VISITANTES

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Um final feliz!

Dia 25 de Janeiro de 2010, era dia marcado para o exame do 9º ano de escolaridade nas novas oportunidades, às 16h.
O dia amanheceu radiante com bonitos raios de sol que embelezavam o horizonte distante, tal era o azul do firmamento que de um ponto alto nos permitia contemplar a paisagem num raio de 360º.
Nesse dia como em tantos outros tive que correr para poder fazer tudo o que tinha de obrigação, aumentando assim o stress que já existe em mim há muito tempo. Primeiro tinha que acabar um carro que se tinha avariado e que me tinha sido confiada a sua reparação O dono, pessoa bem-falante mas mau pagante, acha que os carros antes de avariarem já deviam de estar reparados. Com algum sacrifício lá o consegui acabar a horas de poder estar em Lisboa no Hospital de Santa Maria para uma consulta de cardiologia que me estava marcada para as catorze e trinta.
Como é do conhecimento público todos os operários têm o dever de estar nos seus postos de trabalho à hora definida pela entidade patronal; porque será que os senhores doutores estão excluídos dessas obrigações? Será que não são também trabalhadores? Pois o Sr. Dr. que me consultou e que devia estar no seu consultório às 14h, apareceu às 15h para meu desespero porque se aproximava a hora do exame e eu por escala era o segundo participante.
A saída do Hospital foi feita a correr em direcção ao meu carro estacionado no parque local em sistema de via verde, que embora sendo um estacionamento caro, resolve o problema de andarmos à procura de estacionar e de ficarmos à mercê dos arrumadores e dos caçadores de multas que abundam nas nossas cidades.
Como um mal nunca vem só, algo mais teria que me acontecer. A saída do parque a viatura que me antecedia ficou bloqueada e não deixava sair os carros à sua retaguarda enquanto o seu proprietário não pagou o estacionamento com prejuízo para os outros utentes que tiveram que aguardar. E assim continuei a viagem treinando o que tinha estudado para fazer a minha apresentação oral no exame que se aproximava. Como pessoa de sorte que sou e os males tendem em acompanhar-me, ao entrar na auto-estrada outro problema me aconteceu dificultando deste modo a minha marcha. Um enorme plástico, que me tapava toda a frente do carro, levantou-se e pousou na frente da minha viatura fazendo-me companhia até à saída da via rápida onde pude parar para o retirar. E assim pelas 16.30 h cheguei à Junta de Freguesia do Milharado, local do exame.
Já com o primeiro aluno em prova, depois de uns breves momentos de descontracção e de um bom e reconfortante copo de água ingerido, fui chamado para fazer a minha prova numa situação incómoda por não ter tido oportunidade de aperceber no exame de outros alunos como é que o caso se processava. Enfim, como me intitulo homem de barba dura fiquei à espera do que viesse. Foi com enorme satisfação que ouvi o Dr. José Sampaio avaliador do programa R. V. C. C. dar-me os parabéns por eu ter tido a coragem de aos 64 anos frequentar a escola, o mesmo é dizer: nunca é tarde para aprender. E assim depois de pedir ao Dr. que não fosse muito rápido nas suas exigências, porque eu que até já não oiço muito bem por vezes preciso de certo tempo para compreender o que me explicam, concluí o meu exame com distinção o que mais uma vez me veio provar que todos nós nascemos com capacidades mas infelizmente só alguns têm oportunidade de as desenvolver.

Carlos (Sapataria)

Sem comentários:

Enviar um comentário