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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Passeio por África... (parte IX)


Chegados à África do Sul, estivemos duas semanas em casa de um casal amigo até alugarmos casa.
Finalmente em nossa casinha! O meu marido arranjou logo emprego e eu comprei uma máquina de tricotar, (era o meu trabalho em Portugal), e comecei a trabalhar em casa. Quando comprei a máquina ofereceram-me trabalho na companhia mas não aceitei.
Não, tinha a possibilidade de ficar com os meus filhos em casa, não ia desperdiçar...
Graças a Deus a vida começou a sorrir-nos e ao fim de um ano eu já não devia nada a ninguém.
Tinha feito uma promessa. Se chegasse ao fim do ano sem dívidas, ia à “International House” e comprava o Presépio mais bonito que lá houvesse.
Prometi e cumpri mas custou-me uma nota preta. Ainda hoje tenho esse Presépio e faço-o todos os anos.
Ainda vivi em casa alugada uns anos.
Na África do Sul não era como em Portugal. Quando um senhorio precisa de uma casa dá-nos três meses e temos que arranjar outra. Aconteceu-me duas vezes, e aí pensámos, não, não vai acontecer uma terceira. Resolvemos comprar casa.
Era uma casa gémea. Vivíamos numa e alugámos a outra. Não era nova mas depois de preparada e arranjada assim parecia. Vendemo-la passado pouco tempo, comprámos uma vivenda grande, com um bom quintal e grande jardim. Dele diziam as vizinhas ser o “jardim da rua”. Não gostava ter sempre as mesmas flores. Flores de Inverno, flores de Verão.
Toda esta nova vida urbana fazia lembrar-me por contraste o que foi a vida na machamba.
Lá, não havia luz eléctrica, água, canalizada, nem vizinhos por perto. Tudo mato!
Pão? Tinha um forno onde o fazia, assados e também os meus bolos...
Quando de lá retirava as brasas e as colocava no chão, às vezes , tomando um bambu espetava uma galinha numa ponta e a outra fixava-se no chão. A galinha era assada lentamente ao calor do braseiro. Nunca mais comi uma galinha tão saborosa!
Viver no mato tinha coisas boas e más!

Alice (Sobral - Espaço Net)

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