2012
foi proclamado pela União Europeia Ano Europeu do Envelhecimento
Activo e da Solidariedade entre Gerações. Falámos disso aqui no
blogue, soubemos que alguma coisa nesse sentido se foi fazendo um
pouco por todo o País, acho que principalmente colóquios,
conferências, um ou outro encontro de pessoas de várias gerações.
De concreto, de duradoiro, que eu saiba, nada ficou que pudesse dar
continuidade, e aprofundar, estas duas ideias fundamentais que são o
“envelhecimento activo” e a “solidariedade entre gerações”.
No Sobral algo se terá feito, mas pouco se viu, e também nada
“ficou” que perdure.
Agora,
a
mesma
União
Europeia
proclamou
2013
“Ano
Europeu
dos
Cidadãos”.
Pretexto
para
esta
iniciativa
é
a
celebração
do
20º
aniversário
do
célebre
(e
mal
fadado?)
Tratado
de
Maastricht,
assinado
em
1
de
Novembro
de
1993,
que,
entre
muitas
outras
coisas,
criou
aquilo
a
que
hoje
chamamos
União
Europeia
(antes
era
a
Comunidade
Europeia),
instituindo
a
livre
circulação
de
pessoas
e
aquilo
a
que
pomposamente
se
chama
cidadania
europeia,
a
“cidadania
da
União”.
Como
é
costume
e
já
aconteceu
em
2012,
“será
organizada
em
toda
a
EU
uma
série
de
eventos,
conferências
e
seminários,
a
nível
nacional,
regional
e
local.”
Há
vários
links
em
que
se
podem
obter
mais
informações
sobre
este
tema:
http://ec.europa.eu/portugal/blogue_europa/index_pt.htm
e
http://europa.eu/citizens-2013.
O
envelhecimento
activo,
celebrado
no
ano
passado,
foi
um
tema
que
interessou,
e
interessa,
directamente
à
generalidade
dos
leitores
deste
Blogue
“Sénior”.
O
tema
deste
ano
não
nos
interessará
tanto,
por
razões
óbvias.
Aliás,
para
os
portugueses
em
geral
este
ano
europeu
dos
cidadãos
vem
já
um
pouco
tarde
… e
algo
reduzido
na
sua
amplitude.
É
que,
especialmente
desde
2011
e
com
maior
ênfase
no
último
ano,
os
portugueses,
especialmente
os
mais
jovens
e
mesmo
muitos
chefes
de
família,
começaram
a
ser
obrigados
a
ir
para
outros
países
em
busca
do
emprego
que
no
País
não
encontram.
Estão
pois,
há
muito,
a
usufruir
do
“direito
a
residir”
na
União
Europeia.
E
não
só
nos
países
que
a
integram:
também
na
Suíça,
na
Noruega,
no
Brasil,
na
Austrália,
na
África
do
Sul,
até
em
Angola
ou
Cabo
Verde…

E
nós,
sobralenses
seniores,
que
temos
que
ver
com
isto?
Nada.
Temos
só
os
nossos
filhos
ou
os
nossos
netos
no
desemprego
ou
quase,
ou
emigrados
ou
com
perspectivas
de
o
serem
… Isto
para
não
falar
no
rombo
(leia
com
“m”
ou
com
“u”,
como
preferir)
das
reformas
… Ano
Europeu
dos
Cidadãos?
José
Auzendo
Olá Prof. Auzendo
ResponderEliminarTem razão em tudo o que diz. Afinal o Ano Europeu dos Cidadãos são todos os anos, pois os cidadãos têm sempre que viver e precisam sempre de apoio. Dão estes nomes muito pomposos não sei porquê. Afinal os cidadãos muitas das vezes são tratados como se de animais se tratasse ... e mesmo esses têm direito a ser tratados com um mínimo de dignidade.
Seria muito melhor que se preocupassem mais com os direitos (saúde, infância, escolaridade, reformas e tantos outros) dos "cidadãos" e menos com os eventos que lhes dão tanta pompa ...
Um abraço da
Lourdes.
Professor Auzendo, não sei muito bem o que escrever sobre este Ano Europeu dos Cidadãos. Só sei é que na União Europeia “são todos iguais”, só que uns são mais iguais do que outros. Este pobre País à beira mar plantado não passa disso, de um pobre país de pobres cidadãos, parente pobre de alguns parentes ricos, que o exploram com juros elevados, enchendo os bolsos deles, parentes ricos. E ele, esse nosso país, a ficar cada vez mais parente pobre.
ResponderEliminarPara quê comemorarmos o “Ano Europeu dos Cidadãos”, quando os jovens portugueses, para sobreviverem, têm que avançar “por mares nunca dantes navegados” do mercado de trabalho e emigrar. Qual a ajuda da União Europeia? O cidadão português é, cada vez mais, um cidadão do Mundo, não por honra ou distinção, mas para vender o seu trabalho, cada vez mais especializado.
Se querem comemorar alguma coisa comemorem o desemprego, o aumento de impostos e a redução de ordenados e reformas. Estas são uma realidade mais nossa e digna de ser discutida em seminários e colóquios…
Maria Alexandrina
Mais uma chamada de atenção muito pertinente neste texto.
ResponderEliminarDe vez em quando institui-se o ano disto, o ano daquilo, fazem-se uns colóquios, manda-se umas "bocas", depois a coisa fica por isso.
Agora 2013 é o Ano Europeu dos Cidadãos. E se os objectivos são os citados (aumentar a sensibilização dos cidadãos para residir livremente na UE, esclarecê-los sobre políticas de que podem beneficiar por direito, estimulá-los a partticipar no processo de elaboração dessas políticas, etc etc), direi que são muito bons, mas concordo que tudo isso já deveria ter começado mais cedo. Portugal neste momento já tem milhões de portugueses a viver pela Europa fora, pois infelizmente e muito por políticas erradas, tem aumentado assustadoramente a nossa emigração.
Também concordo consigo de que precisávamos bem mais de uma política europeia para os cidadãos. E os exemplos citados acerca dos juros que pagam Bancos e que pagam contribuintes, mostram o escândalo que por aí anda.
Bem haja por mais este brilhante texto!
Um abraço
Joaquim Sustelo
Eu dava-me por muito contente que as nossas camadas jovens aprendessem o verdadeiro significado da palavra cidadão; que as camadas menos jovens se lembrassem e pensassem na aplicação do termo. E que todos juntos a puséssemos em prática.
ResponderEliminarFaz falta mais humanidade, compreensão, diálogo, bondade e respeito.
Seja qual for o ano, qualquer que seja a época, com ou sem crise
Bem hajam
Hortense Bogalho