Começo por relatar o que
aconteceu na minha primeira aula. Sentia-me perfeitamente calmo,
tendo em atenção que já havia elaborado um programa e preparado
diversas aulas com esse objectivo, destinadas ao projecto ou a outro
semelhante. Apenas pairava no ar alguma expectativa sobre o que os
novos alunos iriam pensar da matéria. A primeira aula correu bem e é
muitas vezes esse o momento que marca ou não o sucesso de uma
iniciativa. Foram esses primeiros alunos quem mais e melhor divulgou
o seu conteúdo e em curto espaço de tempo, o número de presenças
duplicou.
À medida que as matérias
se foram diversificando, o interesse foi crescendo através de uma
maior intervenção nas aulas e fruto de trabalhos elaborados pelos
próprios alunos destinados à exposição de final de curso.
Momentos houve em que sem contar, foram expostas estórias de vida
relacionadas com as matérias que estavam a ser dadas, o que é
revelador do interesse pelas referidas aulas.
A disciplina, cadeira ou
como entenderem chamar de “Cultura e Sociedade”, iniciou-se com
cerca de ½ dúzia de inscrições e, passado que é um ano já
contamos com vinte. A assiduidade é boa, numa média de 75% de
presenças. Respeitam-se os compromissos de qualquer tipo, os
períodos de menor motivação, porque além do conhecimento
promove-se o bem estar de cada um.
É importante para um
melhor esclarecimento sobre esta minha experiência, focar o
comentário do colega e professor Auzendo (como vê estou a melhorar,
já escrevo o seu nome com Z) no meu primeiro artigo neste
Blogue, que desde já faço questão de agradecer e, faço-o a partir
deste novo texto, com a intenção de proceder, se me permite, a
algumas correcções, nomeadamente, à questão da paternidade do
Clube Sénior. Lamento informá-lo, mas não sou o pai da criança,
porque esta não corresponde ao meu ADN. Penso aliás que o melhor
será não chamar pai a ninguém, isto porque quando contactei a
vereadora da cultura do município do Sobral, a Drª.Patrícia
Patrocínio, foi-me informado pela mesma que se encontrava em
elaboração um projecto relativo ao Clube Sénior, o qual previa a
constituição de um espaço de partilha de conhecimentos destinado
aos seniores do concelho. Penso que quem muito investiu neste
projecto terá sido a nossa coordenadora, Drª.Cláudia Simões,
ligada aos serviços sociais da Câmara Municipal. Portanto haverá
uma, duas ou mais madrinhas. Depois, a chamar padrinho, este seria o
nosso colega Afonso Faria, o qual já dirige qual PPP (o
Afonso que me desculpe a ironia) há já alguns anos, na área da
informática, foi ele quem pôs os nossos meninos a tratar por tu os
computadores. Comigo verificou-se quando muito, uma certa sintonia
com o acelerar do projecto, além de naturalmente, assumir o contacto
com a sua esposa, que me ajudou a convencê-lo em boa hora (..o homem
está doido!) a colaborar neste projecto.
Esclarecida que está a
paternidade do projecto, passamos a outro ponto. O lema alentejano de
o NADA FAZER (semelhante ao italiano, non fare niente)
é algo que qualquer alentejano sabe muito bem o seu significado, no
qual se assume, efectivamente, o devagar, o devagarinho,
e o muito devagarinho, mas não a marcha-atrás, nem
sabemos o que é que isso quer dizer, é mais de outras regiões do
país, onde se marcha para a frente ou se marcha para trás.
São questões de ordem cultural (é este tipo de CULTURA que
está presente na matéria que dou).
Notícias? Trago de
certeza e outras coisas mais, mas as aulinhas de Cultura e Sociedade
e o que a gente lá conversa, é privilégio dos seus frequentadores
(este grupo, esta comunidade é a SOCIEDADE, que de algum modo
identifica também matéria, que lecciono) e só eles podem
transmitir o que interiorizaram nas aulas. Conhecimentos sobre a
matéria, só participando ou visitando-nos, porque o tal professor
(eu) sobre isso não vai falar no blogue.
E por hoje fico-me por
aqui. Até sempre,
José Belo
Faço parte do grupo do Clube Sénior desde a 1ª. aula. Confesso que quando pensei em aceitar este desafio, não estava muito segura do que me iria acontecer, mas em boa hora o fiz.
ResponderEliminarO professor da disciplina de Cultura e Sociedade, uma simpatia. Além da matéria programada para as aulas, está sempre pronto a colaborar no esclarecimento de qualquer dúvida que surja, mesmo fora da matéria que se está a abordar na aula.
Não sabia qual o conteúdo desta cadeira, mas acho muito interessante a abordagem de todos os assuntos em geral, pondo assim à prova a cultura geral de cada um de nós e despertando o espírito para adquirir novos conhecimentos ou reavivar outros já esquecidos. A matéria que mais me fascinou tem a ver com a evolução do Homem, desde os primórdios até chegar às sociedades actuais, o seu comportamento individual e em sociedade As aulas dadas há décadas já estavam de todo esquecidas. E foi bom reaprender todas as metamorfoses por que passou o ser humano, adaptações climáticas, aparecimento de pequenos núcleos que à medida que se desenvolviam começaram a constituir pequenas sociedades, até chegar aos nossos dias.
Muito mais se poderia dizer sobre esta aula, mas daria um "romance" e há que deixar lugar para outros continuarem a comentar.
Por último, uma palavra de reconhecimento a quem incentivou a existência deste Clube e um agradecimento especial a todos os professores voluntários, neste caso concreto ao Professor José Belo, pela sua dedicação e interesse em nos proporcionar umas aulas agradáveis, onde além da matéria também se convive de uma maneira muito saudável, motivando-nos assim a continuar e a querer aprender sempre mais. Mesmo esquecendo muita coisa, os nossos conhecimentos vão-se sempre alargando.
Não é em vão que existe o ditado "Aprender até morrer"!
E nós queremos continuar a aprender muitas coisas novas, e até mesmo aprender a aceitar as ideias dos outros e a ser mais tolerantes.
Lourdes Henriques.