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quinta-feira, 3 de maio de 2012

A saúde e como não perdê-la

Celebra-se em 2012 o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Por isso, mas não por isso, vou publicar neste espaço, regularmente, espero que semanalmente, um artigo sobre a problemática do envelhecimento. Não serão, no essencial, textos da minha autoria, mas antes transcrições, resumos e adaptações de artigos de outras publicações, que serão claramente identificadas. Seguirei também oManual de Envelhecimento Activo, da Lidel- Edições Técnicas, Ldª. (que referirei como MEA-Lidel). Não mencionarei, em princípio, nem os nomes dos autores dos artigos, nem a bibliografia citada ou utilizada. Sempre que tenha encontrado as minhasfontesna net, escrevê-lo-ei com as palavrasver net. Convido o leitor a seguir-me nesta busca e divulgação de temas ligados ao envelhecimento: o Blogue é nosso, logo seu. Escreva para sobral.senior@gmail.com, ou faça umcomentáriono próprio Blogue.
José Auzendo
Texto 4

A saúde e como não perdê-la
In MEALidel, entre outros

Neste nosso ziguezaguear, estamos hoje a fazer uma breve visita ao primeiro dos pilares em que assenta o modelo de envelhecimento activo, a saúde, baseada em diagnósticos médicos ou percebida pelo próprio idoso. São várias as doenças com maior incidência nos idosos, muitas delas crónicas, muitas incapacitantes, muitas mortais. E a situação agrava-se em Portugal quando se sabe que a população portuguesa com mais de 65 anos representa já cerca de 20% do total, quando em 1960 não ia além dos 8%. Espera-se que atinja os 32% em 2050 (Público, 10.4.2012, p.47): e, “quando se discutem alterações ao modelo de financiamento/gestão do Serviço Nacional de Saúde, as necessidades crescentes e a aposta na saúde de uma população que envelhece não poderão ser ignoradas…” É pois imperioso que, individual e colectivamente, estejamos atentos ao que vai acontecendo no País, para não sermos apanhados desprevenidos e, acima de tudo, para podermos intervir quando for necessário. Há instituições a que devemos juntar-nos nesses momentos.

Vou agora dar a palavra à revista “Caminhar”, da Universidade da Terceira Idade de Torres Vedras. A população portuguesa vai envelhecendo, rondando a esperança média de vida de 70 anos para os homens e de 80 nas mulheres, sendo por isso ainda mais importante estar atento à qualidade com que são vividos esses anos. Com o passar da idade, ocorrem transformações no nosso corpo que não conseguem evitar-se; mas podemos e devemos preparar o organismo para uma velhice saudável e garantir energia para toda a vida. O metabolismo do indivíduo tende a diminuir com o passar dos anos, ou seja, as necessidades energéticas são menores; mas, não obstante, são elevadas as necessidades nutritivas, sendo portanto fundamental uma escolha acertada de alimentos ricos em vitaminas e minerais, mas pobres em gorduras e açúcares. Voltaremos ao tema.

Algumas das doenças que surgem nestas idades estão directamente relacionadas com a alimentação. Citemos os derrames cerebrais, os enfartes, a diabetes, a osteoporose, entre tantas outras complicações. É, assim, fundamental prevenir a sua ocorrência através da aquisição de hábitos mais saudáveis. Voltando ao MEA-Lidel, pág 8/9, ficamos a saber que a tensão arterial alta surge como a doença crónica mais comum, com frequências superiores a 80% a partir dos 45/55 anos, em ambos os sexos. E que existem mais de 20% de idosos com obesidade entre os 55 e os 74 anos de idade. Ora a obesidade é, segundo o Portal da Saúde (ver “obesidade), uma doença que constitui um importante factor de risco para o aparecimento, o desenvolvimento e o agravamento de outras doenças. E é, depois do tabagismo, a segunda causa de morte passível de prevenção. Isto é, pode evitar-se. O que causa a obesidade? Uma dieta rica em gorduras, hidratos de carbono e de álcool, aliada a uma vida sedentária.

A Organização Mundial de Saúde aponta um estilo de vida activo, físico e mental, como uma das principais formas de prevenir doenças, de manter o funcionamento cognitivo e de providenciar a integração na sociedade. Ou seja, é possível conservar a saúde e a independência à medida que se envelhece (MEA-Lidel, pag.13) através do aumento da prática da actividade mental e física, nesta se incluindo o trabalho, a recreação, o exercício físico e as actividades desportivas. Esta é uma mudança que está nas suas mãos: vai ver que, depois de começar, apenas se vai arrepender de não ter começado mais tempo.

No texto 2 deixámos-lhe algumas dicas sobre exercícios físicos, que a seu tempo desenvolveremos. Dizemos-lhe hoje que os desportos de água são aconselhados para todos, mas especialmente para as pessoas mais velhas, nomeadamente para as que têm problemas articulares e que não executam os movimentos corporais com segurança, ou sem dores, em terra. (MEA-Lidel, pag 26)

Já antes falámos, e voltaremos a falar, no sono: digo-lhe hoje que tentar reduzir as horas de sono, além de provocar um esforço contra a própria natureza, representa uma violência que se paga em termos de saúde mental…mas também da própria saúde física, porque as ligações ao sistema imunitário estão sempre presentes, e aquele nunca dorme – O sono, Lidel, pag. 33.
 

5 comentários:

  1. Boa noite a todos
    Na verdade a saúde na 3ª. idade está muito abandonada. As pessoas só desde há alguns anos para cá estão a modificar a mentalidade no sentido de despertarem para uma velhice mais saudável. A ideia antiga de que velhice é sinónimo de fim e esperar sentado o combóio da morte, ainda está bastante arreigada na mentalidade de uma grande parte dos mais idosos, principalmente nas localidades mais pequenas e do interior, onde ainda não estão divulgadas estas novas práticas de desenvolvimento e acompanhamento da 3ª. idade. Mas a camada dos idosos mais jovens, já está muito receptiva a tudo isto. No entanto, nem sempre é fácil cumprir com as boas regras para uma boa saúde, uma vez que os baixos recursos de uma grande parte da população não lhes permite adquirir os melhores alimentos para por exemplo, combater a obesidade. A hidroginástica é outra actividade muito saudável, mas que nem todos podem lá chegar, não só por vezes por falta de recursos monetários como também pela dificuldade em se deslocarem para as piscinas. Muitos moram em locais completamente isolados, o que dificulta tudo. Todo este processo de envelhecimento sadio seria muito bom se houvesse um maior empenho das entidades estatais, municipais, concelhias, mas há uma grande lacuna em tudo isto. O que não quer dizer que por vezes também não haja muita falta de interesse dos próprios idosos, talvez um pouco por comodismo ou falta de estímulo. Não têm quem os incentive. Caminhar, por exemplo, é um desporto acessível a toda a gente. No entanto, nem toda a gente o faz.
    Enfim, todo este processo a ser cumprido com um certo cuidado e atenção, poderá de facto ajudar a cada vez mais envelhecer melhor e mais tarde. É bom que sejam divulgados todos estes actuais estudos e estatísticas de envelhecimento, pois mesmo que nem todos consigam mentalizar-se para o "desafio" que é a velhice, pelo menos uma grande parte dos idosos da actualidade,
    se não a maior, conseguirá de certo "entrar no jogo" e tentar lutar por uma velhice mais saudável e retardada.
    Quanto às gerações jovens, julgo que com a divulgação de toda esta prática actual, nas escolas, em relação ao que se tem vindo a fazer com os idosos, será um "abrir de olhos" para começarem desde jovens a precaver-se para lidarem mais tarde, com a sua velhice saudável, de uma maneira natural.
    Lourdes Henriques

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  2. É muito bom de dizer mas, nem por isso de se praticar!!!
    Como diz a Milú, nem todos têm acesso ás «novidades» acrersidas, tão nesseçarias a quem delas precisa. Diremos que «querer é poder»
    certo!!! vamos á luta!! quanto mais não seja no "papel"
    É muito bom, bom mesmo, a velhiçe mais nova e,sem mazelas de maior, tem tudo para não se fazer velhos.
    Força "gente"!!!quero "ver" isso!!!Todos que é para parecer muitos!!!

    Avoluisa

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  3. Quem é a 3ª idade, que fazemos, ou melhor que nos fazemos? Cada vez mais me convenço que não haverá condições para nada se não estivermos interiormente dispostos que algo aconteça.Agir com os nossos recursos, agir com as nossas ferramentas, obter conhecimentos e escolher. O pior que nos pode acontecer é ficar à espera que alguém faça por nós, que decida por nós. Não são precisos muitos recursos para uma opção de vida saudável, de um exercício adequado ao nosso meio e situação.Depois, que haja criatividade e VONTADE.
    Gostei de reler, relembrar conhecimentos que de uma forma ou outra só não os coloco em prática se não quiser!

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  4. Estes textos do professor Auzendo têm sido muito didácticos, mas este assunto interessou-me particularmente, visto que alerta para a prevenção da doença, em vez de do tratamento da doença, o que significa que mais vale prevenir do que remediar.

    Com o aumento da percentagem de idosos na população portuguesa, podemos ser um estorvo para o Serviço Nacional de Saúde e, tal como disse o sr. Auzendo, precisamos de estar atentos, não venha por aí alguma surpresa, e os idosos, com reformas cada vez mais baixas, sejam confrontados com cortes nos exames médicos, ou nos tratamentos de hemodiálise ou quimioterapia. Que seria de muitos de nós se, numa situação de necessidade, tivéssemos de recorrer a clínicas particulares ? Esperemos que seja só um receio nosso e que a realidade seja outra, bem diferente.

    Por outro lado, é preciso que os idosos se preocupem com a sua saúde e tentem fazer um dieta adequada à sua idade, porque cada caso é um caso: para isso existem médicos que podem aconselhar, e nós só temos de seguir à risca a prescrição.
    Maria Alexandrina Reto

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  5. Os textos e os comentários feitos sobre este problema que é a terceira idade são muito pertinentes. É um alerta para as pessoas mais velhas pensarem numa vida mais ativa. O desporto é uma boa solução. Eu faço ginástica só uma vez por semana, mas noto uma grande diferença no meu equilíbrio: estou muito melhor.

    Reformei-me aos 65 anos mas mantenho a minha atividade profissional, e gostaria de a manter por muito tempo. Faço aquilo de que gosto, e é uma boa forma de me manter ativa, física e mentalmente.


    Gostaria muito de poder viver mais alguns anos em boa forma e não ser um fardo para a minha filha. Se o Serviço Nacional de Saúde tiver alguns gastos com a minha saúde não faz mais que a sua obrigação: os descontos que fiz durante muitos anos, fi-los na intenção de, quando eu precisar, ter o apoio desses serviços.


    Mariana

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