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quarta-feira, 4 de abril de 2012

“Cultura e Sociedade e outras experiências”

Regresso de novo, agora para fazer alguns relatos sobre o que me foi dado observar no Clube Sénior, quer como docente, quer como discente.
Começo por relatar o que aconteceu na minha primeira aula. Sentia-me perfeitamente calmo, tendo em atenção que já havia elaborado um programa e preparado diversas aulas com esse objectivo, destinadas ao projecto ou a outro semelhante. Apenas pairava no ar alguma expectativa sobre o que os novos alunos iriam pensar da matéria. A primeira aula correu bem e é muitas vezes esse o momento que marca ou não o sucesso de uma iniciativa. Foram esses primeiros alunos quem mais e melhor divulgou o seu conteúdo e em curto espaço de tempo, o número de presenças duplicou.
À medida que as matérias se foram diversificando, o interesse foi crescendo através de uma maior intervenção nas aulas e fruto de trabalhos elaborados pelos próprios alunos destinados à exposição de final de curso. Momentos houve em que sem contar, foram expostas estórias de vida relacionadas com as matérias que estavam a ser dadas, o que é revelador do interesse pelas referidas aulas.
A disciplina, cadeira ou como entenderem chamar de “Cultura e Sociedade”, iniciou-se com cerca de ½ dúzia de inscrições e, passado que é um ano já contamos com vinte. A assiduidade é boa, numa média de 75% de presenças. Respeitam-se os compromissos de qualquer tipo, os períodos de menor motivação, porque além do conhecimento promove-se o bem estar de cada um.
É importante para um melhor esclarecimento sobre esta minha experiência, focar o comentário do colega e professor Auzendo (como vê estou a melhorar, já escrevo o seu nome com Z) no meu primeiro artigo neste Blogue, que desde já faço questão de agradecer e, faço-o a partir deste novo texto, com a intenção de proceder, se me permite, a algumas correcções, nomeadamente, à questão da paternidade do Clube Sénior. Lamento informá-lo, mas não sou o pai da criança, porque esta não corresponde ao meu ADN. Penso aliás que o melhor será não chamar pai a ninguém, isto porque quando contactei a vereadora da cultura do município do Sobral, a Drª.Patrícia Patrocínio, foi-me informado pela mesma que se encontrava em elaboração um projecto relativo ao Clube Sénior, o qual previa a constituição de um espaço de partilha de conhecimentos destinado aos seniores do concelho. Penso que quem muito investiu neste projecto terá sido a nossa coordenadora, Drª.Cláudia Simões, ligada aos serviços sociais da Câmara Municipal. Portanto haverá uma, duas ou mais madrinhas. Depois, a chamar padrinho, este seria o nosso colega Afonso Faria, o qual já dirige qual PPP (o Afonso que me desculpe a ironia) há já alguns anos, na área da informática, foi ele quem pôs os nossos meninos a tratar por tu os computadores. Comigo verificou-se quando muito, uma certa sintonia com o acelerar do projecto, além de naturalmente, assumir o contacto com a sua esposa, que me ajudou a convencê-lo em boa hora (..o homem está doido!) a colaborar neste projecto.
Esclarecida que está a paternidade do projecto, passamos a outro ponto. O lema alentejano de o NADA FAZER (semelhante ao italiano, non fare niente) é algo que qualquer alentejano sabe muito bem o seu significado, no qual se assume, efectivamente, o devagar, o devagarinho, e o muito devagarinho, mas não a marcha-atrás, nem sabemos o que é que isso quer dizer, é mais de outras regiões do país, onde se marcha para a frente ou se marcha para trás. São questões de ordem cultural (é este tipo de CULTURA que está presente na matéria que dou).
Notícias? Trago de certeza e outras coisas mais, mas as aulinhas de Cultura e Sociedade e o que a gente lá conversa, é privilégio dos seus frequentadores (este grupo, esta comunidade é a SOCIEDADE, que de algum modo identifica também matéria, que lecciono) e só eles podem transmitir o que interiorizaram nas aulas. Conhecimentos sobre a matéria, só participando ou visitando-nos, porque o tal professor (eu) sobre isso não vai falar no blogue.
E por hoje fico-me por aqui. Até sempre,
José Belo

1 comentário:

  1. Faço parte do grupo do Clube Sénior desde a 1ª. aula. Confesso que quando pensei em aceitar este desafio, não estava muito segura do que me iria acontecer, mas em boa hora o fiz.
    O professor da disciplina de Cultura e Sociedade, uma simpatia. Além da matéria programada para as aulas, está sempre pronto a colaborar no esclarecimento de qualquer dúvida que surja, mesmo fora da matéria que se está a abordar na aula.
    Não sabia qual o conteúdo desta cadeira, mas acho muito interessante a abordagem de todos os assuntos em geral, pondo assim à prova a cultura geral de cada um de nós e despertando o espírito para adquirir novos conhecimentos ou reavivar outros já esquecidos. A matéria que mais me fascinou tem a ver com a evolução do Homem, desde os primórdios até chegar às sociedades actuais, o seu comportamento individual e em sociedade As aulas dadas há décadas já estavam de todo esquecidas. E foi bom reaprender todas as metamorfoses por que passou o ser humano, adaptações climáticas, aparecimento de pequenos núcleos que à medida que se desenvolviam começaram a constituir pequenas sociedades, até chegar aos nossos dias.
    Muito mais se poderia dizer sobre esta aula, mas daria um "romance" e há que deixar lugar para outros continuarem a comentar.
    Por último, uma palavra de reconhecimento a quem incentivou a existência deste Clube e um agradecimento especial a todos os professores voluntários, neste caso concreto ao Professor José Belo, pela sua dedicação e interesse em nos proporcionar umas aulas agradáveis, onde além da matéria também se convive de uma maneira muito saudável, motivando-nos assim a continuar e a querer aprender sempre mais. Mesmo esquecendo muita coisa, os nossos conhecimentos vão-se sempre alargando.
    Não é em vão que existe o ditado "Aprender até morrer"!
    E nós queremos continuar a aprender muitas coisas novas, e até mesmo aprender a aceitar as ideias dos outros e a ser mais tolerantes.
    Lourdes Henriques.

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