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sábado, 12 de novembro de 2016

Os vários ciclos de trabalho na vinha



O texto anterior fez-me pensar no ciclo do trabalho da vinha.
Do primeiro ciclo de trabalhos na vinha, fazem parte a poda, juntar as cepas e destruir as vides espalhadas pelo chão, trabalho este feito por uma alfaia própria. Entretanto, é necessário eliminar as ervas daninhas.
Com o desabrochar e crescimento das parras e cachos de uva, outro ciclo de várias etapas se inicia. A dada altura é tempo de começar os tratamentos de prevenção, ou seja a aplicação do enxofre e das sulfatações, que ocorrem com intervalos de duas semanas e prolongam-se até por volta do mês de Julho. Também há que fazer a manutenção do terreno. Todos estes trabalhos são executados com a ajuda de máquinas agrícolas, felizmente. Durante este ciclo é preciso estar muito atento às doenças que possam surgir, como por exemplo, o míldio e o oídio, normalmente provocadas pelas más condições atmosféricas. Quando o problema surge é preciso tratá-lo de imediato.
Por tudo isto, a presença na vinha neste período é quase constante, e durante as muitas passagens por lá, é frequente encontrar nas cepas algo que me deixa encantada, de coração cheio ou seja, os ninhos dos passarinhos lá bem escondidos por entre as parras. São pequenas obras d´arte construídas com muito amor para ali poderem criar os seus filhotes. Quando lá volto a passar, não resisto e vou espreitar, e lá estão aqueles seres tão pequeninos ainda, quase despidos, de pescoços levantados, biquinhos abertos, esperando que os pais lhes tragam comida para saciar o seu apetite. Um cenário maravilhoso, verdadeira maravilha da Natureza.
Com a aproximação da chegada do Outono, chega também o 3º e último ciclo do ano, ou seja a vindima. Nessa altura para efectuar essa tarefa, lá está ao que antigamente as pessoas chamavam o “rancho”, que é nada mais, nada menos, do que um grupo de homens e mulheres, que naqueles dias esquecendo um pouco os seus problemas pessoais, trabalham com muita alegria e boa vontade.
A uva é cortada para os baldes de plástico, e depois despejada na tina transportada pelo tractor que vai acompanhando as pessoas pelas carreiras da vinha. Entretanto, a uva é transportada para a Adega da Cooporativa, onde é transformada naquele néctar de grande qualidade produzido na nossa região, ou seja o vinho branco e tinto, tão apreciados por muitas pessoas. É muito interessante poder acompanhar de perto o desenvolver desta produção que é a uva. E já na fase final, ver aquelas cepas carregadas de uvas brancas doiradas pelo Sol, tão belas e apetecíveis, mas as tintas também não lhes ficam nada atrás, deixam-nos muito felizes.
Assim, termina mais um ano de trabalho intenso, que poderia ser mais gratificante se a conjuntura actual permitisse que esta actividade fosse mais remunerada. 
AH! Resta-me agradecer ao S. Pedro, por normalmente nos brindar com dias de vindima maravilhosos, e também à Mãe Natureza por ser tão generosa.
Passado algum tempo ninguém pode ficar indiferente à cor do Outono, às pinceladas
magistrais do acaso!
Rosa Santos


terça-feira, 8 de novembro de 2016

EM CONTACTO COM A NATUREZA


Estávamos em meados do mês de Abril. O dia amanhecera bastante nublado, e o vento que se fazia sentir parecia anunciar chuva. Mas o Astro Rei lá bem no alto do firmamento ao espreitar por entre as nuvens não se deixou intimidar, e pouco a pouco impôs a sua presença, acabando por estar um lindo dia de Primavera. Nesse dia, ali andava eu na minha vinha, sozinha, entregue aos meus pensamentos, e juntando as cepas que os homens ao podar deixaram cair. De vez em quando parava para descansar um pouco, e ao mesmo tempo contemplar aquele deslumbrante “Vale Encantado” que é toda aquela zona envolvente de Arruda.
Também não fiquei indiferente às pequenas parras, e aos primeiros cachinhos de uva que das cepas começavam a desabrochar. A dada altura, despertei também para algo maravilhoso que ao meu redor estava a acontecer, os passarinhos... Ali andavam
eles, alheios à crise, e por isso felizes e contentes, e com o seu chilrear ecoando lindas melodias. Ora cantavam uns de um lado e logo outros de outro lado respondiam, como se de uma desgarrada se tratasse. Achei o espetáculo fantástico. Então tentei visualizá-los, o que não foi nada fácil, dado o seu tamanho minúsculo. No entanto, lá fui conseguindo ver, uns pousados nos fios do telefone, outros pousados no telhado da casa da vizinha Isabel. Os melros vestidos de preto com o seu bico amarelo pousados nos troncos das cerejeiras. Os melros, aqueles marotos que descaradamente, e a seu tempo comem-nos as cerejas todas. É verdade que ao constatar tal facto, fico bastante zangada com eles, mas como não sou de reserva depressa fazemos as pazes. 
E assim, no final de mais um dia de trabalho, cansativo é certo, dei por mim a pensar! Meu DEUS como eu me sinto feliz ao poder viver em liberdade, e em contacto com as maravilhas que a Mãe Natureza nos oferece. Afinal, se pensarmos bem, é preciso tão pouco para nos sentirmos felizes. Basta para isso, estarmos atentos ao que se passa à nossa volta, e saber apreciar.
Rosa Santos

terça-feira, 14 de junho de 2016

2º. Encontro de Coros do Oeste


Decorreu no passado dia 5 o 2º. Encontro de Coros do Oeste, que contou com a participação de 12 coros, entre os quais o GRUPO CORAL GENTE-GIRA do Clube SobralSenior Activo.
Somos um grupo de idosos, gostosamente velhos como diz o Afonso Faria, que se juntou e resolveu formar um Coro. O regente, o Professor Pedro Sanguinho, é um Voluntário que se propôs oferecer os seus conhecimentos musicais e transmiti-los a quem do concelho se quisesse juntar ao grupo. São vozes longamente usadas, pessoas na sua maioria sem conhecimentos musicais, mas que com gosto e força de vontade se negam a ficar na inércia.
Cantar num Coro é a expressão encontrada, e foi com muita satisfação que pela 2ª. vez participámos neste evento. Não sendo insensíveis às imperfeições, ao grupo, o trabalho conseguido, o caminho a percorrer são os motivos do entusiasmo cada vez mais notório nos elementos do coro.
Fica aqui uma pequena amostra do que se consegue fazer com boa vontade e empenho. Basta querer.
Lourdes Henriques
  

Subscrevo as palavras da Lourdes.
Apesar de “pequenos e pouco experientes”, somos enormes em querer, divertimo-nos e marcamos a diferença.
No Sobral de Monte Agraço não há um grupo de velhos que cante tão bem!
Ao partilharmos estas peças no blogue queremos mostrar o trabalho desenvolvido. Para quem não sendo do Sobral me questiona interessadamente sobre a “vida” do Coro e manifesta a tristeza de não poder participar, fica o registo.
Para quantos sendo do Sobral desconhecem a nossa actividade, fica o registo.
Para todos os que sabendo da nossa actividade não nos acompanham, fica o registo.
Este grupo espelha uma cumplicidade bem patente na forma de encontro, na saudável convivência.
Orgulho-me de fazer parte dele!
AFaria

terça-feira, 31 de maio de 2016

Clara Joaquim

Juventude
Arrozal



Peixes exóticos

Lago

Sonho

Bailarina

Jarros


Rosas
Gatos


Tourada



















Chama-se Clara Joaquim a autora destas pinturas.

Frequenta as aulas de Informática do Sobral Sénior .
Nasceu em Alenquer mas actualmente vive em Silveira, Frequesia da Sapataria.

O seu gosto pela pintura vem de há muitos anos, quase de sempre.

Há cerca de duas décadas participou em cursos de pintura no Sobral de Monte Agraço na altura financiados pela "Europa" e mais recentemente frequentou a Universidade Sénior de Torres Vedras, nesta disciplina.
 

Possui muitas obras "armazenadas", não as vende, oferece algumas, desfruta-as.

Tem esperança que no próximo ano a disciplina de pintura faça parte das actividades do Clube Sénior. Pintura é sem dúvida a sua actividade lúdica de eleição.
 
Para além da técnica, há a alma, a captação dos movimentos do espírito, dizia-me.

Mais uma artista no nosso clube, uma personagem discreta.

Obrigado por me ter permitido a divulgação!

Barcos


AFaria

terça-feira, 17 de maio de 2016

ADEUS FRANCISCO


Mais um companheiro da nossa caminhada nos deixou. Partiu hoje para outra
dimensão, aquela em que sempre acreditou fervorosamente e onde julgo que terá um lugar muito especial.
Partiu o nosso amigo e colega de Coro e Artes Cénicas FRANCISCO, o nosso “Alegre” das Artes Cénicas. O SobralSénior Activo ficou triste e mais pobre.
Pessoalmente, além de companheiro do Clube Sénior, além de um grande amigo, ligam-me laços familiares. Durante muitas décadas partilhámos momentos de muita alegria e felicidade, mas também de grande desespero e dor.
Esta é a última Homenagem que lhe presto e julgo que interpreto também o sentimento colectivo do nosso grupo.
Acabou o teu sofrimento Francisco, Paz à tua alma e que Deus te guarde num lugar muito Especial. 
Lourdes Moutinho 

domingo, 24 de abril de 2016

DIA MUNDIAL DO LIVRO (Um pequeno apontamento)

Fernando Pessoa

Luís de Camões
No passado dia 23 comemorou-se o convencionado DIA MUNDIAL DO LIVRO.
Em parceria com a juventude estudantil deste concelho, alguns participantes do Clube SobralSénior Gente Gira tiveram a sua intervenção num encontro em que se evocaram grandes figuras da literatura portuguesa.
Padre António Vieira
Florbela Espanca
Saramago
Almeida Garrett
FERNANDO PESSOA, LUÍS DE CAMÕES, PADRE ANTÓNIO VIEIRA, ALMEIDA GARRETT, EÇA DE QUEIROZ, FLORBELA ESPANCA, SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN e JOSÉ SARAMAGO foram os ilustres literários escolhidos para intervir neste acontecimento. Jovens e Seniores “encarnaram” estes personagens de vulto do passado, tendo cada um feito a sua breve apresentação de uma forma autobiográfica.
Eça de Queiroz
Também outros participantes intervieram questionando os autores presentes ou lendo pequenos excertos das suas obras literárias, quer em prosa ou poesia.
Este evento decorreu na Biblioteca Municipal do Sobral, após o que os Ilustres Personagens percorreram algumas ruas da vila e fizeram uma pequena abordagem nalguns cafés, deixando ficar livros para apreciação de quem quisesse, com o intuito de estimular o interesse pela leitura e conhecimento dos nossos escritores.
Sophia de Mello Breyner


Como espectadora deste pequeno “encontro histórico”
Os personagens
agradeço à câmara e a todos os intervenientes deste evento a oportunidade de ter podido conviver NA 1ª. PESSOA (assim se chamou o mesmo), com figuras tão ilustres do nosso passado que nos deixaram um património literário que perdurará pelos séculos.

Lourdes Henriques

sábado, 16 de abril de 2016

O Segredo

Quando em criança brincava com as amiguinhas da escola lembro-me de muitas vezes dizermos que “vou-te contar um segredo mas não contes a ninguém”. Passado pouco tempo esse “segredo” confidenciado já era
público e tinha portanto deixado de o ser.
Mais tarde na juventude, aluna de liceu e depois jovem empregada de escritório, também essa frase era pronunciada muitas vezes em conversa e confidenciando com amigas especiais. E tantas vezes, tal como na infância, passado pouco tempo o “segredo” tinha-se também tornado público.
Mas afinal o que será mesmo o SEGREDO?
Os setenta anos da minha experiência de vida ensinaram-me que o “segredo” é algo mais do que imaginamos nos verdes anos. Na minha modesta opinião e de acordo com o meu sentir e vivência, o “VERDADEIRO SEGREDO” é algo muito pessoal que apenas partilhamos com o nosso “EU”. A partir do momento em que o contamos a alguém, ainda que esse alguém seja íntimo muito especial na nossa vida, deixará de ser segredo, pois haverá sempre a probabilidade de um dia esse alguém violar a promessa de “saber e calar”, por vezes até mesmo distraidamente sem qualquer intenção de maledicência. A palavra “partilha”, por si só, já define o “não segredo”. Para mim, o verdadeiro segredo é algo do nosso íntimo que desejamos, com que sonhamos, por vezes até algum sofrimento oculto que não queremos ou não conseguimos, por falta de coragem, revelar a ninguém. Quando há necessidade de falar com alguém, deitar cá para fora o que nos vai na alma, poderemos chamar de confidência, desabafo, partilha, mas a partir desse momento deixará de ser segredo.
E estou apenas a referir-me ao segredo do ser humano como pessoa individual, cada pessoa no seu “EU”.

domingo, 10 de abril de 2016

Em meu entender...


No sábado passado às 16 horas no Cine Teatro do Sobral, houve uma manifestação cultural, uma actividade coral.
Não houve grande adesão de espectadores. Creio que os coralistas eram em maioria. Depois de meditar, ouso alvitrar alguns motivos para que tal se verificasse.
Quem em seu perfeito juízo organiza um evento destes para uma sala tão grande? Fizéssemos esta actividade no auditório e poderíamos dizer que a sala estava “à cunha”!
Quem ousa organizar uma actividade destas competindo em simultâneo com um faustoso funeral alindado com várias viaturas de corporações da periferia?
Quem organiza tal evento em dia de campeonato da 1ª liga onde o Benfica e Sporting jogam? Não à mesma hora? Pois não, mas como se podem comprar as cervejas e pevides se não na parte da tarde?
Será que se ponderou bem, quando se aceitou a participação de um coro que comemorou quarenta anos de actividade? Se calhar não conseguem audiências na sua zona e querem fazer figura aqui no Sobral...
Alguém pensou que ao usarem os velhos do coro do Sobral retiravam a possibilidade dos pais saírem de casa? Como poderiam ir ao Cine Teatro? Quem tomaria conta dos filhos?
Depois...16h! E o lanche? Se ao menos no fim do espectáculo facultassem uma bifana, uma sandes de courato, torresmos e um copo de vinho... Assim não!
Depois há coisas que me deixam com a “pulga” atrás da orelha... De borla? Hum, não deve valer nada, a malta já não cai nessa...É verdade que houve divulgação espalhada pelas ruas do Sobral. Não Chegou! Deveriam ir de porta em porta dando a possibilidade de quem fosse ao espectáculo... trocar o ingresso por um par de pastilhas elásticas...
Para além do mais, um dia de chuva, de frio...
Em meu entender, aquela sala merece melhor ocupação ao exemplo das grandes enchentes de Teatro, de Cinema ao longo do ano.
Não se deve esbanjar recurso com estas coisas de somenos importância. Em meu entender, e depois do que me contaram e após tanto esforço, conseguir ter o Cine Teatro em actividade deveria conduzir a uma preservação e poupança, fechando as portas para que não se estrague.
O Sobral merece isso!
AFaria