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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

à lareira...

A chama convida à reflexão!
Este dia foi intenso!
Comecei manhã cedo no meu convívio informático, uma após outra as classes sucederam-se, desfilaram imensas cabeças prateadas, umas mais que outras, mas imensa prata!
Velhos como eu!
Cada vez mais gosto da palavra “ VELHO”, forte, sonora, redonda, intensa e de todo o seu conteúdo:vivência, aquisição, teimosia, sabedoria, história...
O eufemismo “sénior” já não me faz sentido. Aliás transporta-me aos meus tempos áureos de promissor hoquista, quando júnior. Depois, aos 18 passava-se a sénior!
Isso era outra coisa, agora sou velho, quero ser velho, e mais, cada vez mais velho!
Esta caminhada de “professor de informática” tem-me ensinado.
Nos primeiros anos pretendia transmitir o que segundo os meus critérios seria uma melhor aprendizagem. Os anos passaram e foram já centenas a passarem pelos bancos, pachorrenta e tolerantemente a me ouvir, aturar por vezes...
Hoje questiono se o que quero transmitir corresponde ao que querem aprender. Talvez sim, mas não de todo.
Teoricamente quem frequenta as aulas de informática, tem como objectivo automatizar-se com o seu próprio PC. Seria, mas a teoria nem sempre corresponde. Há quem seja assíduo, empenhado...mas sem PC, sem intenção de o adquirir. Mas vem! Seduzo-os com a Internet, mails, apresentações fantásticas de lugares fantásticos...depois de passarem a vista, dizem-me...”gosto de escrever”, e basta-lhes.
VELHOS!  
Podemos querer seja lá o que for. Fico imensamente feliz ser também eu a lhes proporcionar a aprendizagem, aprendendo eu a estar desperto.

Afonso

4 comentários:

  1. Olá Professor Afonso
    Belo texto! Bela reflexão ao calor da lareira.
    Também eu aprendi a gostar da palavra Velho. Porque não?
    Quantos gostariam de a poder ter pronunciado na sua vida, mas que prematuramente nos deixaram sem sequer a poder saborear ...
    Felicito-o pela sua tarefa, pelo seu percurso em prol dos outros, quando poderia estar descansado a usufruir da tranquilidade merecida após décadas de intenso trabalho activo, ainda que feito por vocação, não deixa de ser sempre uma obrigação.
    E sim, pode e deve de facto sentir-se "imensamente feliz", tal como diz, com os resultados.
    Também eu me sinto imensamente feliz por ser sua "discípula", pois se assim não fosse, não estaria aqui a esta hora a dar o meu testemunho.
    Obrigada por tudo Professor Afonso.
    Que o Destino lhe conceda muitos anos com saúde, energia e paciência para continuar a "estar desperto" e disposto a acompanhar esta nossa estrada de "Velhos".
    Bem-Haja.
    Um abraço da
    Lourdes Henriques.

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  2. É bonito o que o Professor dá...horas de paciência, de vida, de amor!
    Sim é preciso ter amor aos VELHOS para dar o seu tempo de ouro, as suas palavras repetidas e ás vezes um sorriso.
    Por tudo isso agradeço e fico feliz por ter feito parte dessa "multidão"
    Um abraço
    Luisa

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  3. Olá Professor Afonso,
    Como eu gostei deste seu belo texto, e sua reflexão ao calor aconchegante da lareira.
    Também eu me sinto imensamente agradecida e feliz por fazer parte dos seus alunos. Alunos esses, a quem o Professor a troco de nada,dedica toda a atenção, empenho e amor.
    Que DEUS lhe conceda muita saúde e paciência para poder prosseguir a sua caminhada, proporcionando aos seus "VELHOS", palavra que também gosto, a aprendizagem sempre tão importante em qualquer idade.
    Obrigada por tudo.
    Um abraço
    Rosa Santos

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  4. Professor Afonso

    Lindo texto !
    Estou agradecida

    Eu pensava que ser velho era ter muitos anos e morrer de saudades dum amigo que não vejo há muito .

    Um abraço

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