Em
frente à Igreja Matriz do Sobral, Igreja de Nossa Senhora da Vida, o
nome da padroeira da vila, situa-se a Praça da República, a
recordar-nos a implantação da República. Esta Praça foi durante
muitos anos conhecida pela Praça do peixe, por ter sido ali que, aos
domingos, se fazia esse comércio.
Mesmo
ao lado fica a Rua França Borges, recordando um sobralense ilustre,
um grande lutador pela causa republicana, fundador do jornal “O
Mundo”, a quem fiz referência neste blogue em 1 de Outubro de 2012. Sigo e, uns metros à esquerda, fica a Rua 5 de
Outubro, a recordar o dia da implantação da República. Nesta rua
há um edifício que julgo ser o mais antigo da vila, e que durante
muitos anos foi a Pensão da Estrudinhas, como era conhecida. Aí
se hospedavam os funcionários públicos que não tinham cá casa, e
os turistas que por aqui passavam. No fim dessa rua nasce a Rua de
Santo António, conhecido por Santo António de Lisboa; e à
esquerda temos um pequeno beco, o Beco do Locatel, nome cuja origem
desconheço, embora tenha pesquisado.
Agora,
ou volto para trás ou entro na Rua Heróis da Bélgica … Resolvo
retroceder e estou novamente no Largo do Cinema e, do meu lado
esquerdo, fica a Rua Teatro Eduardo Costa por ter sido aí que
existiu o primeiro teatro da vila: o nome é do seu pioneiro. Não a
percorro toda, vou até à Rua Joaquim Hilário da Silva Cruz, um
grande empresário e que foi primeiro Vice-Presidente e depois
Presidente da Câmara do Sobral após a implantação da República.
Daqui observo a urbanização mais recente do Sobral, a Urbanização
da Encosta da Cerca que tem uma rua com o nome de Rua da Cerca. O
nome deve vir do facto de assim se chamar a zona onde foi construída.
Recuo
e entro na Rua Joaquim Inácio da Cruz, que foi o 1º. Morgado do
Sobral, a quem D. José I fez mercê do Senhorio Honorífico de
Sobral de Monte Agraço, em 1771. O Morgadio era composto pela
Câmara, a Cadeia, O Chafariz, O Solar e toda a praça pombalina. À
direita desta rua temos a Rua Mártires de Timor, que fica mesmo por
detrás do Cine-Teatro. Segundo dados não oficiais, a Rua foi assim
denominada para homenagear os que morreram no massacre da população
de Timor, durante a invasão da Ilha pelos japoneses, por ocasião da
II Grande Guerra Mundial, no ano de 1942. Esta ocupação durou três
anos, e espalhou o terror entre a população.
Subo
um pouco, e estou na Rua do Município, a Rua da Câmara Municipal, e
onde se situa a Biblioteca. Mesmo ao lado temos a Rua 10 de
Fevereiro, data em que, em 1887, a Sede do Concelho de Arruda dos
Vinhos foi transferida para a nossa vila: esta era sede do
Concelho desde 1821. Depois, o Concelho foi extinto e restaurado
várias vezes, até que, em 15 de Janeiro de 1898, assume
definitivamente a composição que ainda mantém.
No
lado oposto a estas ruas e atravessando a Praça Dr. Eugénio Dias,
está situada a Rua da Liberdade, que sempre conheci por Travessa dos
Velhacos. A explicação que me davam quando fazia a observação
sobre o duplo nome, era que por ela se escapavam os caloteiros que
deviam aos sapateiros da rua paralela.
Muitas
ruas têm já a nossa vila! Tenho levado tempo a percorrê-las, e
ainda faltam muitas. No próximo texto, prometo que farei o melhor
que posso e sei para os deixar elucidados.
Maria
Alexandrina
Amiga Alexandrina
ResponderEliminarUma vez mais obrigada pelo seu trabalho minucioso em nos ajudar a conhecer a origem desta vila tão pitoresca.
Fico à espera do resto.
Beijinhos da amiga
Lourdes
Olá D.Maria Alexandrina
ResponderEliminarTenho vindo espreitar os vossos blogs e sempre com muita graça e valor, engrandece a vossa Vila!!
(tem um novo vusual que enriquece aos olhos. parabens!)
Um abraço
avoluisa
Minhas amigas agradeço as amáveis palavras.
ResponderEliminarQuero deixar aqui expresso o meu agradecimento ao Senhor Afonso pela forma com dispôs as fotografias... não só embelezou o meu texto, como deixou, para quem não conhece,um panorama desta pequena vila ... e como é bonito "o meu Sobral" .
Obrigada
Maria Alexandrina
Há cerca de meia dúzia de anos ando por estas paragens. Através dos textos da Alexandrina vou conhecendo recantos, descobrindo outros olhares. Eles existem Sobralenses, e muitos há que olham e não vêem.
ResponderEliminarObrigado Alexandrina! Penso que a sua iniciativa já produziu efeitos por exemplo na Rosa, que escreveu e bem sobre Pero Negro.
Sobral não é só a sede do concelho, ousem escrever com afecto sobre as vossas "terrinhas"!E há tanto que contar, não é?
A "máxima" popular que eu conhecia era ... "já que ninguém me gaba, gabo-me eu". Agora, ali acima, deu-se-lhe a volta e adoptou-se a máxima: "gaba-me tu a mim, que eu gabo-te a ti"...
ResponderEliminarE a mim, que me resta? Claro, lembrei-me agora: gabar os dois! É isso, estão ambos de parabéns, pelas razões que cada um invocou...
Auzendo
Tenho seguido e apreciado este trabalho da D. Alexandrina, acho mesmo que ele não devia ficar só pelo blogue, como já foi dito. Pergunto: haverá algo do género para consulta dos Sobralenses e não só. Tão bem elaborado e descrito que nos obriga a penetrar num Sobral e na sua história que eu de todo desconhecia. E o professor Faria tem correspondido com umas apresentações cada vez mais aprimoradas, como a qualidade que os trabalhos exigem. Estão de facto ambos de parabéns. Gosto também desta inovação, das notícias que estão a sair ao lado dos trabalhos principais.
ResponderEliminarInês Bexiga
Este blogue está cada vez mais interessante e convidativo à leitura. O professor tem razão, os Sobralenses olham mas não veêm, sobretudo o vosso trabalho e dedicação, dando a conhecer e ajudar as pessoas a terem mais interesses e informação.Pena que nem todos pensem assim.
ResponderEliminarObrigada e parabéns. Continuem
Adelaide