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terça-feira, 3 de março de 2009

Um susto de morte!

Relato um episódio por mim vivido há cerca de seis anos por altura da conclusão da minha moradia já no concelho do Sobral.

Estando a viver em Lisboa, deslocava-me todos os dias à obra a fim de seguir a conclusão dos trabalhos, colocação e montagem dos equipamentos.Certo dia, ao chegar ao local deparei com a porta arrombada e constatei a falta de diverso equipamento. O facto de não ter sido roubado todo levou-me a pensar que os larápios voltariam a fim de surripiar o resto, que por alguma razão não levaram.

Pensei então ingenuamente que se permanecesse no local durante a noite, surpreenderia os amigos do alheio e talvez recuperasse o que fora furtado.Assim fiz. Telefonei à família a informar que ficaria um ou dois dias. Pedi um divã (ainda não tinha móveis) e dispus-me a esperar munido de uma pistola e uma moca.

Devo dizer que o local durante a noite metia medo. Não havia nenhuma luz nem em casa nem na rua e tão pouco vivalma nas redondezas a menos de 500 metros. Ali estava sozinho, na escuridão ora sentado no divã ora de pé, muito apreensivo, evitando a todo o custo adormecer. Um barrote segurava a porta. Esperava os larápios.

A primeira noite passei-a acordado, alerta, tenso, sem qualquer resultado.

Na segunda noite tive muita dificuldade em permanecer desperto. Sentado, ora dando uns passos no escuro, pensando sempre que a qualquer momento surgiriam os ladrões.

Senti vários carros passarem, ouvi mil ruídos pela noite ampliados, cães que ladravam, o piar das coruja... o silêncio!

Exausto, por momentos sentado no divã, meio a dormir, meio acordado, sinto uma mão aberta em cima da minha cara tapando-me a boca!Completamente em pânico, veio-me à mente por décimos de segundo que se me mexesse seria um homem morto, sem dó nem piedade.Então, aterrorizado com o fantasma da morte tão perto, com a maior rapidez movida pelo desespero, agarrei a mão que me tapava a cara, quase me asfixiava. Gritei, saltei, e só nesse momento me apercebi que era a minha própria mão, a minha mão esquerda que pela posição incómoda, de tão dormente não a sentia.

Jamais esquecerei este episódio porque poderia ter acontecido uma das duas coisa: ou ter dado um tiro na minha própria mão ou...morrer de susto!

Rui (Sobral-Biblioteca)

1 comentário:

  1. Que história engraçada!
    Felizmente acabou bem.
    Suponho que desistiu de apanhar os amigos do alheio.

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