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domingo, 1 de julho de 2012

Mais histórias da História de Portugal


Prometi voltar e, como sempre que posso cumpro o que prometo, aqui estou de novo a falar das aulas de História. Não pretendo dar uma aula porque não tenho conhecimentos para isso, apenas vou transmitir o que ouvi nas aulas, (provocando alguma inveja a quem gosta do tema e, podendo ter frequentado as aulas, não o fez). O Dr. António transporta-nos através do tempo de uma forma tão intensa, que nos leva a apaixonar-nos pelo tema, mesmo sem termos idade para paixões. Conhecermos o nosso passado é muito importante, para podermos compará-lo com o presente. Como poderia haver futuro, se não tivéssemos tido passado? 

1578
D. Afonso Vl, o Vitorioso pelas batalhas que ganhou aos espanhóis, reinou de 1656 a 1667; estamos já no século XVII. Uma doença que o atacou em pequeno deixou-o muito debilitado de corpo e de espírito. Enquanto príncipe e mesmo quando Rei só se juntava a aventureiros, fazendo grandes distúrbios pelas ruas de Lisboa. Aos dezoito anos, por instigação do Conde de Castelo Melhor, tomou o poder à mãe e nomeou o próprio Conde seu ministro. Este revelou-se um grande estadista.
1667
D. Afonso VI casou com Maria Francisca de Sabóia, uma união desastrosa. O infante D. Pedro estava sempre do lado da rainha, criando-se entre eles uma relação amorosa. O casamento foi considerado como não consumado e anulado. D. Pedro destituiu o irmão e exilou-o na Ilha Terceira; tomou a regência do reino e casou com a cunhada. D. Afonso VI foi transferido para o Castelo de Sintra, quatro anos mais tarde, onde veio a morrer subitamente, subindo então ao trono o seu irmão, como D. Pedro ll.
Portugal era o principal “porto” da Península Ibérica, os Ingleses estavam em guerra com a Espanha e a França, a França queria que Portugal fechasse os portos à Inglaterra e a esta queria que Portugal fechasse os portos a Espanha e a França. Portugal opta por ajudar a Inglaterra. Em 1807, Napoleão invade Portugal e os seus exércitos, comandados por Junot, tomam o reino, mas a corte já tinha fugido para o Brasil. Era rei de Portugal D. João VI, que já era regente desde 1792, devido à demência da mãe. Ingleses e portugueses combateram os franceses na Batalha de Roliça e Vimeiro a 17 de Agosto de 1808; rendido, Junot entrou em negociações com os ingleses, na chamada Convenção de Sintra, levando tudo o que tinham saqueado; e assim acabou a 1ª. Invasão francesa.
Em 1809 dá-se a 2ª. Invasão, desta vez comandada por Soult, que entrou em Trás-os-Montes e dominou todo o Norte até ao Douro e atacou o Porto; esta invasão foi marcada pelo desastre da Ponte das Barcas: toda a população quis sair ao mesmo tempo e a ponte não suportou o peso e ruiu. O General Inglês Beresford organizou outro exército e combateu os franceses no Porto, enquanto Wellesley se encaminhou para Viseu e Lamego. Soult, perseguido, fugiu para a Galiza.
Forte de Alqueidão
Em 1810 novo exército francês invade Portugal, desta vez comandado por Massena. Entre Novembro de 1809 e Setembro de 1810, foi erguido um sistema defensivo em torno da capital portuguesa. O Sobral de Monte Agraço integra a 1ª. linha de defesa com 46 quilómetros, tendo oito obras defensivas: Moinho do Céu, Forte da Caneira, Forte Grande (hoje Forte do Alqueidão), Forte do Trinta, Forte do Simplício, Forte do Machado, Forte da Patameira e Forte Novo. As tropas francesas acampam perto do Sobral, maltratam a população e travam combates entre 11 e 13 de Outubro. Com um exército esfomeado e revoltado e uma linha defensiva tão forte, Massena desiste. Acabam assim as invasões francesas e Portugal é saqueado tanto pelos franceses, como pelos ingleses. O Forte do Alqueidão é um marco importante na defesa da capital e era o ponto de onde Wellesley, mais tarde Duque de Wellington, observava e comandava os exércitos.
Diversos outros temas foram focados, factos importantes que se deram, e também pessoas de grande relevo para o desenvolvimento do País. Até ficamos a saber como o Morgado da Luz, de Carnide, se juntou ao Morgado do Sobral; e que os Irmãos Cruz, no século XVIII, tinham uma fábrica de algodão no Sobral…
O que acha? É ou não de interesse o que se abordou? Isto é só uma pequena amostra. Por mim gostei muito e espero ter oportunidade de continuar para o próximo ano.
 
Maria Alexandrina Reto

2 comentários:

  1. Mais curiosidades da História de Portugal poderia eu chamar a este comentário. Curioso que a D. Alexandrina nos cite Junot, que “reinou” em Portugal aquando da 1ª Invasão Francesa. O mesmo Junot que, anos mais tarde, já na 3ª Invasão, ocupou o Sobral. Socorro-me do livro “As Linhas de Torres Vedras”, editado pela PILT em Abril de 2011: “… Massena instalou o seu quartel-general em Alenquer (…) e o 8º corpo, de Junot, em Sobral de Monte Agraço. (…)”.

    Sei pouco do que se passou de facto durante essa ocupação, mas é certo que houve combates e que “… a vila da Ribaldeira, o concelho do Cadaval … e o de Sobral foram invadidos pelo exército francês, sofrendo destruições e saques.” E é seguro que foi aqui no Sobral que teve início o fim do domínio napoleónico sobre a Europa ... Nada mau, como cartão de visita desta Terra. Vale a pena visitar o CILT para se ficar a conhecer um pouco mais desta época e de como as coisas aconteceram.

    Mais curiosidades, mais histórias da História são uma forma leve e indispensável para compreendermos melhor o nosso presente, como nos lembra a autora. E em "férias", então, não deixam que a mente enferruje tanto, nem tão depressa.

    José Auzendo

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  2. Amiga Alexandrina
    Quero felicitá-la pela seu poder de absorção e capacidade em nos transmitir factos históricos, suas datas e pormenores, com tanta precisão. Parabéns também ao Dr. António pela maneira como consegue ensinar os seus preciosos conhecimentos com tanto pormenor e de modo a que pessoas que já têm bastantes lacunas devido à idade, ainda conseguem uma aprendizagem fantástica. Além do seu tempo, o seu empenho é de louvar, e nunca é demais lembrar, A TROCO DE NADA. Obrigada pelo seu gesto.
    Desisti da História por não ser de todo algo que me prenda a atenção. Tentei, mas o meu poder de concentração e desinteresse pela matéria, fez-me desistir. Mas isso não impede que reconheça o valor de quem ministra a aula e também de quem lhe absorve todos os pormenores.
    Quero deixar aqui o meu grande abraço aos dois, e faço votos para que estas aulas consigam cativar de uma maneira sempre positiva todos os que a frequentarem.
    Lourdes Henriques.

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