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segunda-feira, 4 de agosto de 2014

MERCADO MENSAL NO SOBRAL DE MONTE AGRAÇO


Há cinco décadas que o Sobral é a minha terra por adopção e hoje, depois de nela habitar permanentemente há 12 anos, considero-a como se fosse a minha terra natal. Embora um tanto longe pois a minha vida activa não foi aqui, sempre me habituei a frequentar as famosas festas de Setembro e a habitual Feira Mensal que se realiza todos os meses, no primeiro sábado de cada mês.
Tempos houve em que esta feira se realizava na Praça Dr. Eugénio Dias. Há várias décadas atrás vinham pessoas de muitos lados para visitá-la e o negócio era próspero. Por vezes era difícil atravessar a feira, pois as pessoas amontoavam-se. Os espaços livres entre os expositores dos artigos para venda estavam repletos de gente e era sempre um dia de grande movimento e negócio na vila, que era então visitada por muitos forasteiros que além do que compravam também ajudavam muito no negócio da restauração, pois passavam muitas vezes cá o dia e cá comiam e faziam as suas compras.
Já depois do ano 2000 foi arranjado o espaço existente em frente ao jardim-
de-infância e adaptado para parque automóvel. Este espaço também passou a ser destinado à feira mensal, pelo que a mesma deixou de se efectuar na praça antiga.
No entanto, a partir da altura em que foi deslocada para o novo local, onde permanece até hoje, julgo que tem perdido o seu público e o negócio já não é o que era. Talvez a crise actual também ajude ao desinteresse das pessoas, mas o certo é que, apesar de existir mais espaço, a feira já não tem o mesmo “sabor”. Deixou de ser um dia diferente e passou a ser um dia vulgar, como outro qualquer. Só mesmo quem precisa de comprar alguma coisa é que lá se desloca. O interesse dos forasteiros que muitas vezes vinham por passeio e para ver mas que quase sempre acabavam por comprar qualquer novidade, julgo que desapareceu. Os espaços outrora ocupados por amontoados de visitantes, encontram-se hoje com muito pouco público.
Mas quem lá se quiser deslocar encontra de tudo um pouco. Desde o vestuário ao calçado, quer para criança ou adulto; animais para criação, produtos hortícolas, flores, olaria, malas de todos os géneros, artigos de plástico, vidro, alumínio, esmalte; artigos para a lavoura, brinquedos, enfim, um sem número de objectos e peças utilitárias. E até para quem aprecia, também lá pode comer uma fartura!
A tradição mantém-se, mas o negócio já não é o que era.
Lourdes Henriques
 

3 comentários:

  1. Olá amiga Milú

    Está sempre presente aqui nos vossos inventos .Dou-lhe a pontuação maxima. Parabéns minha querida.
    bjs

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  2. Quando há cerca de 20 anos iniciei a minha aproximação por estas terras, embora com casa no concelho de Alenquer, o Sobral, por deliberação do clã Faria foi considerado terra de eleição.
    Lembro-me de caminhar entre as bancadas da feira na Praça, comprar camisolas de "marca" que seriam hoje consideradas material de contrafação pela ASAE, lembro-me de almoçar onde hoje é o Centro de interpretação das Linhas de Torres, fazer compras em pequenos estabelecimentos...
    Muita coisa mudou Lourdes, não foi só o sítio da feira. Hoje já não me vejo a deambular entre os panos e os barros, digamos que também me desinteressei...
    Em teoria, a maior área de comércio como se verifica hoje, traria mais gentes à feira, mais movimento.
    Não foi só a feira que mudou, também nós mudamos!

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    1. É certo que nós mudamos, professor Afonso. Os anos passam, os interesses são outros, a nossa vida mudou. Mas na minha perspectiva, seria natural que os mais novos "seguissem as nossas passadas". Mas sim, tem muita razão. As gerações mais recentes têm outra visão da vida. Têm talvez a vida mais facilitada e a feira não lhes diz nada. E depois vir à feira, tira-lhes tempo para outras diversões mais modernas, algumas delas até com efeitos bem nocivas para as suas vidas. Lembro-me dos meus filhos correrem a feira de uma ponta à outra, à procura de alguma novidade. Hoje não vejo jovens (refiro-me à camada mesmo jovem, adolescentes) na feira. E antigamente via muitos.
      Enfim, "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" ...

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