No meu último
apontamento escrevi sobre ser velho.
Nem a propósito!
Tinha como objectivo
para este ano consultar um otorrinolaringologista. Quê? Isso mesmo,
o especialista de ouvidos. Por acaso esta é uma das palavras que não
tenho dificuldade em ouvir. Dizem os entendidos que a perda de
audição está relacionada com a idade. Até tem um nome pomposo
“Presbiacusia”, vejam lá. Primeiramente os atingidos são os
sons de alta frequência, os chamados agudos, utilizados nas
consoantes “S”, “T”, “K” e “F”.
Já agora acrescento que esta riqueza atinge com maior incidência os homens,
Pois há algum tempo
que noto dificuldade em perceber quem está a falar aquando num
ambiente fechado com várias vozes ao fundo (restaurante por
exemplo). Confesso que não é muito agradável participar numa
conversa sem ter a percepção completa das palavras dos outros.
Piii, onn, ni, e mais uns tantos, ouvido esquerdo, ouvido direito...
Velhice, disse-me o
médico, “PRESBIACUSIA”, escreveu meticulosamente no envelope dos
exames, talvez com medo que eu não captasse... :), afinal tinha um som "K"!
Prótese, não, só
me confundiria, uma vez que amplificaria os sons deficitários e também
os que não o são.
Ok, viver com isto!
No entanto, esta
perda pode ser compensada pela leitura dos lábios, pelo facto de
aprender a reconhecer sinais não auditivos, como a linguagem
corporal.
Se notarem que estou
a fixar os vossos lábios a partir de agora, olhando atentamente para
o vosso corpo...não tirem conclusões precipitadas, estou a aprender
a ler!!!
Não são só
desvantagens, já tenho desculpa para olhar, olhar...ler, pedir para
repetir, ouvir de novo as vossas bonitas vozes!!!
Afonso