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sexta-feira, 12 de julho de 2013

Destaque 16

Estamos a publicar neste espaço pequenos resumos biográficos de pessoas de qualquer idade que, nascidas ou residentes no Sobral, conseguiram que os seus nomes “saíssem” do Concelho, por algum feito realizado no domínio das letras, das artes, da ciência, do desporto. Se não fosse excesso de pretensiosismo, diria que estamos a cantar “aqueles que por obras valerosas se vão da lei da morte libertando”, citando Camões. Mas é isso que desejamos que venha a acontecer… Colabore connosco, escrevendo para sobral.senior@gmail.com indicando-nos o nome e contacto de alguém que julgue merecer integrar esta galeria ou, se for o caso e preferir, enviando-nos a própria biografia.

E o destaque de hoje vai para …

                                                                                                                                                     
Orada Chambel

autora do livro de poemas Rédeas Soltas



No dia 8 de Junho, coincidindo com o encerramento da Feira do Livro no Sobral, foi apresentado no Auditório Municipal o livro de poesia “Rédeas Soltas”, editado pela “Lua de Marfim”. Para surpresa de muitos, foi uma festa bonita e muito participada, com intervenções de amigos e ex-professoras de Orada Chambel, com dissertações sobre o livro e a vida da autora, leitura de poemas do livro, e canto com acompanhamento musical: destaque, pelo carinho que a Orada Chambel merecem, as participações das suas Professoras Maria João Reis e Ana Cristina Cravo, do músico José Raimundo e da soprano Augusta Resende.

De seu nome completo Maria da Orada Gordo Chambel, nasceu em Junho de 1971 na Freguesia de S. Lourenço, Portalegre, de pais também oriundos do Alentejo, do concelho de Marvão o pai e do de Sousel a mãe. Poucos dias após o nascimento veio viver para Mafra, aqui ao lado, onde o pai tinha sido colocado na Repartição de Finanças local e, posteriormente, como bancário. Por cá viveu feliz, até aos 10 anos, altura em que completou o ensino básico na Escola Primária de Mafra, de que guarda ainda as melhores recordações.

Fala com enlevo da sua professora, a D. Alda, que depois se licenciou em História: era uma professora atenta e afável, sempre pronta a colaborar e a entusiasmar, “cativando os alunos pela sua maneira de se expressar tanto a nível oral como plástico: dava grande primazia às artes, à expressão plástica e à linguagem verbal, oral e escrita.”

Aos 10 anos, por razões de saúde da mãe, que necessitava de um clima menos húmido para viver, regressaram a Portalegre, onde estudou da Escola Preparatória ao 2º ciclo, até se fixar com os pais em Alter do Chão, onde completou o 3º ciclo. Teve alguma dificuldade em integrar-se na vida local de Alter, e confessa que sofreu bastante, designadamente nos primeiros tempos do 3º ciclo. Mais fácil foi a sua integração posterior, na cidade de Portalegre, onde concluiu o ensino secundário na Escola Secundária Mouzinho da Silveira, na área de Humanísticas. Hoje mantém os seus grandes amigos tanto em Alter como em Portalegre.

Aos 18 anos ingressa na Escola Superior de Educação de Portalegre, pois desde sempre se lembra de querer ser educadora de infância, talvez para retribuir a boa experiência que viveu em Mafra, no Jardim de Infância “ A Carochinha”. Ainda pensou tirar o curso de Antropologia, mas acabou por ficar no curso da sua escolha mais pessoal. E acertou, pois sempre teve muito boas notas, quer na área da expressão e educação físico-motora, dramática, plástica e musical, quer no que respeita à língua portuguesa, literatura infantil e inglês. E gosta muito do que faz. Depois do bacharelato finalizado em 1994, tirou um complemento de formação científico e pedagógico em “Expressões Artísticas: Expressão e Educação Físico-Motora, Dramática, Plástica e Musical”, concluindo, assim, a licenciatura e, após alguns anos, uma pós-graduação em Educação Especial, no domínio cognitivo e motor, onde, por essa razão, exerceu funções de Educadora de Intervenção Precoce.

Casou, teve um filho, divorciou-se e veio viver para o Sobral em Agosto de 2009, uma vez que se encontrava a exercer as suas funções pedagógicas no Agrupamento Joaquim Inácio da Cruz Sobral. Mas antes correu muito o País: deu aulas em Alter do Chão, Ponte de Sor, Crato, Açores (Ilha das Flores), Montargil, Galveias, Malveira, Lisboa (Estrela, Olaias e Alameda), Lourinhã, Sobral, Torres Vedras (no Agrupamento Padre Francisco Soares e no Agrupamento de S. Gonçalo, nomeadamente em Dois Portos e Carvoeira).

Com o divórcio e o sofrimento que isso lhe causou sentiu vontade de escrever, sem ter uma ideia exata do que ia fazer com o que escrevia. Sempre leu muito. Em Galveias entusiasmou-se ao descobrir os poemas de José Luís Peixoto. Tem em Florbela Espanca a sua autora de referência.
No corrente ano descobriu que a “Lua de Marfim” estava a fazer um concurso para uma antologia. Concorreu e um dos seus poemas foi integrado na antologia “A vida num sonho” da editora “Lua de Marfim”. Depois surgiu o desafio de escrever e publicar o seu próprio livro, e assim foi editado “Rédeas Soltas” que, numa espécie de regresso ao passado, foi também apresentado publicamente em Alter do Chão, no Castelo da referida localidade, no dia 30 de Junho, apresentado por Maria João Reis e Ana Cristina Cravo, música de Rúben Monteiro e Carla Costa e a participação de amigos e familiares na leitura de alguns dos seus poemas.

Escolhidos pela Orada, seguem-se dois poemas do seu livro. Do seu primeiro livro! O segundo já está na forja, esperemos que em breve veja a luz do dia e que seja, como o primeiro, o sucesso que Orada Chambel merece.

José Auzendo










4 comentários:

  1. Parabéns Orada pela sua garra e persistência que, apesar de desde muito nova ter tido uma vida bastante agitada, sempre alimentou e conseguiu concretizar os seus sonhos. Diz-se que
    "Quando Deus fecha uma porta, abre sempre uma janela" e de facto, o insucesso do seu casamento, trouxe-lhe a descoberta da necessidade de escrever, o que já deu frutos e continuará a dar, pois com a sua força de certo vai continuar a lutar pelos seus sonhos. Desejo-lhe toda a Felicidade e que continue sempre a sonhar.
    Obrigada Auzendo por nos trazer ao conhecimento mais um talento que ignorávamos.
    Lourdes Henriques.

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    1. Obrigada pelas suas calorosas palavras, Lourdes Henriques. A minha vida foi realmente agitada mas concretamente feliz, porque creio que mesmo os acontecimentos menos bons nos trazem, mais tarde, felicidade plena.
      Irei continuar a escrever porque tenho imenso prazer em fazê-lo, e desta forma os meus sonhos se realizam. Espero que os sonhos da Lourdes se realizem também!Beijinhos :)

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  2. Estive presente na apresentação do livro de Orada Chambel, com o título Rédeas Soltas, e se ela só "de tempos a tempos"revê os amigos, nesse dia eles estiveram presentes, e sei que alguns de uma "longínqua distância" ... Percebi que é fácil fazer amizade com a Orada, pelos testemunhos prestados. Teria sido este "o dia prometido"? Os amigos estiveram à sua volta e voaram pela sua poesia por umas horas, numa sala repleta donde ninguém arredou pé até os pássaros levantarem voo.
    Aqui, ao contrário da sua poesia, os pássaros estavam em bando e marcaram a sua presença "no espaço e no tempo "e saí desejando que a Orada faça um novo "ninho", para que eu possa voltar a lê-la, e eu, um pássaro que não faz parte do seu bando, possa também, e de novo, voar na sua poesia.
    Maria Alexandrina

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    1. Maria Alexandrina, Obrigada pelo facto de ter estado presente no lançamento do livro "Rédeas Soltas" e por todo o apoio prestado! Foi um dia muito especial para mim, onde estiveram presentes as pessoas mais importantes da minha vida: a família e os amigos. Sem eles este livro não teria sido escrito porque é através deles e de toda esta energia cósmica que se tem realizado a minha vida. Obrigada por fazer parte também deste "bando" de Amigos que sobrevoaram este ninho de afetos, no dia 8 de Junho, no Auditório Municipal Municipal! :)

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