No
dia
17
de
Novembro,
completaram-se
40
anos
da
morte
de
Matias
Luís
Ferreira,
mais
conhecido
por
Matias
Flor,
homem
íntegro,
de
um
só
querer
e
com
muita
vontade
de
mudar
o
Mundo.
Uma
grave
e
fulminante
doença
arrancou-o
do
convívio
da
sua
família
e
dos
seus
amigos,
que
ficaram
mais
pobres
e
bem
mais
tristes.
Estou
habilitada
para
afirmar
que
era
um
bom
homem,
amigo
do
seu
amigo,
respeitador
e
respeitado,
e
sobretudo
solidário.
Estimava
e
defendia
da
melhor
forma
todas
as
colectividades
da
vila.
Foi
bombeiro
voluntário
da
Associação
dos
Bombeiros
Voluntários
do
Sobral
durante
vinte
e
seis
anos;
contudo,
a
sua
grande
paixão
desde
sempre
foram
as
Festas
e
Feira
de
Verão
do
Sobral.
No
jornal do Sobral “Sizandro”, de Dezembro de 1971, em primeira
página, pode ler-se - ” Um bom Sobralense que desaparece: Morreu
Matias Luís Ferreira (Flor) ”, tendo em destaque uma sua
fotografia. Todo o artigo, assinado por J. Campino, se reveste de uma
verdade e uma descrição pormenorizada da vida deste grande homem.
Não sei se alguma vez agradeci ao João toda a amizade que dedicava
ao meu padrinho, faço-o agora, muito obrigada João Campino.
Começou
cedo
ao
lado
do
pai
e
do
tio
a
trabalhar
devotadamente
para
as
Festas,
e
a
elas
se
manteve
fiel
até
ser
arrebatado
pela
morte.
Trabalhava
incansavelmente,
numa
entrega
total,
na
Comissão.
Sacrifícios
atrás
de
sacrifícios
eram
o
seu
apanágio
todos
os
anos,
para
que
quando
chegasse
o
dia
das
Festas
tudo
estivesse
em
ordem,
esquecendo-se
muitas
vezes
da
sua
vida
pessoal.
Teve
sempre
muito
respeito
pelas
diversas
Comissões
que
por
ele
passaram,
não
impondo
a
sua
vontade
como
mais
velho,
e
por
isso
era
estimado
por
todos.
Como
os
jovens
o
respeitavam!..Volto
a
citar
o
Sizandro:
“Apesar
de
não
ser
jovem
na
idade,
era-o
nas
acções.
Daí
entender
e
ser
entendido
pela
camada
jovem
que
trabalhava
nas
Festas.
Dava
gosto
vê-lo
entre
a
juventude
e
colhendo
opiniões.
Todos
sem
excepção
gostavam
do
Sr.
Matias”.
![]() |
Mensário Regionalista do Concelho do Sobral de Monte Agraço |
Homem
de
uma
força
interior
enorme,
tentou
resistir
à
doença
que
o
atacou
mas,
mesmo
perto
do
fim,
não
esqueceu
as
suas
Festas
e,
numa
subscrição,
ainda
conseguiu
duas
dezenas
de
contos,
o
que
para
a
época
era
muito
importante.
As
Festas
tinham
que
sobreviver
por
si
só,
na
época
não
havia
nenhuns
apoios
externos.
Exigia-se
muito
da
Comissão,
que
lutava
por
um
saldo
positivo
todos
os
anos.
O
seu
grande
gosto,
e
onde
eu
o
via
parar,
era
quando
chegava
a
2ª.Feira
das
festas,
na
Praça
Dr.
Eugénio
Dias
repleta
de
forasteiros,
a
escutar
o
concerto,
em
que
duas
bandas
se
desafiavam,
cada
uma
no
seu
coreto,
uma
do
Norte
e
outra
do
Sul
do
País.
Extasiado,
ali
esquecia
todos
os
trabalhos
e
canseiras
que
as
Festas
lhe
tinham
dado,
deliciando-se
com
a
afinação
e
os
sons
das
marchas,
que
cada
banda
tão
refinadamente
exibia.
Este
homem
que
nunca
foi
pai,
foi
há
uns
anos
atrás
obsequiado,
no
dia
do
Pai,
por
um
poeta
popular
da
nossa
terra,
o
Rodrigo
da
Silva,
o
Pataco,
que
enviou
para
a
Rádio
Oásis
uns
versos
para
serem
lidos.
Escrevia
o
poeta:”
…este
Senhor
foi
um
pai
adoptivo,
mas
um
pai
a
cem
por
cento
… Era
um
activista/Era
um
homem
muito
sério/
Não
era
para
dar
nas
vistas/
Era
o
seu
critério.”
Era
o
seu
critério
diz
o
poeta:
esta
era
a
sua
forma
de
estar
na
vida,
digo
eu.
Posso
falar
deste
Senhor
com
toda
a
legitimidade:
era
meu
tio
por
afinidade,
padrinho
pelo
registo
e
pai
extremoso
pelo
coração.
Este
homem
era
povo,
cidadão
anónimo
sem
direito
a
nome
de
rua,
mas
no
meu
coração
tem
sempre
erguida
uma
estátua
e,
enquanto
eu
puder
e
onde
puder,
o
seu
nome
será
perpetuado.
Matias
Flor,
uma
“flor”
que
eu
tento
regar
todos
os
dias
no
jardim
das
minhas
memórias,
e
por
isso
também
aqui
o
homenageio.
Maria Alexandrina
Maria Alexandrina
Muito Lindo Mãe, até estou arrepiada. Iris
ResponderEliminarPois adorei, Pois continu a regar essa Flor
Eliminarmuito ,lindoun abraço Anna
Amiga Alexandrina
ResponderEliminarMais um dos seus preciosos testemunhos que vem enriquecer não só o nosso blogue, como também dar a conhecer histórias do passado desta terra.
Bem-haja pela sua participação, pois é uma bela homenagem a quem, pela sua humildade e dedicação, deveria nunca ter sido esquecido. Mas infelizmente, salvo raras excepções, quando se é "do povo" ou "apartidário", cai-se no rol do esquecimento!
Continuo à espera de mais "histórias" que deve ter aí guardadas no "seu computador cerebral!
Beijinhos da
Lourdes.
Também eu não posso deixar de me associar a todos os que são presenteados com as suas prosas. desde a primeira hora que me tornei fâ da sua extraordinária capacidade de através da escrita nos fazer visualizar várias sensações. se na anterior nos tinha pintado um quadro de Van Gogh, ao passar a escrito tudo que a sua capacidade de observação e narração observou e partilhou, numa passeata feita nos nossos belos campos ( a propósito peço-lhe que continue a passear porque só lhe faz bem como nos permite esperar por mais "quadros"), como desta vez nos transporta para o conheci-mento de um Homem que pelo seu altruísmo e dedicação fez muito bem em recordar. Não o conheci, como é natural, mas a sua capaci-dade de para além de textos suaves me transmitir a sensação de sentimento, que é fundamental à vida em que eu acredito, foi o suficiente para ficar para sempre na minha memória. Quanto às homenagens oficiais com estátuas , ruas e outras coisas do género acho que, infelizmente, passaram a ser actos com pouco significa-do pois se tornaram banalidades de "contabilidade" duvidosa e pouco credível. Seu padrinho,será bem melhor recordado por todos os como a Maria alexandrina,o Pataco e todo o povo, que graças a ele, pode festejar a sua terra lhe dedicarão numa placa bem mais importante , no coração. Com muita amizade fico apenas aguardando nova oportunidade de voltar a ter no nosso Blogue. Bem haja
ResponderEliminarMaria Alexandrina tudo o que escrevas sobre o teu padrinho é sempre pouco para descrever o que ele era como pessoa e como Sobralense
ResponderEliminarNem todos os que vão à missa são santos e nem tudo que brilha, é ouro!!!
ResponderEliminaré com muita tristesa que me deparo num blogue com as características do NOSSO com comentários de "anóni-mo",o que não acontece pela primeira vez. Acho mesmo que é triste e nada admíssivel que tal aconteça e sugi-ro mesmo que os responsáveis devem tomar uma atitude drástica e cortar a palavra a quem não tem a frontalidade de dar a cara. Eu sei que Portugal, este meu nobre e querido país, está cada vez mais vulnerá- vel e a assimilar uma falsa visão de "liberdade de opinião", mas toda a LIBERDADE pressupôe nobre-sa,responsabilidade e frontalidade, ,e a falta destes atributos coloca a questão em outro patamar, a LIBERTI-NAGEM, que bem pelo contrário é uma atitude despresível,iníqua e sedm nobresa.
EliminarSe esta opinião fere alguèm que me desculpe, pois sou dos que aceitam que não tenho opiniões universais e inquestionáveis, mas sou também dos que aceitam e me tento comportar seguindo valores que esses sim, me ensinaram são universais.
Dito isto, sinto-mo no direito de perguntar-lhe frontalmente o que a sua frase quer dizer, pois dita assim fica a dúvida se é uma afirmação sarcástica ou de concordância, e já agora permita-me que lhe diga que se escrevemos português, com acordo ortográfico ou sem acordo, a sua frase tem um lapso, a vírgula está fora do local apropriado. Cordiais saudações.
Senhor Manuel Augusto, continuo anónimo, embora esteja de acordo com o senhor que é triste ter de continuar anónimo, mas entendo que é perfeitamente admissível escrever anónimo...Não sei quem são "os reponsáveis" mas bem hajam por continuarem a permitir os anónimos. Não é sempre por falta de frontalidade que se é anónimo.
EliminarE como fala em escrever português e critica a minha vírgula, lembro-lhe que o seu texto tem pelo menos oito erros de português... E as suas frases deixam muito a desejar, mas não sei o suficiente para dizer melhor. O senhor vê melhor um sisquinho no olho do vizinho do que um...tronco à sua frente.
Penso que é salutar trazer para a nossa presença a memória, e prestar homenagem, àqueles que, cada qual pela sua razão, se destacaram pela entrega à vida da comunidade onde viviam. E isto é especialmente válido agora, quando, como se diz num texto anterior deste Blogue, as pessoas se afastam cada vez mais da vida comunitária, correndo-se o risco de, às tantas, olharmos à nossa volta e só “encontrarmos o deserto” – cito de memória.
ResponderEliminarOra o Sr. Flor, que não conheci - em 1971 casava-me eu no Porto e nem imaginava a existência desta terrinha – foi seguramente uma pessoa ímpar no seu tempo: respigo, não o que o texto diz, mas o que consegue ler-se da reprodução do jornal: “grande amigo de todas as colectividades locais, bombeiro voluntário durante 28 anos, o maior animador das Festas e Feira de Verão, apreciado pelos jovens de que gostava de se rodear…” E porteiro do cinema, sabemo-lo de outro texto da afilhada. E diz-nos o poeta citado no texto, “não era homem para dar nas vistas”… Que mais se pode querer para que sejam mais que justas todas as homenagens que se possam fazer-lhe? De quantas pessoas vivas do Sobral podemos dizer o mesmo hoje?
Nem tudo o que reluz é ouro? Claro que não: o topázio, o quartzo, a mica brilham também se lhes der o sol…Onde está a novidade? Nem todos os que vão à missa são santos? Claro que não, se não havia mais santos do que no céu caberiam…E mesmo os santos…quantos não pecaram? E não será verdade que quem mais se confessa (na Igreja) é porque mais peca?
Não parece, de facto, relevante nem inteligente dizer isto de quem quer que seja e, menos inteligente ainda se, para dizer isto, precisamos do anonimato.
José Auzendo
Pois é!
ResponderEliminarUns não "devem" ser anonimato.
E porque é que os seguidores podem não ter "rosto"?
Parece contradição!
Daniel Silva
Porque é que o Sobral é uma terrinha?
ResponderEliminarRealmente o Porto é uma cidade.
Então porquê viver nesta terrinha?
Sobral é uma "terrinha" que acolhe bem demais quem cá chega. Gosto da minha "terrinha",mas não gostei de ver escrito.
Maria Clara de Sousa
Sim tia amiga, fizestes vir-me as lágrimas aos olhos, por tudo o que escreves-tes sobre o padrinho que realmente era um grande homem e um grande amigo de todos. Que Deus o tenha em paz.
ResponderEliminarAna Maria Além