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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SONHO DE NATAL



Voltemos a ser crianças,
Voltemos a ter esperanças,
Estamos vivos, afinal!
Amigos, vamos sonhar
E de novo imaginar
Que vem aí o Pai Natal!

Este ano chegou mais cedo,
E não precisamos ter medo
De um pedido lhe fazer.
É que ele veio perguntar,
Para a todos agradar,
O que queremos receber.

De pedir, eu gostaria,
P’ró mundo inteiro Alegria,
Muita Paz e muito Amor.
E onde houver uma criança
Que haja sempre uma lembrança,


E lhe seja poupada a dor.

Que toda a guerra acabasse,
Que entre os povos começasse
A era da Fraternidade.
E que este ano o Pai Natal,
Ainda que virtual,
Trouxesse ao mundo a Amizade…

E no meu sonho de agora
Como se fora de outrora,
Que feliz eu ficaria
Se os homens dessem as mãos

E vivessem como irmãos!
O mundo era uma Alegria…

Mas meu pedido, afinal,
É ilusão virtual,
Um presente imaginário.
E agora que acordeiDe ser criança, deixei,
Foi-se embora o Pai Natal!...


Lourdes Henriques

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O Natal,as televisões,os pobres...

Para quem lê a Bíblia estas palavras ou pelo menos o seu sentido é familiar.
"Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens...
Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;"

Nesta época há uma histeria colectiva pelas prendas, pelos esfomeados, sem abrigo, desfavorecidos em geral.
Sinto uma enorme indignação com os actos sazonais de “caridadezinhas”, uma revolta grande pelo uso das Pessoas e suas situações como grandes notícias apelidadas de solidariedade.
Há sem abrigos desfigurados a comer sofregamente...lá está a televisão!
Há uma distribuição de cabazes promovida por uma escola...lá está uma televisão!
Ainda ontem o título da notícia era...a Televisão surpreende desfavorecidos em casa, com distribuição de bens!
Já ouviram falar em DIGNIDADE?
E os desfavorecidos prestam-se, agradecidos, os sem abrigo prestam-se, agradecidos, os pobres prestam-se, agradecidos...
E os promotores agradecem felizes, alguns até barretes de pai natal enfiados com luzinhas pisca pisca a brilhar, para que tudo seja mais colorido e divertido. Sucesso, quanto agradecidos ficam os pobres...
Para o ano há mais, de novo uma coisa em grande, com muita publicidade!
Há quem ouse chamar de Natal este teatro burlesco com actores, espectadores, agentes, câmaras.
Eu conheci outro.

Afonso Faria

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

CONVÍVIO DE NATAL DE 2013 DOS SENIORES DO SOBRAL DE MONTE AGRAÇO


No dia 15 decorreu no Pavilhão do Soeirinho, o já habitual Lanche/Convívio para os Seniores do Concelho.

A sala estava repleta de idosos vindos das várias freguesias.

Após a saudação de Natal efectuada pelo grupo executivo da Câmara, seguiu-se a actuação do Grupo Coral Gente Gira (Coro do Clube Sénior do Sobral) que interpretou vários números. A actuação iniciou-se com o Hino da Gente Gira, música de Pedro Sanguinho,  e  letra da autoria do professor de Artes Cénicas, Manuel Augusto Hortênsio (ausente por motivos pessoais). O público gostou e aplaudiu.

Seguiu-se a leitura de algumas quadras feitas por uma aluna octogenária do Coro, em agradecimento às entidades oficiais do Concelho e votos de Boas Festas a todos os presentes.

Como não podia deixar de ser, tivemos no palco a já habitual presença da acordeonista Sofia Henriques, que todos os anos nos prenda com a sua arte. Desta vez, como surpresa, houve uma participação da minha parte, que acompanhada pela Sofia, cantei um fado numa pequena homenagem que achei por bem fazer ao Professor Pedro Sanguinhos.

E a Sofia terminou a sua actuação com algumas músicas para dançar, seguindo-se depois o lanche.

Deixo aqui o meu testemunho e espero que estes encontros vão continuando a acontecer, pois é uma forma saudável de conviver. E quem sabe, para muitos dos assistentes, um dia feliz e diferente de tantos outros das suas vidas…

Quero deixar os meus votos de Boas Festas e que o Novo Ano seja repleto de saúde e alegria.

Lourdes Henriques


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Falando acerca de Natais...


Lapinha, concebida e fotografada por Renke Matos
Há uma época do ano em que me lembro ter nascido na Madeira. Esta, a do Natal e fim de ano.
Cada terra com seu uso...costuma-se dizer.
Pretendia dar a conhecer um pouco da tradição madeirense mas temia não ter engenho suficiente para o fazer. A Net, pois a Net...
Encontrei estas páginas que melhor que eu, ilustram o Natal madeirense. Tenho a certeza que os temas serão novidade para muita gente.
A "Rochinha", "Lapinha", "Festa", "Missa do Parto" são termos que têm uma intencionalidade regional. Pronunciei-os em voz alta e não pude conter um sorriso!

Lapinha: o Presépio Madeirense

O Natal Madeirense: as oitavas

Seria curioso que outras abordagens sobre o tema,aparecessem.

Fica o desafio.

Afonso Faria

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Outonos...

É em definitivo o fim de um ciclo. A antevisão de um renascimento. 
Quem acredita numa vida para além da vida reconhece-se, identifica-se com este fenómeno: a esperança de uma vida depois da morte.
Não é questão que coloque. Fico-me pelo momento, pelo hoje. Fico extasiado a contemplar o ocre, zarcão, a magia de transfiguração diária.
Muitos foram os anos de cidade! Cego, distraído. Retirei-me para o campo...
Estou a ficar velho, mais desperto, atento! Ainda bem que assim é. 
Sinto-me tranquilo.

Afonso faria


sábado, 30 de novembro de 2013

Fernando Pessoa

Em 30 de Novembro de 1935, falecia em Lisboa, Fernando Pessoa.
Figura polémica, goste-se ou não, é uma personagem ímpar e incontornável da Literatura Portuguesa.
Usou vários heterónimos (Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro), e através deles encarnava várias personalidades.



Retire da estante algum livro de Pessoa ou, em falta, procure numa das muitas bibliotecas perto de si.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher

A data de 25 de Novembro de 1960 ficou conhecida mundialmente por conta do acto de violência cometido contra as irmãs dominicanas Pátria, Minerva e Maria Teresa, “Las Mariposas”, que lutavam por soluções de problemas sociais de seu país e foram perseguidas, 

presas e brutalmente assassinadas. A partir daí, a data passou a ser de muita importância para as mulheres vítimas de violências quotidianas. A violência ocorre nos espaços públicos, privados e domésticos. Agressões verbais reduzem a auto-estima, causam danos à saúde, “stress e enfermidades cronicas.

25 de Novembro, como Dia da Não Violência Contra a Mulher, foi decidido pelas organizações de mulheres de todo mundo, reunidas em Bogotá, Colômbia, em 1981, em homenagem às irmãs que responderam sua dignidade à violência não só contra a mulher, mas contra um povo. Em 1999, em Assembleia Geral, a ONU proclama essa data como “Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulher”, para incentivar os governos e a sociedade civil organizada, nacional e internacionais, a realizarem eventos anuais para extinguir a violência que destrói a vida de muitas mulheres. 

A violência contra a mulher é uma questão social e de saúde pública; revela formas cruéis e perversas de discriminação de género; desrespeita a cidadania e os Direitos Humanos; destrói sonhos e dignidade. É a expressão mais clara de desigualdade social, racial e de poder entre homens e mulheres. Em 25 de Novembro inicia-se, ainda, o movimento “16 Dias de Activismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, que terminará em 10 de Dezembro, que é o Dia dos Direitos Humanos. Esses 16 dias de activismo têm algumas marcas histórica: 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra (a data se refere ao assassinato de Zumbi dos Palmares, em 20/11/1695). 25 de Novembro, Dia Internacional da Não Violência Contra as Mulheres. 1 de Dezembro, Dia Mundial de Combate à Sida. 6 de Dezembro, o massacre de mulheres de Montreal-Canadá, onde 14 estudantes da Escola Politécnica de Montreal foram assassinadas.


Esse massacre inspirou a criação da Campanha pelo Laço Branco, mobilização mundial de homens pelo fim da violência contra as mulheres. No Brasil, o Dia Nacional foi contemplado pela criação da Lei 11.489, de 20/06/2007. Por fim, 10 de Dezembro, Dia Internacional de Direitos Humanos, declarado pela ONU em 1948. A data lembra que a violência contra as mulheres é uma violação dos Direitos Humanos.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

REGRESSO ÀS ARTES CÉNICAS

Eis-nos de novo reunidos na aula das Artes Cénicas.
É com alegria que voltámos ao “nosso espaço” para podermos dar largas à imaginação, confraternizando e tentando absorver o que o Manuel Augusto tem para nos ensinar, relativo às Artes de Representar e de dizer Poesia.
Foi com muito entusiasmo, alegria até, que de uma forma muito interessante nos foi demonstrado como, por exemplo, uma mesma notícia pode ser interpretada de várias formas, transmitindo assim um sentido diferente, consoante o ênfase na leitura e expressão de quem a transmite.
Surgiram algumas dificuldades, pois trata-se de pessoas que na sua vida, de uma forma geral, não tiveram contacto com este tipo de actividade. Mas se pensarmos no passado e nos lembrarmos do que se fazia há um ano atrás, altura em que começaram estas aulas, podemos considerar-nos uns Vencedores. Alguns de nós nunca tinham lido um poema, por exemplo. Hoje são capazes de o fazer sem grande dificuldade.
Há até quem, com uma idade já avançada, consiga dizer de cor um poema ou até contar uma história. E para quem dizia que não era capaz de nada … Uma verdadeira surpresa, pelo menos foi a apreciação do professor e cuja evolução todos nós acompanhámos.
Foi com bastante expectativa e interesse que recebemos a notícia de que, se não nos dispersarmos, colaborarmos e esforçarmo-nos um pouco, talvez seja possível fazermos um pequeno espectáculo até ao fim do ano lectivo, nem que seja só para nossa própria apreciação e divertimento. Sim, porque esta aula não é uma aula rígida, de carácter individual e matéria cansativa. Há uma interacção salutar entre as pessoas, que nos oferece por vezes momentos hilariantes, de boa disposição, e que nos faz despertar o interesse pela descoberta desta arte.
Obrigado Manuel Augusto por ter voltado a participar numa aula que nos estimula e desperta para a intercomunicação como pessoas, ajudando-nos a sair do nosso individualismo e egocentrismo.


Com a sua entrega e ajuda sei que chegaremos todos a bom porto. Bem-haja.
Lourdes Henriques 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Miniaturas...um passatempo





José Manuel Vieira nasceu há 54 anos. Bombeiro de profissão, morador em Folgados, Sobral de Monte Agraço, tem uma paixão que há muito deixou de ser secreta: as viaturas dos bombeiros em miniatura – cisternas, carros ligeiros, ambulâncias, helicópteros, enfim, tudo o que motorizado se relaciona com os bombeiros. Em Sacavém, onde trabalha, é conhecido - para o distinguirem de outros homónimos - por “Sobral”.



Nutre este interesse há cerca de 28 anos. Uma após outra (a primeira foi adquirida na feira de Vila Franca, evoca), as miniaturas foram sendo adquiridas. Hoje, totalizam cerca de cinco centenas. De folha, madeira, lego, plástico, porcelana e até reciclagem de porcas e molas, perfilam-se em prateleiras cada vez mais curtas para tanta ocupação.



É com carinho que fala dos “seus carros”, sempre com um pormenor circunstancial à volta da peça, uma sirene, uma escada que se solta, uma mangueira que se estende... 
Propus-lhe divulgar, anuiu simplesmente sem grandes vaidades. Riu-se...
Estou convencido que, como o José Manuel Vieira, muitos Sobralenses têm interesses curiosos, secretos, interessantes que não se importariam de partilhar. Será?







































Afonso Faria

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Cantar no coro


Hoje apetece-me escrever sobre o coro, a minha perspectiva...
Interrompi a minha actividade de "professor" de informática no Sobral de Monte Agraço mas mantive-me ligado ao coro.
Estando nele, não sou o condutor de energia colectiva, sou simplesmente mais um elemento. Acho extremamente salutar este exercício básico de integração em projectos, de entrega ao colectivo não sendo eu o aglutinador
das atenções. 
Esse papel no coro é protagonizado pelo Pedro Sanguinhos. 
Só com imensa paciência e entrega é possível fazer o que ele faz. Com muito gozo, acrescento! É um "dó" o que fazemos de "si", "lá", oh Pedro!
Autor: Luís de Camões
Este seu "dar" é bálsamo para a semana, melhor que qualquer antidepressivo químico. Não acreditam?
Fico admirado com a falta de adesão ao coro! É caso para dizer que somos poucos...mas bons. Bons na intenção, bons na alegria do momento, na compreensão que individualmente nada somos, bons na perseverança. E trabalhamos para o resultado colectivo.
Porque não há mais participação? Quero crer que por inibição de uns, porque o "palco" não terá suficientes holofotes individuais para outros, por incompatibilidade de horários ainda, ou até por não quererem, o que é honesto. 
Muitas actividades para velhos (não tenho medo da palavra) são no sentido da estimulação das capacidades individuais. Outras como o Teatro e Coro por exemplo são mais que isso: estimulam as nossas potencialidades individuais e fazem-nos despertar para o colectivo como PESSOAS.
Gosto! 
Afonso Faria 

sábado, 9 de novembro de 2013

Que bom estarmos juntos...

Foi assim que me abordou, sorriso, brilho intenso no olhar.
- Sabe, tenho dito a muita gente, que bom estarmos juntos, ao meu marido, aos amigos que me cruzo, aos colegas da minha escola de velhos...Foi bom ter convivido consigo, com gente que não conhecia, foi bom trocar experiências, estar juntos!
Fiquei sem palavras, sorri em jeito de resposta...
D.M, septuagenária, frequentara as minhas aulas de informática há algum tempo.
Sei que também frequentava outras, outras aberturas, oportunidades como dizia. Que bom ter contacto com outras visões, outras realidades que nunca tivera acesso, afirmava. Lá, nem sempre tinha a certeza de ser capaz de aprender mas ouvia, ouviam-me. 
Um capricho familiar obrigava-a a estar ausente nestas actividades. Escutei o seu lamento! Caprichos de várias ordens, em quaisquer idades...
Nunca é tarde, testemunhava a sua vida. Obtivera carta de condução aos sessenta, aprendera a nadar aos 66, iniciara a viagem pela informática aos 71.
Retenho aquele doce sorriso envergonhado  que me afagou a alma.
Faz parte do meu "currículo" esta partilha generosa.
Há uma idade em que a importância da existência não se fica pelo acumular de "bens", benefícios, contrapartidas ou mesmo protagonismos; o percurso colectivo é já por si só sinuoso, porque complicar tantas e tantas vezes? Ao caminho nem sequer pretendo retirar pedras, mas evito colocar novas...
Já cheguei aí!
As pessoas, sempre as pessoas, prioritariamente as pessoas!
Obrigado D.M. por me fazer sentir útil, importantesolidário.
Afonso Faria



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

“NUNCA DIGAS NUNCA”…

Estive alguns longos dias privada do acesso ao meu Novo Amigo, o meu Computador, pois “adoeceu e teve necessidade de ser internato no hospital” durante alguns dias para tratamento.

Senti um grande vazio, um desânimo, algo que me faltou e que já faz parte do meu dia-a-dia, como se fosse alimento para a alma.
Quando me reformei julguei ter-me libertado de máquinas, computadores, escritas, papéis, sei lá, tudo que me fizesse lembrar os quase quarenta anos que levei sentada a uma secretária.
Liberdade, liberdade de espírito, sem amarras.
Mas enganei-me. Ao invés do que supunha, descobri que, para além do trabalho “chato feito por obrigação” no computador, há nele uma outra parte, até há pouco tempo por mim desconhecida, que me despertou e me deu um novo alento para viver. Uma parte por desvendar, que me fascina.
Fartei-me de rendas, bordados, malhas, limpezas, enfim, tarefas algumas delas feitas muitas vezes por obrigação. Da TV, perdi completamente o interesse e há muito que dela me “divorciei”. Descobri, ou melhor, ensinaram-me a ir descobrindo os mistérios deste meu Novo Amigo, as viagens agradáveis que ele me pode proporcionar pelo mundo fora, as visitas a terras longínquas que foram meu berço de juventude e onde NUNCA mais tornarei a voltar … Mas …
“NUNCA digas NUNCA”…
E é isto que me fascina, viajar com um Amigo silencioso, que me mostra locais inimagináveis, que está sempre pronto a dar resposta às minhas dúvidas, que nunca me atira a primeira pedra como se não errasse …
E mais: aceita tudo o que escrevo sem se ofender, guarda no seu coração tudo o que lhe digo em confidência ou desabafo sem nunca me trair.
Sim, porque eu gosto de escrever, isto é que tem a ver comigo. Mas este meu Novo Amigo também me dá espaço para eu pôr à prova a minha imaginação, oferecendo-me condições para, entre muitas outras coisas, efectuar trabalhos artísticos com fotografias (outra coisa que me dá muito prazer) e fazer “Power-Points”, por exemplo.
E agora, imagine-se, agora “descobri” que também ele me ensina o caminho da arte cinematográfica! Apenas gatinhando, mas é o princípio.
Quem diria! Eu, nos meus 68 anos de idade, entusiasmada e desperta para aprender a compor alguns pequenos filmes, ou vídeos (como lhe queiram chamar). E por piada, o meu marido chamou-me um dia o novo “Leitão de Barros”… ah, ah, ah, eu, a fazer vídeos! Acha graça como é que tenho paciência, interesse e criatividade para continuar a aprender …
Pois é, até eu me interrogo! Se há dez anos atrás alguém me dissesse que eu ainda iria algum dia fazer um vídeo, ter-lhe-ia respondido imediatamente que NUNCA.
Mas mais uma vez a vida me mostra que esta é uma das poucas palavras que não deveríamos utilizar, pois o futuro é imprevisível e não sabemos o que ele nos reserva.
Já a pronunciei algumas vezes (poucas), convicta, na minha vida, e em todas elas falhei…
“NUNCA DIGAS NUNCA”…
Quem diria que nesta fase da vida, algo me despertasse a atenção, que não fosse a obrigação dos trabalhos de rotina de uma pessoa que acabou a sua vida profissional e apenas tem em mente as suas tarefas caseiras?
Que “segredos” terá ainda o destino para me desvendar?
Ou será que as suas revelações vão ficar por aqui?
Quem sabe? O futuro o dirá.
Mas uma coisa a vida me ensinou:
“NUNCA DIGAS NUNCA” …


Lourdes Henriques.

sábado, 26 de outubro de 2013

Rio Sizandro

O Sizandro é um rio que tem a sua nascente a 247m de altitude, numa pequena povoação cujo nome é precisamente Sizandros, ali bem junto à Sapataria, uma das três freguesias do Concelho do Sobral de Monte Agraço. Ao sair da sua nascente, passa por Sapataria, Pero Negro, Dois Portos, Runa, Torres Vedras e tantas outras localidades até chegar ao seu destino.
Ao longo dos seus cerca de 40km de percurso, vários afluentes a ele vão juntar as suas águas e, assim, em conjunto, vão desaguar “no Oceano Atlântico junto à praia azul, num local denominado foz do Sizandro, sendo a sua bacia hidrográfica de 336.6km2
Era no rio, em locais de fácil acesso, no período em que as suas águas eram límpidas e cristalinas, que os rapazes de então tomavam banho e daí fugiam a “sete pés” com as suas roupas debaixo dos braços ao pressentirem a aproximação das mulheres que também ali iam lavar as suas roupas. Usavam para o efeito um suporte feito de madeira onde pousavam os joelhos (já que era nessa posição que lavavam), ao qual na época era dado o nome de “banco de lavar ou joelheira”.
Também no rio se colhiam os agriões bravios, com os quais se confecionavam saborosas saladas. Era de lá que muitas pessoas retiravam a tão preciosa água para regar algumas culturas, nomeadamente produtos hortícolas que, antigamente e em certas zonas, eram produzidos em grandes quantidades e depois vendidos nos mercados abastecedores de Lisboa.
Nas margens do Sizandro ainda podemos encontrar, desativadas é certo, as velhinhas azenhas (uma das quais aqui na Sapataria em muito bom estado de conservação), cuja construção teve início em meados do século XIX, mais concretamente em 1852. A força das águas fazia mover as suas mós e os cereais eram transformados em farinha que, mais tarde, dava lugar ao tão saboroso pão de milho e trigo, indispensável à nossa alimentação. Era a este último que, na época, muitas pessoas chamavam de “pão alvo,” por ser de cor branca.
Do Sizandro também era possível extrair a “chamada areia do rio” e era isso que muitas pessoas faziam, não para grandes construções, mas para pequenas obras.
Lembro-me que bonito que era ver as chamadas “galinhas d’água” com os seus filhotes e também os patos-reais com as suas penas multicores a banharem-se nas águas do rio. Momentos de grande beleza. Segundo consta, em determinadas zonas também no Sizandro,
Azenha do Rio Sizandro, exterior (Jorge Martins)
os amantes da pesca tinham a possibilidade de pescar umas belas enguias e com elas prepararem, quem sabe, um saboroso ensopado, digo eu!
Ao longo do seu percurso, várias pontes ligam as suas margens, uma das quais em Casal Coxim, situada entre Sapataria e Perna de Pau, edificada durante o reinado de D. João I. A que melhor conheço é a que liga Perna de Pau a Pero Negro. É aí que, sempre que o seu caudal o permite, e quando por lá passo nas minhas caminhadas, não resisto à tentação de me debruçar sobre o gradeamento da mesma e escutar o cantar das suas águas. Acho lindo!
Ao surgir a ideia de escrever algo sobre o Sizandro, mais uma vez pensei “Oh, meu DEUS! O que é que eu vou escrever, se é apenas um rio?!”, mas afinal, puxando pela memória, e lá bem arrumadinho, muita coisa interessante sobre ele fui encontrar, sendo estas apenas algumas das muitas histórias reais que possivelmente sobre o Sizandro se poderão contar. Por isso, é bom que sejam divulgadas, para que os jovens de hoje, homens e mulheres de amanhã, tomem conhecimento do que antigamente no rio era possível fazer-se.
Hoje em dia, algumas delas já não são concretizáveis devido ao progresso e também à má qualidade da água.
Era bom que todos nós tivéssemos consciência da importância dos rios e dessa riqueza que a natureza nos oferece que é a água que neles corre e os protegêssemos ao máximo.


Rosa Santos

terça-feira, 22 de outubro de 2013

CENTENÁRIO DAS FESTAS DO SOBRAL 1913 – 2013

Comemorou-se no passado mês de Setembro o 1º. Centenário das Festas e Feira de Verão do Sobral de Monte Agraço.
É uma semana em que anualmente a Vila fica sempre muito agitada, com actividades desportivas, tauromáquicas, musicais, concursos, enfim, actividades para todos os gostos e faixas etárias.
Seria demasiado extenso registar tudo o que nesta semana acontece, mas acho que tratando-se da comemoração de UM CENTENÁRIO, algo deve ficar registado para recordação, pois não é todos os dias que acontece assistirmos à comemoração de UM CENTENÁRIO. É na realidade, uma data Muito Especial.
Não sou natural de cá mas é como se fosse, e desde há cinquenta anos a esta data que tenho acompanhado estas festas. É sempre com grande entusiasmo que vivo estes dias. Embora não acompanhe passo a passo tudo o que é apresentado, gosto sempre de registar aquilo a que posso assistir.
E do que me foi possível observar este ano, quem tiver curiosidade e interesse, poderá visionar no link abaixo que partilho convosco.



Lourdes Henriques

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Vacinação gratuita contra a gripe 2013-2014

A vacina contra a gripe é gratuita para os cidadãos que têm 65 ou mais anos.
Está disponível na sua unidade de saúde, a partir de Outubro, não necessitando de receita médica ou guia de tratamento, nem está sujeita a pagamento de taxa moderadora.

A vacina tem indicação para ser efectuada durante todo o outono e inverno, de preferência,até Dezembro.

A gripe é uma doença contagiosa que, apesar de na maioria dos casos curar espontaneamente, pode provocar complicações, particularmente em pessoas com idade igual ou superior a 65 anos.
Para saber mais informações úteis sobre a vacinação contra a gripe, consulte o Portal da DGS ou Portal do Utente .


Pela sua saúde, vacine-se contra a gripe na sua unidade de saúde. 

domingo, 20 de outubro de 2013

Retorno

As "férias" foram longas mas vamos procurar retomar a nossa actividade continuando a contar com os contributos de todos os Sobralenses que se interessem pela manutenção deste espaço. 
Neste recomeço não vamos contar com a participação do José Auzendo pelo menos nos moldes em que se vinha a verificar. 
Com a tenacidade, vigor e sensibilidade do José Auzendo o blogue adquiriu uma dinâmica ímpar e o seu envolvimento foi fundamental para o dar a conhecer tantas "figuras" do Sobral ,projectando-as para além das fronteiras do concelho. Entendeu fazer uma pausa. Compreendo-o, assim como o fiz no início da sua participação.
Acredito que de uma outra forma não menos "generosa" vamos continuar este projecto.
Em breve retomamos!

Afonso Faria

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Férias



Encerrados para férias...
Ponta de S. Lourenço - Madeira


Poderia ser este o título deste apontamento que corresponde à realidade. 
Esperamos regressar breve, mais descansados, participativos!

Boas Férias!


terça-feira, 30 de julho de 2013

Mestre remendão

O apontamento da Alexandrina fez-me lembrar outras profissões em vias de extinção ou mesmo já extintas.
Não conheço suficientemente o Sobral quer em tempo quer suas gentes que me permitam sinalizar aqui essas outras profissões. Contudo, não me é difícil recuar no tempo e caminhar
Homenagem ao Sapateiro S.João da Madeira
em memória por outras paragens. Estou convencido que o que existia nessas também por cá tinha representação.
O meu avô tinha uma sapataria e um comércio de tudo quanto era matéria prima relacionada com sapatos. Lembro-me de, ao fundo da loja, num compartimento que servia de armazém, permanecer amontoada uma pilha de placas de cabedal para solas (ainda identifico o cheiro), do outro lado as placas de borracha brancas, vermelhas, pretas. Em prateleiras bem distintas, os cabedais finos, macios e multicoloridos, mais ou menos lustrosos (vernizes), as carneiras cremes, dispostos pelas cores e qualidades.
Na loja, pregos, colas, fios, ceras, formas de madeira de diversos números, um não sei quantos produtos ligados à arte e vitrines de exposição de sapatos acabados. Tudo o que permanecia em exposição ou era por encomenda e entrega breve ou nunca levantado, muitas vezes, por falta de dinheiro. Não se vendia sapatos de outras proveniências.
Aos domingos, depois da missa, era casa cheia. Vinham os mestres sapateiros das redondezas comprar o material que lhes fazia falta para o seu dia a dia, vinha o povo encomendar uns sapatos ou botas.
Estou a ver o meu avô colocar no chão uma folha de papel e, com um lápis, contornar o pé do cliente ao que se seguia algumas medidas. Recordo-me das exigências dos clientes, botas de sola de borracha branca com salto assim...rebordo com fita colorida azul ou vermelha... sapatos com desenhos ou lisos... pretos ou castanhos, de verniz ou não, solas de borracha ou couro... Ah! E havia os que traziam recortes de pneu que dariam para uma resistentes solas de botas de trabalho...