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terça-feira, 4 de outubro de 2011

EUTANÁSIA

Fala-se muito da Eutanásia e muita tinta tem corrido acerca deste polémico tema. Em todo o mundo o assunto é matéria para divergências, sejam elas do tipo religioso ou não. Será que quem discute o problema está realmente preparado para praticar a Eutanásia a um ser querido que lhe pertence? Isso também vai um pouco da sensibilidade de cada um e do estado em que a pessoa a eutanasiar se encontra. Compreendo perfeitamente que haja quem, perante o sofrimento extremo, prefira a morte. Mas que de todo é um passo muito doloroso e complicado de dar, não tenho a menor dúvida. Passo a explicar.
Sem de qualquer maneira querer ferir susceptibilidades nem sequer comparar seres humanos a animais, ainda que de estimação, as coisas não são assim tão fáceis como eventualmente podem parecer.  
Estou num processo de mentalização para mandar efectuar a eutanásia a uma Gatinha de estimação que possuo há catorze anos e meio. Ao longo de todo este tempo tem tido muitos episódios dolorosos, operações, quimioterapia, e sempre tem resistido. Neste momento chegou o mal que será o seu fim, e eu vejo-me com a escolha da sua vida nas minhas mãos. Apesar de todos os tratamentos e exames, é questão de alguns dias. Apenas enquanto não tiver um sofrimento mais doloroso. Nem quero imaginar que o animal que acarinhei durante tanto tempo e que me escolheu a mim para seu “grande amor”, terá que perder a vida por minhas mãos. É de endoidecer. Também sei que uma grande parte das pessoas não se dedica aos animais desta forma. Por vezes penso se não será uma maneira doentia de gostar dos animais, mas desde que me conheço que sempre fui assim. Talvez o mal seja meu, mas não temos culpa da sensibilidade com que fomos dotados.  
E dou comigo a pensar, se isto é com um animal, quão difícil será tomar esta decisão perante o sofrimento de um ente querido da nossa família! Seria bom que quem por vezes discute o assunto não o fizesse de uma maneira leviana como já tenho visto. De acordo com partidos, com religiões, com oportunismos … Talvez fosse melhor dar livre arbítrio sem que fosse necessário discussões nem “teatros oportunistas” como tantas vezes se faz…

Lourdes Henriques (Sobral - Biblioteca)

1 comentário:

  1. Nunca será um assunto esgotado. Posso afirmar-lhe que já o desejei por gostar muito da pessoa em causa! E porque quando se gosta entendo que não poderá, nunca deverá haver religiões, ou outras formas de coação que prolonguem o sofrimento. Nunca o gostar se poderá confundir com o egoísmo.Esta é a minha opinião, mais uma...

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