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domingo, 30 de junho de 2013

Uma Associação ao Serviço do Povo

No próximo dia 7 de Julho, a Associação dos Bombeiros Voluntários de Sobral de Monte Agraço comemora cem anos! É precisa muita persistência, muito esforço e muita vontade para sobreviver 100 anos. Houve e naturalmente há momentos conturbados e também outros de grande alegria, estes quando se tem a certeza do dever cumprido. Mas o importante é que resistiu…apesar das diversas mudanças por que o nosso País passou ao longo de todos estes anos.
A Associação dos Bombeiros foi, além do serviço de apoio a doentes e a fogos, quem dispôs da primeira biblioteca pública no Sobral: um director, o Senhor Aníbal Neves, pessoa muito culta e um bom Sobralense, doou alguns livros da sua longa colecção aos Bombeiros para tornar a população mais culta, apreciadora da leitura e para que adquirisse novos conhecimentos. Houve com certeza quem lhe seguisse a peugada e assim se construiu uma pequena biblioteca.
Dispunha de uma mesa de “ping-pong” onde os jovens praticavam nas tardes de domingo. Os grandiosos bailes dos Bombeiros,  de Carnaval,  da Pinhata, e o mais importante de todos, no dia 7 de Julho, comemorativo do seu aniversário, eram um divertimento para os sobralenses e forasteiros. Muitos rapazes se deslocavam de Arruda dos Vinhos, Merceana e Torres Vedras para um pé de dança e na busca de um namorico; ali se catrapiscavam as moças da vila e dos arredores, e as mães estavam atentas, sentadas na segunda fila de cadeiras, alerta para qualquer deslize de um par mais atrevido …
A Associação disponibilizou instalações para um consultório médico na década de quarenta  e mais tarde para um dentista, na década de sessenta do século passado, profissões raras no Sobral nessas épocas.  Quando surgiu em Portugal a televisão, a maior parte das pessoas não tinha condições para comprar um aparelho: a Associação comprou um televisor e pô-lo à disposição de toda a população. Foi nos Bombeiros que funcionou o primeiro liceu a título experimental. Foi através dos anos aquilo a que se chama uma Associação ao serviço do Povo.
Dos soldados da Paz recordo-me daquilo que fizeram, durante muitos e muitos anos, com poucos meios. É importante notar que, quando eram chamados para atacar um fogo, os bombeiros largavam os seus trabalhos e corriam para o quartel sem olhar a quem iam socorrer. Ao fim da semana ou do mês a féria era mais curta, era-lhe cortado no ordenado o tempo perdido (alguns patrões não o faziam). O lema “Vida por Vida” ia muito para além do que se fazia no terreno.
Vou contar uma história que se passou no início dos anos cinquenta, que foi tabu muito anos, e depois acabou por se perder no tempo. A imagem de Nossa Senhora de Fátima viria em peregrinação ao Sobral; e quem mandava no Concelho e na Corporação dos Bombeiros logo decidiu, sem consultar quem tinha o direito de saber, que o Corpo Activo devia transportar aos ombros o andor pelo concelho. Bem perto da chegada da imagem ao Sobral foi o “2º. Comandante” ou “Chefe do Corpo Activo”, não sei bem a designação que teria nessa altura, informado da decisão que tinha sido tomada. O referido senhor reuniu com todo o pessoal e transmitiu-lhe as ordens que tinha recebido, não sem antes dizer que eles
eram Bombeiros Voluntários e que não eram obrigados a nada. Como uma grande parte dos bombeiros não eram católicos recusaram-se a cumprir as ordens. O “ 2º. Comandante” foi demitido por não saber disciplinar os seus homens, a que se seguiu uma demissão massiva: mais de metade da Corporação demitiu-se, solidária com o seu superior.
Hoje, passados tantos anos, ainda me lembro dos olhos arrasados de água de muitos dos homens que tiveram que tomar uma atitude tão drástica, eles que tinham uma vida de entrega total à sua Corporação, quase todos com mais de vinte anos de actividade. Todos os que se viram “obrigados” a desistir não deixaram de ter amor à sua Corporação e que prazer teriam em vê-la fazer 100 anos. Também por mim e por eles os meus parabéns à Associação dos Bombeiros Voluntários de Sobral de Monte Agraço.


Maria Alexandrina

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Escola de Música da Sapataria


Tudo começou … quando dois jovens licenciados em música, Paulo Assunção e Edgar Cantante, membros da Banda da Força Aérea Portuguesa, passaram a viver na Sapataria. Vieram como que “atraídos” pela amizade com o sobralense Luís Martins, também membro daquela Banda, já “biografado” neste Blogue – ver Destaque 2. Começaram a ouvir relatos de vizinhos referindo as velhas tradições musicais da Sapataria, onde já “tinha havido uma Escola de Música com oitenta a noventa alunos”, alguns instrumentos ainda por lá andariam …

E os três decidiram, já em finais de 2012, retomar a tradição. Apresentaram o projeto à Câmara Municipal, tiveram mesmo uma reunião, o projeto foi considerado muito interessante, mas não foi dada mais nenhuma resposta. Como a Escola de Música de que fala a tradição estava ligada ao Clube da Sapataria, e na falta de resposta da Câmara, apresentaram a ideia à Direção do Clube e foram-lhe logo “abertas todas as portas, receberam-nos de braços abertos”. Fazem questão de salientar o especial apoio e entusiasmo, no arranque e mesmo agora, dos diretores Júlio Pereira, Isidoro Trojeira, Dulce Dinis e Luís Marquês.
E assim fizeram uma parceria, em que a Escola de Música funciona nas instalações do Clube, é uma Secção do Clube, com a vantagem de os sócios deste beneficiarem de um preço mais baixo. Começaram por fazer algumas demonstrações nas Escolas do Concelho, no que tiveram todo o apoio da direção do Agrupamento de Escolas Joaquim Inácio da Cruz Sobral. Iniciaram as aulas de música em Março de 2013, com oito alunos, neste momento estão com vinte, distribuídos pelos vários instrumentos, e abrangendo as idades dos quatro aos 35 anos. Têm a esperança de aumentar esse número no início do próximo ano letivo - o ideal seria terem aí uns 60 alunos e de receber alunos de outras faixas etárias. Curioso é que alguns dos alunos atuais são filhos de antigos alunos da Escola anterior…

Ensinam um grande leque de instrumentos, a saber: flauta transversal, saxofone, clarinete, trompete, trombone, acordeão, piano, guitarra acústica e elétrica, baixo elétrico e bateria, além de canto/voz. Cada instrumento é ensinado por um professor especializado em cada instrumento, recrutados estes, entre alguns colegas da Banda da Força Aérea e outros do concelho do Sobral: ao todo são, neste momento, oito professores, cada qual com a sua especialidade. Além das aulas práticas de instrumento, individuais, têm também aulas de “iniciação musical” e aulas de “formação musical”. As aulas práticas de instrumento duram meia hora, uma vez por semana, geralmente às quintas-feiras; as aulas de formação musical, em turma, duram uma hora e ocorrem às terças-feiras, dia em que também são dadas aulas individuais de um ou dois instrumentos. No próximo ano letivo podem ser diferentes a distribuição e o horário.
Está previsto que, no próximo dia 12 de Julho, no próprio Clube, façam a primeira audição com todos os alunos e professores, aberta ao público, é a primeira mostra pública daquilo que os alunos aprenderam e são capazes. O grande objetivo dos responsáveis da Escola é, a prazo, criarem uma pequena Orquestra ligeira, um Conjunto musical, um “Ensemble”, que “contribua para divulgar e dar nome à Escola, ao Clube da Sapataria e ao próprio Concelho do Sobral”… E retomar, no fundo, as tradições sobralenses nesta área da Música, com Bandas, grupos musicais e … escolas de música locais.


José Auzendo




segunda-feira, 24 de junho de 2013

Uns comem os figos…a outros rebenta-lhes a boca


Estávamos no ano de 1942 e, numa noite muito quente de Julho, houve cinema na Praça Dr. Eugénio Dias, projectado na parede do Solar dos Condes de Sobral. O Teatro Eduardo Costa estava fechado por degradação e o Cine Teatro era só um projecto.
A nossa praça nessa época tinha como plantas ornamentais árvores de frutos, ameixeiras; os frutos quando estavam maduros eram apanhados e distribuídos pelas escolas, mas
muitos eram desperdiçados porque caíam de maduros. Acabou o filme e cada um regressou às suas casas tranquilamente, mas a noite não foi tranquila porque alguém se lembrou de surripiar as ameixas.
Na manhã seguinte, a vila foi acordada por um grande burburinho: todos os homens que tinham estado na Praça na noite anterior foram notificados para irem à Câmara prestar declarações e muitos foram presos, principalmente aqueles que faziam oposição ao Presidente da Câmara (nesse tempo Administrador do Concelho).Toda a Vila viveu um pesadelo, com os seus homens ameaçados, presos e multados. Conforme iam sendo interrogados todos se disseram inocentes, mas não lhes valeu de nada, ou pagavam a multa ou continuariam presos… e assim a pouco e pouco todos foram pagando a multa. Só permaneceu preso o Afonso Flor, o maior adversário da política fascista do Presidente, negando-se terminantemente a pagar a multa… Por que teria de o fazer se não tinha tocado nas ameixas?
As irmãs preocupadas com a sua saúde, temendo pelo irmão, por ele ser doente e a cadeia não oferecer condições de higiene e ser muito húmida, foram à socapa pagar a multa. Ao fim de cinco ou seis dias lá saiu ele, mas pensando que os tinha convencido da sua inocência! … Só muito mais tarde soube que lhe tinham pago a multa.
Este assunto foi falado anos e anos a fio, as pessoas sempre indignadas, e claro que era o Presidente o alvo das críticas, mas esta era também a sua táctica: não foi esta a primeira nem a última perseguição, ele trazia as pessoas controladas pelo seu poder. Os habitantes da vila davam largas à sua imaginação a pensar quem realmente teria apanhado a fruta… Se alguém sabia nunca o tornou público, com medo de represálias.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Agostinho da Silva


Ao comentar o texto relativo a Álvaro Cunhal, ocorreu-me citar uns quantos vultos do século XX português que com ele ombrearam, e entre estes citei Agostinho da Silva. Recordo, como muitos outros naturalmente, as suas intervenções nas televisões nos seus últimos anos de vida. Mas fiquei abismado quando, por altura da sua morte, li um pouco mais da vida dele. Nem fazia ideia daquilo que ele tinha feito durante tantos anos por esse mundo fora, em especial no Brasil. Não imaginava o que o País tinha perdido por o salazarismo retrógrado o ter expulsado de Portugal. Por isso, decidi resumir um pouco, mesmo só um pouco, da sua biografia. Hoje, quando aumenta o número de “cérebros” que, todos os dias, embora por outras razões, saem de Portugal, trazer aqui Agostinho da Silva é também uma forma de dizer … que é preciso dizer BASTA a esta sangria empobrecedora …
Agostinho da Silva nasceu no Porto em 1906, e em 1924 conclui o Curso Geral dosLiceus com 20 valores. Quatro anos depois conclui o Curso de Filologia Clássica, também com 20 valores!...Começa a colaborar na Revista Seara Nova. Casa-se em 1930, e parte para Paris, com uma bolsa de estudos para a Sorbonne. Regressado a Portugal, dá aulas no Liceu de Aveiro, e em 1935 é aprovado em concurso público para ir leccionar em Moçambique. Recusa-se a assinar a “Declaração de Fidelidade ao Estado Novo” – a tal que Cavaco assinou! – e é demitido do ensino público…Vai para Madrid, regressa a Portugal e, após a publicação de O Cristianismo, de uma carta ao Cardeal Cerejeira e de algumas palestras, é preso, detido no Aljube, e vê a sua biblioteca particular confiscada pelo Estado!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Escola de Música Pantomima


Na Sessão Solene da Assembleia Municipal comemorativa do 25 de Abril, um Auditório mais que cheio, com muitas pessoas em pé e outras à porta, foi surpreendido pela música de um grupo de “crianças” de todas as idades que se estendiam por um dos corredores laterais: foi a responsável pelo “Grupo Crisalis” que se tinha oferecido (!...) para actuar naquela cerimónia, com as Escolas de Música do Sobral e do Milharado. E foi a surpresa total porque “ninguém” no Sobral sabia que, na Vila, havia uma Escola de Música. Mas havia: e naquela noite, o “Crisalis”, qual crisálida, ao romper a casca que a envolvia, mostrou a linda borboleta que é. E cantaram Zeca Afonso, vejam só.
Vamos entrar nesse mundo Crisalis … Miriam Araújo, professora de música, residente há seis anos em Pero Negro, é o rosto de um projecto que permaneceu “alinhavado numa gaveta durante muitos anos”. Tendo por base a música, o projecto engloba outras áreas: teatro, dança, artes plásticas, artes circenses, psico-motricidade, inglês...
É o “Grupo Crisalis”, que funciona como empresa em nome individual da própria Miram Araújo. Tem vários nichos de intervenção, vários “Projectos”, e começou com aulas para crianças dos 3 meses aos seis anos, em creches,
infantários e colégios privados, estando neste momento em alguns colégios de Lisboa e num da Malveira, com contratos específicos para esse fim. O corpo lectivo é constituído por professores das várias especialidades. Esta área constitui o nicho apelidado de “Projecto Pantomima”.
A experiência obtida e os bons resultados alcançados, permitiram-lhes envolver-se nas … AEC – Actividades de Enriquecimento Curricular, a funcionar nas Escolas em horário pós-lectivo; e assim passaram a dar aulas de música, inglês, ginástica … aos alunos do primeiro ciclo das instituições onde já estavam. Numa fase seguinte, começaram a dar todas as suas aulas de artes – teatro, música, artes plásticas, etc. – em formato bilingue, em português e inglês simultaneamente…No conjunto destas actividades estão envolvidas sete professores, dos quais só Miriam reside no Concelho.

sábado, 15 de junho de 2013

Uma pasteleira… e o seu dono

Um dia, um minhoto de Braga decidiu descer à “mourama” e cá ficou…Constituiu família, casou com a Dª. Ana, uma pessoa de uma simpatia extraordinária e tiveram dois filhos, o José Fernando e a Maria Olinda, meus antigos vizinhos e meus amigos. Viveu no Sobral até à sua morte já por volta dos noventa anos. Foi director dos Bombeiros Voluntários, da Adega Cooperativa do Sobral e da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Sobral.

Não esquecendo nunca as suas raízes, ele foi um “Sobralense” activo e interveniente. Quem não conhecia o Sr. Fernando Vaz (Fernando da Loja Nova) e o gosto que tinha pelo ciclismo, desporto que tinha praticado em jovem?
Todos os dias ia tratar dos seus cães de caça, ele que era também um caçador, e era a sua bicicleta o seu meio de transporte preferido. Com um ou dois “caldeiros” com comida no quadro da bicicleta, lá ia pedalando de um extremo ao outro da vila, subindo a Avenida Marquês de Pombal, sem se levantar do selim, com uma mão no guiador a outra a segurar a “carga”: todas as pessoas da Vila o constatavam, muitos e muitos anos.
Embora tivesse uma carrinha, a sua bicicleta é que servia para todos os serviços. O Sr. Fernando Vaz, quando montava a sua “pasteleira”, era tão feliz como se ela tivesse o conforto de um luxuoso automóvel… Foi do Sobral a Braga de bicicleta, não sei quantos dias levou, mas sei que chegou ao destino sem problemas…
Também sei que em jovem participou numa prova de ciclismo e chegou em primeiro lugar, foi muito aplaudido, mas não quis os louros do que não merecia e teve a honradez de dizer: “ Desculpem mas cheguei primeiro porque me enganei no percurso e fiz menos quilómetros do que os meus companheiros”. Ninguém tinha dado por isso, mas para o Sr. Fernando foi melhor a honestidade do que os louros. Homens destes fazem falta neste País.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA (Crónicas)


O TROJAN”
Na primeira metade do século XX, viveu e trabalhou em Sobral de Monte Agraço, uma típica personagem, com a profissão de dentista, Américo Corona de seu nome, mas que todos conheciam por Américo Dentista.
Os automóveis eram a sua grande paixão, razão porque, provavelmente com algum sacrifício, comprou um dos primeiros automóveis que circularam pelo Sobral. O
Trojan 200 (foto autoviva.sapo.pt)
célebre “Trojan”, descapotável, que em vez de diferencial era ainda accionado por correntes, tipo corrente de moto, que faziam a ligação entre o motor e as rodas traseiras.
Bastante lento, como facilmente se pode imaginar, a sua velocidade estava naturalmente muito longe da velocidade que atingem os automóveis modernos.
Conhecido à distância pelo seu trabalhar e pela sua rouca buzina, fazia correr, com grande excitação para a berma da estrada, toda a miudagem de então, para ver passar o automóvel do Américo Dentista. Eram poucos os automóveis que circulavam pelas nossas estradas e aquele causava um fascínio muito especial.
Contava-se, que vindo certo dia o Américo Dentista no seu automóvel, a caminho do Sobral, caminhava a pé no mesmo sentido o António da Ponte, personagem de uma outra das nossas crónicas, O Anarquista, quando num gesto simpático, atitude que lhe não era muito frequente, encostou à berma da estrada e solícito, afirmou:
- Então, Sr. António venha daí, que lhe dou uma boleia até ao Sobral.
O outro, sem qualquer hesitação, respondeu de pronto:
- Muito obrigado Sr. Américo, mas eu vou com pressa.
Ironia do destino, cerca de cem metros adiante, passada a primeira curva da estrada, o “Trojan” recusava-se a andar.
O António da Ponte, num estilo que lhe era muito próprio, acelerando o passo, olhando o Américo Dentista e o seu “Trojan” imobilizados, com um sorriso disfarçado, exclamou:
- Não lhe disse Sr. Américo, que tenho muita pressa de chegar ao Sobral.

Eduardo João 

domingo, 9 de junho de 2013

Produtos naturais que não deve tomar com medicamentos



No dia 19 de Maio publicámos um texto em que se fazia um resumo-apresentação do primeiro número do Jornal Sénior. Entretanto já saiu o número dois e, obviamente, não se justifica repetir a experiência. Mas sempre digo que o último me parece menos “cinzento” que o primeiro, menos pesado, mais “alegre”, até nos temas tratados. E traz uma novidade: dedica mais de meia página a cartas dos leitores, prática que se manterá doravante. O que significa que os leitores têm a possibilidade de fazer chegar ao jornal os seus comentários. Nas palavras do próprio Jornal, pretende-se “dar voz a todos os que o acompanham quinzenalmente”.

Ao ler esta nova edição, surgiu-me uma ideia que estou já pôr em prática: sempre que o Jornal tratar um tema que me pareça especialmente relevante, darei dele aqui conhecimento. Espero escrever muitas vezes mas, obviamente, serei eu e só eu a determinar o que me parece especialmente relevante. Outros que escrevam sobre o que eles acharem relevante. E a minha primeira escolha aí está, tem o título transcrito acima.

Trata-se de um artigo de duas páginas, da autoria de Filipa Faustino Arenga e revisão científica de Maria Graça Campos, esta coordenadora do OIPM - Observatório de Interacções Planta-Medicamento, um instituto da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. Tudo quanto vem nesse texto, e que agora aqui vou resumir e só em parte, pode ser detalhadamente lido em http://www.ff.uc.pt/oipm/interacoes/. Clicando no texto do OIPM, pode aceder-se a uma lista de casos relatados, à base de dados das interacções, etc.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

O Concelho de Sobral e a sua origem


Para falar do Concelho de Sobral de Monte Agraço, da sua origem e das suas vicissitudes, vou repetir factos de que já falei nas diversas histórias da vila que escrevi, mas outros novos vão sobressair, que permitirão conhecer melhor o nosso concelho. Falei da Vila, hoje vou falar do Concelho.
O Concelho de Sobral de Monte Agraço pertence ao Distrito de Lisboa, distando cerca 40 Km da Capital. É limitado pelos concelhos de Arruda dos Vinhos, Alenquer, Torres Vedras e de Mafra. É um concelho pequeno, com 51,96 Km2 e uma população de cerca de 10 mil habitantes, ligada ao sector primário. É agora constituído por três freguesias, Sobral de Monte Agraço, S. Quintino e Sapataria, mas nem sempre foi esta a sua constituição.
O primeiro documento conhecido data de 1186, no qual D. Sancho doa ao Bispo de Évora, D. Paio, o Reguengo de Soveral, como reconhecimento de serviços prestados ao Rei e para incentivar o povoamento. Como se sabe, D. Sancho l foi o Rei cognominado “O Povoador”, que tentou povoar as terras que o seu pai, D. Afonso Henriques, tinha conquistado aos mouros. Era a época da reconquista cristã.
Capela de S. Salvador
A povoação mais importante era Montagrasso, sita no que é hoje o lugar dos Cachimbos, junto à Igreja de S. Salvador do Mundo. Soveral em Montagrasso, pensa-se, terá dado a origem ao actual nome de Sobral de Monte Agraço. D. João l concede-lhe em 1389 a jurisdição civil e crime, a conciliação do poder Municipal e, em carta de privilégio datada de 10 de Novembro de 1396, dá-lhe autonomia militar, pela ajuda prestada pelo povo miúdo de Montagrasso na tomada Torres Vedras, cujo alcaide era castelhano. A carta é confirmada por D. Duarte em 16 de Dezembro de 1433. Em 20 de Dezembro de 1518 D. Manuel I concedeu o Foral a Montagraço.
No reinado de D. José l e com a expulsão dos Jesuítas e respectiva confiscação dos bens, o Senhorio de Monte Agraço reverteu para a Coroa por decreto do Rei de 1759. Em 1770, Joaquim Inácio da Cruz arrematou em haste pública os bens e direitos do Reguengo. Em 1771, D. José faz mercê a Joaquim Inácio da Cruz de senhorio honorífico do Sobral.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

OS “SENIORES” PODEM E ...DEVEM PARTICIPAR


Participar activamente...
No dia 4 de Maio de 2013, como o Blog “Gente Gira” teve a iniciativa de referir, pelo artigo informativo assinado pelo amigo e entusiasta destas “lides” José Auzendo, realizou-se na Auditório da Câmara Municipal do “nosso” concelho a inauguração da exposição “ Pintores do Oeste”.
Este é, felizmente, apenas mais um dos eventos culturais a que a edilidade presta o seu apoio, o que indiscutivelmente põe o concelho numa linha interessante de apoio à cultura que muito deve  alegrar os seus munícipes. Mas , o meu escrito tem outros objectivos que não a notícia já dada.
Assim, sou um dos vários participantes do projecto SOBRAL SÉNIOR ACTIVO do concelho e além de participar , quero afirmar o orgulho que tenho em o poder fazer. Sou dos que pensam e acreditam que os “seniores”, actual designação do que anteriormente eram referidos como “velhos”, são importantes na vida diária duma sociedade, e não “objectos descartáveis” como certos comportamentos induzem pela forma hostil como nos tratam.
Sou dos que acreditam que é na colaboração geracional, com respeito e amizade, poderemos construir uma vida colectiva e social melhor e mais conseguida, mas para que isso seja a realidade é necessário que os ditos “ seniores” queiram ser parte activa e activa da vida quotidiana da sua comunidade. Não é salutar estar sempre “contra”, só a
A força da coesão...
colaboração honesta mas sem preconceitos poderá conduzir a 
um futuro participado e partilhado.
Foi isso, penso eu, que aconteceu quando no evento, atrás referido, aconteceu a intervenção de um participante no projecto SOBRAL SÉNIOR ACTIVO integrou activamente o mesmo.
Por isso aproveito para dizer que espero e desejo que este facto possa mostrar e motivar a participação de quem deseja  participar na vida da SUA TERRA e aproveitar as suas disponibilidades e capacidades para colocar como forma de colaborar na vitalidade da sua comunidade e, assim, ajudar a perpetuar o passado e a reforçar o presente dessa realidade perene que deve ser o nosso “torrão natal”.
PARTICIPEM, CREIAM QUE VALE A PENA

Manuel Augusto