VISITANTES

segunda-feira, 29 de março de 2010

Passeio por África... (parte VII)


Tal como muita gente dissera e contrariando o que o meu marido pensava, o parentesco não significara boas contas...

Em Nampula o meu Marido encontrou o Rodrigues. Dinheiro, disse ele, qual dinheiro?

As contas estão saldadas, se quiseres vai para o advogado. Com que provas?

Não consta no contrato que assinaste? Abrisses os olhos!

E assim ficamos com dois filhos, um de quatro anos e outro de dias...sem dinheiro.

Resolvemos mandar um telegrama ao Sr. Moreira como tábua de salvação a saber se a promessa dele se mantinha de pé, precisávamos dele. Sim, mantinha-se. Deslocou-se 800 quilómetros para nos emprestar dinheiro para a viagem. Nunca hei-de esquecer, que Deus o tenha num bom lugar no Céu!

Dei a mobília de quarto aos meus compadres, “vendi” o resto a um capitão da tropa portuguesa. Ainda hoje estou à espera do dinheiro...

E lá fomos nós quatro de comboio até Nacala, de barco até Lourenço Marques, conhecido hoje como Maputo.

Fiquei em Lourenço Marques em casa de um casal amigo aqui do Sobral, com os meus dois filhos. Também lhes estou grata. O meu marido seguiu para a África do Sul, arranjou logo trabalho, meteu os papeis para a residência de toda a família. Durante o tempo que lá esteve amealhou algum dinheirinho. O “Permit” acabou e ele teve que voltar a Lourenço Marques pois a autorização de residência não saiu naqueles espaço de tempo. Arranjou trabalho, alugamos casa e parecia que a vida se estava a normalizar.

Parecia! Dois meses eram passados ele caiu de um quarto andar, um mês hospitalizado, dois meses sem poder trabalhar porque fracturara uma vértebra.

Nessa altura eu dizia que não valia a pena rezar porque Deus não me ouvia.

Nesse espaço de tempo pensámos, vamos tentar novamente a África do Sul. Assim fizemos. Escrevemos uma carta ao ministério da Educação dizendo que tínhamos dois filhos e que ali não tínhamos possibilidade de os educar e se nos ajudava a entrar na África do Sul. Juntamos a documentação de toda a família e fomos a uma tradutora para traduzir para Inglês. Enviámos....


Alice (Sobral - Espaço Net)


1 comentário:

  1. O primo Rodrigues estava doente, sofria de amnésia.beiginhos alice

    ResponderEliminar