primeira vista, dura há 46 anos!

A guerra colonial era uma realidade. Mobilizado para a Guiné, o João esteve ausente cerca de dois anos.
As cartas, as chamadas “cartas de avião” e os famosos aerogramas, duas ou três vezes por semana levando e trazendo juras de amor eterno, próprio de dois jovens apaixonados. Os aerogramas, eram muito usados porque eram um Serviço Postal Militar, não se pagava nada. Azul do sentido "Metrópole-Ultramar", amarelo "Ultramar-Metrópole" . Uma folha que estrategicamente dobrada se convertia em envelope e carta em simultâneo. 

Naquela época não havia distribuição de correio porta a porta. Tínhamos que nos deslocar a uma mercearia próxima para entregar e levantar o correio.
Quatro anos de namoro passaram-se. Casámos, eu com 21 e ele com 23 anos.
Deixei a Arruda e vim morar para Perna de Pau, terra do João e família, freguesia de Sapataria no Concelho de Sobral de Monte Agraço, decorria o ano de 1970.

Rosa Santos

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O Sono

Celebra-se em 2012 o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Por isso, mas não só por isso, vou publicar neste espaço, regularmente, espero que semanalmente, um artigo sobre a problemática do envelhecimento. Não serão, no essencial, textos da minha autoria, mas antes transcrições, resumos e adaptações de artigos de outras publicações, que serão claramente identificadas. Seguirei também o “Manual de Envelhecimento Activo”, da Lidel- Edições Técnicas, Ldª. (que referirei como MEA-Lidel). Não mencionarei, em princípio, nem os nomes dos autores dos artigos, nem a bibliografia citada ou utilizada. Sempre que tenha encontrado as minhas “fontes” na net, escrevê-lo-ei com as palavras “ver net”. Convido o leitor a seguir-me nesta busca e divulgação de temas ligados ao envelhecimento: o Blogue é nosso, logo seu. Escreva para sobral.senior@gmail.com, ou faça um “comentário” no próprio Blogue.
José Auzendo

Texto 6
O sono

Conhece a experiência do ovo saltitão? Se não conhece, também não é aqui que vai ficar a conhecê-la. Mas olhe que é bem interessante. Sim…que isto de pôr um ovo cru, acabado de sair do…dito da galinha, a saltar como se fosse uma bola de râguebi (leia réiguebi), até parece mentira do 1º de Abril…Mas não é. Se não me esquecer eu digo adiante.

Lembrei-me do ovo saltitão porque estou a transformar estes textos numa espécie de salta-pocinhas…Conhece o significado desta expressão? Olhe que não é o que parece. Mas, de salto em salto, vamos hoje aterrar nos domínios do sono, seguindo o livrinho O sono, também da Lidel, de Ângelo Soares – ver http://www.ginasio-de-memoria.com/. Ainda havemos de chegar, se lá chegarmos, aos sonhos, aos pesadelos e aos sonhos cor-de-rosa …E por que não aos sonhos cor de alfazema? Responda quem souber…

A falta de sono e a persistência de noites sucessivas sem um sono reparador conduzem a situações clínicas potencialmente graves. Poucas horas na cama, ou horas e horas na cama mas às voltas sem um sono profundo e tranquilo, fazem com que se acorde mais cansado do que quando nos deitámos. Se uma noite sem um bom sono não tem significado, já a continuação daquelas situações é desagradável, reflecte-se na vida diária, e acaba por provocar problemas de saúde.

Estudos recentes confirmam que é mais fácil recordar e evocar um tema ou assunto, aprendido na véspera, depois de uma noite bem dormida, do que em privação de sono. Significa isto que os diferentes passos necessários a uma boa memória exigem um sono reparador. Só assim poderemos mostrar, em pleno, todas as nossas qualidades. Além do mais, uma noite bem dormida tem efeitos benéficos para o coração e para todo o sistema vascular, proporcionando-lhes o repouso de que precisam.

Com a idade, as pessoas começam a ter um sono superficial, diurno e nocturno, do tipo sonolência, havendo uma acentuada redução das fases de sono profundo, do que resulta a fadiga física e mental progressiva, de que frequentemente nos queixamos. Para se usufruir de um sono profundo e reparador, é fundamental ter um tipo de alimentação cuidada, leve e saudável: uma refeição ligeira, confeccionada com alimentos de fácil digestão e quase sem condimentos, seguida de um pequeno passeio, é o ideal para um bom sono; o deitar deve ocorrer, no mínimo, só duas horas depois da refeição. Lá diz o ditado: “pequeno- almoço de rei, almoço de príncipe, jantar de mendigo”…

Aliás, o regime alimentar correcto deve incluir pequenas refeições, aproximadamente de três em três horas, respeitando o intervalo nocturno de sete a oito horas, sempre com pouco álcool e não abusando do café. À medida que a idade avança, a absorção dos alimentos torna-se progressivamente mais lenta, impondo-se por isso que se dê mais tempo à digestão, convindo não ir para a cama com a digestão ainda a meio. Por outro lado, o nosso estado de espírito e a boa disposição têm efeitos benéficos na absorção dos alimentos. E os líquidos, muitos mas não alcoólicos, também ajudam.
 
No livrinho que segui para elaborar este texto, livrinho a que, saltitando, voltaremos, enumeram-se 22 conselhos úteis para melhorar a qualidade do sono. São duas páginas inteiras, que aos saltinhos vos penso trazer. Para já…Dormir sete a oito horas, de preferência entre as 23 e as 8…( Bem prega Frei Tomás…); criar rituais para a hora de adormecer, como um duche morno, música, leitura; não ficar “a olhar para as horas” se acordar durante a noite; a prática de exercício físico regular facilita o adormecimento e propicia um sono mais descansado; um colchão confortável e boas almofadas ajudam… Ah! Quase me esquecia…”Ovo saltitão”? Google com ele…Também lá encontra o “ovo nu”: cru, sem casca, transparente. Divirta-se. E durma bem.

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Jardim-Escola da Associação Popular de Sobral de Monte Agraço

Falar da Associação Popular de Sobral do Monte Agraço é para mim muito fácil. Fiz parte da Comissão de Pais do Jardim de Infância, quando já se perspectivava uma obra de raiz, condigna e moderna, visto que, para além do mais, era urgente entregar as instalações que nos tinham disponibilizado na Casa Paroquial. Os Padres Agostinhos emprestaram-nos essas instalações por dois anos e o Jardim de Infância esteve lá oito, de 1976 a 1984: urgia realizar o sonho que o 25 de Abril trouxe consigo e entregar aquele local.



Fizeram-se muitos projectos, criou-se uma Comissão Instaladora, tendo como presidente o Sr. António Martinho, e foram muitos os que se empenharam verdadeiramente na criação de uma Instituição Particular de Solidariedade Social. Depois de muitos passos e de muitos quilómetros andados, lá se conseguiu lançar a primeira pedra, com acordos governamentais e foi, de facto, muito belo ver as colunas a surgirem, as paredes a aparecerem naquele terreno camarário, mas do qual a Associação tinha o direito de superfície.
Entretanto, os estatutos foram aprovados e publicados em Diário da Republica, III Série, de 14 de Dezembro de 1978. E elegeram-se os Corpos Gerentes, compostos por uma Direcção, Conselho Fiscal e Mesa da Assembleia geral. A primeira Direcção era composta pelo presidente Sr. José Manuel Gil Alves; vice-presidente Sr. João Francisco Campino Carvalho; tesoureira Maria Emília Lima; secretária Maria Emília Corrêa da Silva e vogal Alberto Bento Silvestre.
Finalmente, em 1984, deu-se a inauguração de um edifício moderno, financiado pela Segurança Social,  projectado e construído sob orientação de técnicos governamentais, com instalações para Creche a partir dos 2 anos e Jardim de Infância. Mas, passado algum tempo, sentiu-se a falta de mais respostas sociais e, com a ajuda incondicional e preciosa da Câmara Municipal, criaram-se outras instalações cedidas pela mesma: Actividades de Tempos Livres para crianças em idade escolar, na rua do Cine-Teatro com 2 salas. Outra sala, no mesmo local, destinou-se a ginástica de crianças, adolescentes e adultos.
A Associação Popular de Sobral do Monte Agraço não parava de crescer. Estamos a falar de um universo, na altura, de cerca de 200 crianças, 24 técnicos de educação de infância, 2 cozinheiras, 2 auxiliares de limpeza, 1 jardineiro, 2 funcionárias de secretaria e alguns auxiliares do Instituto do Emprego e Formação Profissional que, mediante acordo prévio, prestavam serviço por períodos de 6 a 12 meses.
Quero prestar a minha homenagem muito sincera a um homem que, desde a primeira hora e até à presente data, tem dedicado todo o seu tempo, desde as 8 horas da manhã até às 19.00, precisamente 11 horas de todos os seus dias, como voluntário, a gerir, a articular todos os serviços: o Presidente da Direcção José Manuel Gil Alves. Claro que para a parte técnica há uma Coordenadora, mas de resto tudo é gerido e orientado por ele. Um homem e tanto!
Hoje, a Associação Popular tem um edifício novo de igual dimensão ligado ao antigo; tem um pavilhão pré-fabricado dentro das mesmas linhas arquitectónicas; tem 300 e muitos meninos desde os 3 meses aos 12 anos e cerca de 50 empregados; tem 4 carrinhas e 1 autocarro para transporte de crianças, garagem e jardins adequados às idades dos utentes. Para além disso, dá apoio sócio-familiar ao pré-escolar de Almargem, da Sapataria e da pré-primária oficial do Sobral. Só por curiosidade, são servidas cerca de 500 refeições por dia. É OBRA.
Continuo a fazer parte da Direcção da Associação, como secretária, e orgulho-me de a ter visto crescer, passo a passo e, além disso, de ter vivido dentro dela 31 anos da minha vida, como empregada de secretaria. Bem hajam todos aqueles que lutaram, que se empenharam tanto na concretização deste sonho: é o sonho que comanda a vida, e esta instituição é a prova disso mesmo.
Mimi

domingo, 20 de maio de 2012

Comissão de Moradores do Sobral



Estávamos no ano de 1975, vivia-se em pleno a euforia de uma revolução cujas armas tinham sido os cravos vermelhos: o povo era quem mais ordenava, e o poder popular era palavra de ordem. Assim nasceram as comissões de trabalhadores nas fábricas e as comissões de moradores nas povoações.

As comissões de moradores eram formadas por pessoas residentes na  povoação e trabalhavam no intuito de minimizar as carências das populações. E, com mais ou menos sucesso, algumas obras ficaram feitas! Vi homens das mais variadas profissões, membros da Comissão de Moradores do Sobral, a cortarem eucaliptos, árvores de grande porte, com uma motosserra, e sem serem capazes de perceber para que lado as árvores iam cair. Felizmente ninguém se magoou. Vendeu-se a madeira e compraram-se baloiços e escorregas: graças ao trabalho activo da Comissão, nasceu o primeiro parque infantil do Sobral.

Mas a mais importante obra edificada, que ainda perdura, devido ao esforço de muita gente e a muitas horas tiradas ao trabalho de cada um - e todos eles sustentavam a família com o seu trabalhoé o jardim-de-infância. Era uma necessidade muito sentida, mas como consegui-lo de um momento para o outro, de que forma se resolveria o assunto? Reuniam quase diariamente, com grande participação de moradores e trocas de ideias e, assim, alguém se lembrou da casa paroquial que estava devoluta. Depois dos contactos convenientes, foi obtida autorização para se ocupar o rés-do-chão. O espaço estava arranjado, faltava o mobiliário!

Organizaram-se bailes, vendeu-se ferro velho que se encontrava abandonado, e mais um problema ficou resolvido: cadeiras, mesas e estantes de tamanho mínimo foram compradas. Faltavam o fogão e outros utensílios para a cozinha, para se aquecerem as refeições das crianças: desta vez entraram em acção as mulheres dos homens da Comissão e depressa tudo se resolveu.

Assim se criou o primeiro jardim-de-infância do Sobral, que começou a funcionar com uma educadora e uma auxiliar. O espaço, pela grande afluência de crianças que se verificava, tornou-se insuficiente. Tinha que se pensar em algo mais amplo.

Elementos da Comissão de Moradores, um grupo de mulheres e a ajuda de uma assistente social, que visitava a vila e ajudava nas suas carências, começaram a pôr a obra em marcha: com um terreno oferecido pela Câmara Municipal e o projecto elaborado gratuitamente por um arquitecto da Terra, com idas constantes a Lisboa, de Ministério em Ministério, conseguiram-se subsídios e a obra foi planeada e construída. E assim nasceu o novo Jardim de Infância, a que foi dado o nome de Associação Popular de Sobral de Monte Agraço.

Maria Alexandrina Reto