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domingo, 25 de março de 2012

São horas de emalar as troixas



Entremeadas com outros contributos, estamos a passar em revista, neste blogue, todas as actividades regulares do Clube Sénior. Já por cá passaram as aulas de Português, Inglês, Informática e Cultura e Sociedade. Hoje é a vez do Coro. Ficarão por retratar História, Artes Decorativas, Espanhol e Ginástica.

No dia 27 de Outubro passado, escreveu-se aqui que “começou ontem a actividade de Coro do Clube Sénior”. A autora da notícia “não esperava que tivesse tão boa participação, principalmente por parte dos homens … E a professora, uma menina ainda tão novinha, é um amor de criatura”. De facto, começámos no coro com cerca de trinta elementos, número que, aos poucos, começou a decair, talvez porque as condições criadas não tenham agradado à generalidade dos participantes.

Naquela notícia já se dava conta de que, para a Ana Maria, era esse o nome do “amor de criatura”, era “ um grande desafio um projecto desta natureza”. E, de facto, a Ana Maria não conseguiu conciliar as suas outras actividades pessoais com este projecto e despediu-se de nós já este ano. Foi então que, quando se pensava que o Coro ia acabar, alguém conseguiu “repescar” o Pedro Sanguinho, um alentejano de fibra, já nosso conhecido ensaiador…

De facto, pelo Natal, o Coro e os alunos da aula de Inglês foram cantar na festa de Natal do Jardim Escola do Sobral. Foi uma festa linda, em que os Seniores conviveram com as (e agradaram às) crianças daquela escola, em duas tardes de confraternização natalícia. E o Pedro foi, nem mais nem menos, o ensaiador, exigente como poucos, do grupo cantador da aula de Inglês, que interpretou duas canções (…em inglês) Silent Night e Those were the days.

Gostou tanto da experiência, o Pedro, que lá deve ter movido as suas influências sobrenaturais para, oh lá lá, conseguir que a Ana Maria não pudesse continuar e, assim, assumir ele a direcção do Coro… Bem … e ainda bem que os deuses lhe fizeram a vontade porque, com ele, o Coro começou, efectivamente, a ter outra dinâmica, outra vida, outras e mais afinadas exigências, que o Pedro, quando se lhe põem os cabelos em pé, não é para brincadeiras. E, de afinador nas mãos, umas vezes, e de flauta transversal na boca outras, parece mesmo um ensaiador de um coro à séria…Como se ilude, pobre do homem…

Todavia, e isso é um facto, a música agora é outra, desculpem, a música não, as canções é que são outras. Enveredámos assumidamente pelos temas do cancioneiro tradicional português, e estamos a ensaiar, todas as quartas feiras a partir das 14,30, quatro canções, com período de tempo variável para cada uma, e cujos motes são “ Morte que mataste Lira, São horas de emalar as troixas, Estava a pastora no mato e A laranja foi à fonte…vai com ela o limão”. E outras estão na calha (o Pedro ainda não desistiu de nos pôr a cantar o Kanimambo, vejam só…) para atingirmos um reportório estimado em quinze canções…

Quanto a participações…elas vêm aumentando, há entradas novas, mas ainda não atingimos o número ideal, nem aquele com que o Coro se iniciou. Precisamos de si, apareça e “traga outro amigo também” ou, se preferir, melhor ainda, “venham mais cinco”. Depois, já sabe, se não cantar como ele quer, o Pedro Sanguinho vai passar o tempo a ameaçar despedi-lo/la…É, ele canta alto, forte e feio, tem uma boa e muita garganta, desculpem outra vez, ele tem uma boa voz, queríamos dizer… Só, mais nada.

Lourdes Henriques (a autora citada no início)
José Auzendo
Afonso Faria

4 comentários:

  1. Pois é. A Ana Maria abriu-nos as portas, com toda a sua boa vontade, para que pudessemos ter uma actividade há muito desejada, O Coro, mas que não tinha sido possível por falta de voluntário a aceitar esse desafio. Mas "outros valores mais altos se levantam" e o seu futuro está em 1º. lugar. Teve de abandonar-nos por falta de tempo para os seus estudos. Quero por isso desejar-lhe boa sorte e agradecer a porta que nos abriu.
    Mas um outro voluntário um pouco "tirado a ferros" lá veio continuar o trabalho começado. Mas este é "de gritos": ou cantas ou despeço-te!
    Não é para brincadeiras. É persistente e não desiste e penso que quem o quiser acompanhar verá bons resultados. O tempo o dirá, mas o caminho está aberto.
    Seria pois muito bom que aparecessem mais pessoas dispostas a acompanhá-lo neste desafio, pois formar um coro nestas condições, é mesmo um Grande Desafio.
    Força, Professor Pedro, estamos aqui para o ajudar naquilo que for possível.
    Lourdes.

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  2. Graças a Deus que "gente" com garra é o que não falta!!!
    Gosto de "ver"!!! Pena não estar mais perto. Não tenho jeito para cantar,mas para ver, ou ouvir adoro!!!
    Até já!!não perco uma!!!
    avoluisa

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  3. No último dia antes das férias da Páscoa, resolvi “emalar as troixas” e ir assistir ao ensaio do Coro.
    Gostei do que vi e ouvi: maestro, reportório e cantantes. Surpreendeu-me o ambiente agradável que lá presenciei, sem que isso se traduza em facilidades no ensaio.
    Fiquei entusiasmada e estou a tentar mentalizar-me para me submeter à apreciação do exigente maestro. Espero não ser despedida logo na primeira audição.
    Com o reportório que está na calha, antevejo “chorudos” contratos, digressões caseiras e “internacionais” …

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  4. Sou por natureza uma sonhadora e, como tal, sempre desejei e sonhei, que a minha terra tivesse um coro, um grupo coral com muitas pessoas a cantar: por agora já tem um professor competente, com muita garra, um grande alentejano. Os alunos, que já são em número razoável e mostram muito empenho em cumprir as instruções dele, vão dar-lhe água pela barba, pôr-lhe os cabelos em pé. Por mim, eu não desisto: se não conseguir cantar, faço de assistente do professor, sair é que não saio. Gosto muito dos ensaios e também das canções que estamos a ensaiar, canções populares, muito tradicionais, como eu gosto.

    E mais… ainda não perdi a esperança de que apareça alguém que perceba de teatro e queira pôr estes meio idosos no teatro a representar. Ia ser uma grande cena, tenho a certeza de que a casa esgotava.

    Lisete Corado

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