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domingo, 25 de setembro de 2011

O “MONSTRO DO ACORDEON” …


Assisti ontem no Centro Cultural de Belém, ao concerto promovido pela Ordem dos Advogados, que para o efeito convidou os OQUESTRADA, banda a que minha filha mais nova pertence participando como acordeonista.
Foi a segunda vez que presenciei ao vivo a actuação deste grupo. E por sinal, assisti à concretização de um dos grandes sonhos da minha filha: Tocar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém. Sou suspeita por ser mãe, mas esse facto não me impede de avaliar as coisas como elas são. E foi maravilhoso. A banda surpreendeu tudo e todos, pois sei de algumas pessoas que foram com certa relutância julgando tratar-se de mais uma das muitas bandas que por aí existem… e que no fim se renderam às evidências: Parabéns e mais parabéns, e ficamos vossos fãs … É realmente uma banda diferente que nada tem a ver com as outras bandas da nossa praça. Inovação, surpresa, genuínos, marcam pela diferença … Quem quiser, pode confirmar no Facebook.
Agora a maior surpresa e alegria que eu, como mãe, poderia ter, foi quando a Marta Miranda, a Excelente Vocalista e grande impulsionadora deste extraordinário projecto, ao apresentar os músicos ao público, se referiu à minha filha como “A Marina, filha de uma família de acordeonistas do Oeste… Este “MONSTRO DO ACORDEON”…
Afinal, nem sempre gerar um “MONSTRO” é mau …
Agradeço a Deus ter-me concedido o privilégio de ter sido eu a gerar ESTE!
 Lourdes Henriques (Sobral - Biblioteca)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

FESTAS NO SOBRAL


Estamos na semana das Festas do Sobral, em Setembro. Uma tradição já com décadas, mas que gradualmente tem vindo a perder a sua qualidade …Por falta de interesse, por falta de participantes, agora desculpam-se com a crise … Talvez, mas a crise não justifica tudo.
Longe vai o tempo em que a rua principal era palco de um desfile histórico tão afamado, que vinham pessoas de todas as partes do país para o presenciarem ao vivo. Damas, cavalos, cavaleiros, guerreiros, a corte real, a plebe, o clero, o povo, enfim, uma mostra dos remotos tempos da nossa história ancestral com muitos séculos de existência. Na tentativa de não deixar morrer esta tradição, vão-se fazendo ainda uns desfiles que na minha opinião, de ano para ano, vão lentamente perdendo a qualidade. Carros alegóricos a tradições locais, e recentemente o Bodo, que não deixa de ser uma tradição engraçada. A rua principal, que nestas noites de festa de antigamente estava cheia de barraquinhas a abarrotar de petiscos, novidades, artesanato, de modo a que era preciso pedir licença às pessoas para passar, hoje já nem parece a mesma. E digo isto não apenas por ser a minha opinião, mas é também a opinião de muita gente aqui residente há muitos anos.
O que não mudou foram as pamplonas e touradas. Nunca gostei de touradas nem de qualquer espectáculo em que se usem animais, fazendo-lhes mal, para nossa diversão. Pode ser uma tradição, que me perdoem os apreciadores de tais práticas, mas para a minha sensibilidade, acho que nesses espectáculos deploráveis, somos nós os irracionais. E o que me moveu a escrever esta anotação, foi exactamente a Pamplona que decorre neste momento na Praça Dr. Eugénio Dias. É que tive que lá ir e, por azar meu, dei com um espectáculo que detesto. Eu sou um ser humano, dito racional, e não suporto ver semelhantes meus a divertirem-se à custa dos animais. Não sei que prazer poderá dar a um ser que pensa ser superior aos outros, andar a correr de um lado para o outro, e aos molhos, atrás de um touro, com um olhar de extremo cansaço e já todo molhado de bába pelo esforço dispendido… E como se já não bastasse os adultos, crianças metidas no recinto, incitadas a provocar o animal que de cansado, já nem quase se mexia … pobre bicho. E como é que os homens de amanhã poderão ser melhores, se os próprios pais incitam os filhos logo de pequenos, à brutalidade?
Depois, quando há um bicho mais feroz que se lembra de se vingar e atirar os “superiores” pelos ares ou os esmaga com o seu peso brutal, aí, coitadinhos, foram parar ao hospital! Olha que pena! Até já vou chorar…..
Ou será que sou eu que ando no mundo errado? Se sou, digam-se onde está o mundo certo, para eu me mudar para lá. JÁ!

Lourdes Henriques (Sobral - Biblioteca)