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terça-feira, 8 de maio de 2012

Solidariedade entre gerações



Como tenho vindo a escrever semanalmente neste Blogue, celebra-se em 2012 o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Importa que, cada vez mais, criemos as condições para aumentarmos a nossa disponibilidade psíquica e mental para novas actividades, tanto de natureza física como cognitiva, para respondermos positivamente àquela ideia de que aqui falava há dias o prof. Afonso Faria: não nos deixarmos incluir no grupo “dos que não temos idade para isso”. Temos idade para isso, claro.
Entretanto, o Clube Sénior continua razoavelmente activo, as aulas continuam no seu ritmo normal com boa presença de “alunos”, as inscrições continuam a surgir, mesmo estando nós quase no fim do ano lectivo. Por seu lado, este blogue é também um instrumento importante para que outras pessoas possam estar e ser activas mentalmente, lendo e comentando, escrevendo e conversando sobre o que se escreve. Também no Blogue “as inscrições” vão surgindo, com a vantagem de estarmos longe do fim do nosso “ano lectivo”.

Mas o que mais imperiosamente me traz aqui hoje é a segunda parte do título do “Ano Europeu” que 2012 está sendo…Ou seja a “Solidariedade entre Gerações”. Quem acompanha as notícias ou consulta a internet vê que, um pouco por todo o País, se realizam iniciativas, pontuais umas, mais duradouras outras, envolvendo várias gerações…Idosos nos infantários, alunos de escolas em lares ou centros de dia da Terceira Idade, associações de jovens, ou de pais das escolas envolvidos com associações de reformados. E no Sobral de Monte Agraço?

No Sobral de Monte Agraço, parece que nada! Nada de nada. Temos jardins/escolas, escolas básicas e secundárias, associações de jovens, lares de terceira idade, associação de reformados…e nada! Ou há, e sou eu que ignoro? Quem responde?

E, todavia, fala-se de fraternidade, de amizade entre gerações. Na exposição de trabalhos escolares alusivos ao “25 de Abril9Clique aqui para ver mais fotos) patente na Galeria Municipal, vêem-se (até 19 de Maio) interessantes obras de alunos de escolas do Concelho: são as fotos de alguns desses trabalhos a razão de ser deste artigo. Todos eles merecem realce, mas eu permito-me destacar aquela expressão “sopa da fraternidade”. Não sopa dos pobres, não sopa da caridade: sopa da fraternidade. Lindo.

Falta darmos continuidade a estes trabalhos…

José Auzendo

7 comentários:

  1. Aos que, como eu, sejam leigos em informática, transmito a lição que acaba de me ser dada, via mail, pelo Senhor Informático do nosso Blogue: clicando nas letras a azul do texto temos uma visão mais completa da exposição, através de muitas mais fotos.

    Lindas fotos, aliás, as da Gitinha, a quem aproveito para agradecer publicamente. Elogiá-la não faria sentido, toda a gente a conhece, não precisa de elogios...meus. E o trabalho dela aí está à vista de todos.

    Eliminei o "comentário" inicial...porque uma coisa é nós confessarmos a nossa própria ignorância, outra é deixar que outros a percebam...nas nossas "costas"...

    José Auzendo

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  2. Boa tarde Professor Auzendo
    Também eu vi com muita curiosidade a exposição e admirei o trabalho exposto pelos alunos, todos eles de uma maneira geral, alusivos à solidariedade e interacção entre várias gerações. De facto é pena que se incuta no espírito das crianças essa teoria de aproximação aos idosos, mas depois na prática ninguém tome a iniciativa de promover essa aproximação. Pessoalmente posso afirmar que é uma experiência muito gratificante, pois eu própria já participei em Março num encontro entre um Lar da 3ª. Idade e alunos de uma escola, e posso afirmar que foi uma experiância única que jamais esquecerei. O carinho e emoção com que os miúdos ouviam os idosos, é indescritível. E estes, por sua vez, orgulhosos por poderem mostrar aos mais novos que também eles sabem coisas que lhes podem transmitir, como por exemplo poemas, canções, contos, desenhos fantásticos de vitrais e paisagens lindíssimas, tanta coisa que poderiam trocar! Mas para tudo isso se concretizar, é preciso VONTADE, apenas VONTADE, pois para esta troca de saberes e conhecimentos, nem sequer requer despeza da parte das entidades promotoras destes encontros. Apenas um pouco de Vontade, Carinho e Amor pelo próximo. E Tempo, sim Tempo. Mas esse tempo nem sequer é perdido, pelo contrário, é Ganho, é Lucro para os jovens que vão sendo sensibilizados para lidar com dignidade com os idosos, e para estes, que se vão revendo na sua juventude e muitas vezes conseguem recuperar factos passados que lhes vai avivando a memória. E sentem-se extremamente felizes ...
    E o Sobral tem tudo para poder promover alguns destes encontros com sucesso. É só querer!
    Um abraço
    Lourdes Henriques.

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    1. Respondo à D. Lourdes com muito gosto, dizendo que me lembrei muito da experiência que ela ralata quando escrevi o texto. Pensei mesmo citá-la, já consta deste Blogue. Mas esperei que ela, a experiência, cá viesse ter, como veio, pela mão de quem a viveu.

      E registo, aqui, o seu apelo. Eu fui mais moderado, receei que ... Não digo, não quero que me chamem pessimista...É que eu também acho que sim, que "é só querer".

      José Auzendo

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  3. Boa tarde. Gostei da matéria, é-me cara.
    Permitam-me que lembre que esse "só querer" tem vários envolvimentos. Sim, querer de uns e outros, uma questão de predisposição mental.Será que não estaremos a ter, cada um de nós, falta de iniciativa? Será que já manifestamos a nossa disponibilidade? Será que não estamos a ser demasiado passivos quando também temos que agitar consciências directamente?
    E se tivéssemos os "meios", que faríamos?
    Se ninguém faz, porque não empreender marcando a diferença? E como?
    É só um falar com os meus botões (ups, tinha deixado ligado o teclado!!! :)

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  4. Para ter VONTADE e QUERER não é preciso fazer despesa, diz e muito bem a D. Lourdes. Veja-se o exemplo do Clube Sénior: ninguém, certamente, esqueceu o convívio de Natal com a criançada do Jardim Escola. E foi recíproco: os séniores cantaram para as crianças e as crianças representaram para os séniores.

    Mas nós não sabemos utilizar a criatividade, habituámo-nos a utilizá-la a gastar o dinheiro que não tínhamos, por vezes com muito aparato e pouca substância. Era tudo fácil. Todos nos acomodámos, refastelados no nosso belo sofá, a olhar para o nosso umbigo porque, assim nos diziam e nós acreditámos e até dava jeito, vivíamos num oásis. Esquecemo-nos da impermanência das coisas e de repente… (ups. também deixei o teclado ligado :-))

    Voltando ao assunto. Para fazer a “sopa da fraternidade”, bastaria a VONTADE de uma ou duas escolas, passando da teoria à prática, QUERER voltar a convidar o Clube Sénior ou a Associação de Reformados para uma tarde de convívio. Será assim tão difícil? Para começar podia ser bom…
    Inês

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  5. Era muito bom...querer com "muita força"...e as coisas que nós desejamos..."com muita força" concretisavam....só isso?? e o resto? e o trabalho, e a imaginação, e a disponiblidade e....quem vai á frente??Estou cá para ver!!!

    Um abraço

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  6. A " Solidariedade entre Gerações" não é só a promover encontros entre associações de crianças, jovens e idosos que pode ser praticada. Esses encontros são importantes, levam às crianças e jovens o saber, a experiência dos idosos e dá a estes a alegria e a pureza de quem é novo.

    No entanto, sem sair da minha casa, vimos praticando, eu e a minha sobrinha/neta, " a Solidariedade entre Gerações" desde quase há cinco anos: no tempo de férias, recebo-a como hóspede a tempo inteiro, com cama, mesa e roupa lavada, para que os pais possam trabalhar descansados, sem a preocupação de não saberem onde deixar a menina. A minha sobrinha/neta é a nossa ligação familiar, hoje com dez anos, revejo-me nela muitas vezes; não sei se do convívio ou pelos laços familiares, tem muito de mim, não fisicamente, mas intelectualmente.

    Conto-lhe as histórias do meu tempo, de antigamente, e ponho-a ler o blog Sobral Sénior - Gente Gira e, um dia, com os olhitos ladinos cheios de lágrimas, perguntou-me. - Oh! Tia é verdade que as pessoas pediam esmola e a tia dava um tostão? Carinhosamente, expliquei-lhe que as diferenças sociais, no tempo em que eu tinha a idade dela, eram muito maiores do que as de hoje, mas comovi-me ao responder àquela pergunta feita tão ingénuamente e com tanto sentimento.Maria Alexandrina

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