Celebra-se em 2012 o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações. Por isso, mas não só por isso, vou publicar neste espaço, regularmente, espero que semanalmente, um artigo sobre a problemática do envelhecimento. Não serão, no essencial, textos da minha autoria, mas antes transcrições, resumos e adaptações de artigos de outras publicações, que serão claramente identificadas. Seguirei também o “Manual de Envelhecimento Activo”, da Lidel- Edições Técnicas, Ldª. (que referirei como MEA-Lidel). Não mencionarei, em princípio, nem os nomes dos autores dos artigos, nem a bibliografia citada ou utilizada. Sempre que tenha encontrado as minhas “fontes” na net, escrevê-lo-ei com as palavras “ver net”. Convido o leitor a seguir-me nesta busca e divulgação de temas ligados ao envelhecimento: o Blogue é nosso, logo seu. Escreva para sobral.senior@gmail.com, ou faça um “comentário” no próprio Blogue.
José Auzendo
Texto
9
Rever
matéria, pensar
nas férias
Este
é o nono texto desta série de artigos que me propus publicar. E
assim como, entre humanos, o nono mês dá à luz uma vida, também
agora é justo que o nono texto dê à luz um período de férias, um
descanso destes temas nem sempre simpáticos. Não precisa de
agradecer estas férias, eu sei que fica contente…

Também
me foi dito que uma maneira fácil de perder peso era estar, de vez
em quando, umas horas sem comer… com fome. Nada mais errado, nada
mais negativo. Claro que se “perde peso”, mas… O nosso
organismo, mesmo em repouso, mesmo dormindo, precisa de energia para
manter a funcionar o cérebro, os aparelhos circulatório,
respiratório, urinário…Se lhe falta
a energia na “fonte”
natural, o estômago, o
organismo vai buscá-la lá
onde ela existe: as
proteínas dos músculos. Nas
idades mais avançadas, já é normal a perda de massa muscular;
deixando o estômago vazio, a dar horas, só agravamos a situação…Daí
à fraqueza generalizada e suas consequências vai um passo curto.
Portanto, vamos tentar perder peso graças ao exercício físico e a
uma dieta adequada, mas comendo sempre com a sabida regularidade.
Mas
também ”não é preciso” fazermos como o nosso D. João VI, que
andava todo engordurado porque tinha sempre os bolsos cheios de
pernas de frango, que não parava de comer, mesmo durante as
recepções oficiais, mesmo já no Brasil… Li isto há muito tempo,
já não sei onde, escrevi de memória e de boa-fé…Será verdade
histórica? Informe-se, mas não imite: nem tanto ao mar, nem tanto à
terra.
Se
é dos que já estava consciente do que escrevi, melhor, agora vai
ser mais fácil não esquecer. E como estamos a caminho de férias,
sejam elas à beira mar ou bem em terra, não esqueça que é
uma boa altura para
se manter ainda mais
activo e para estimular
ainda mais a sua
mente. Por exemplo,
dedicando algum tempo à
leitura: ler é um
bom hábito que deve
manter-se cultivado. A leitura, vide
MEA-Lidel,pág.85, estimula o vocabulário, a imaginação e a
memória e é um óptimo entretenimento. Se puder, leia em voz alta,
pois assim obtém mais estimulação cognitiva do que lendo para
si…Aproveite os jornais e revistas para fazer passatempos: palavras
cruzadas, diferenças, sudoku, sopa de letras…

Os textos do Sr. Auzendo vão de férias, os alunos do Clube Sénior estão de férias, fala-se muito em férias e pergunto-me? Quantos passarão sem férias este ano? Os desempregados e os que sofreram cortes nos subsídios e nas reformas. Porém, acho que os nossos governantes irão aos lugares mais recônditos do Planeta e aos mais paradisíacos, porque eles não podem deixar de ter férias, ouvi dizer que eles não sofrem as mesmas sanções que nós. Nós pagamos...Nós sofremos... Nós estamos cada vez mais pobres. A história ensina-nos que sempre foi assim, para que uns estejam ricos, outros têm que ficar mais pobres...
ResponderEliminarProfessor Auzendo boas férias, os seus ensinamentos fazem-nos falta, mas repare: com tantos impostos e tantos cortes nos salários, acho que a obesidade passa a ser problema só para os ricos, os pobres não podem abusar na comida, temos todos que apertar o cinto e vamos com certeza ficar muito mais elegantes.
Lembro-me da minha avó me contar que uma sardinha era cortada em três, para que três pessoas pudessem ter conduto. Hoje veio-me essa ideia à cabeça quando fui à praça comprar sardinhas e reparei no preço: um quilo, que equivale a uma dúzia de sardinhas, custou €12,50. Pensando bem, a obesidade não vai acabar, vai certamente aumentar, teremos que abusar das batatas, como antigamente.
Boa noite,pois li com grande enterece. pois gosto muito do que poblca pois é interessante para todas as idades. pois vou seguir o seu concelho, (Se podes olhar, vê; se podes ver, repara) pois vou fazer mais cuidado. prometo.
ResponderEliminarUn abraço senior Anna
Boa noite Professor Auzendo
ResponderEliminarMais um dos seus preciosos artigos incentivando os mais idosos, e não só, à prática das boas regras para uma vida mais saudável.
Pela parte que me toca, quero agradecer, não as férias porque essas, passo-as normalmente no mesmo sítio onde estou o resto do ano, e como tal o PC continua a ser meu companheiro, mas o seu empenho em nos ajudar, em nos despertar para um envelhecimento mais tardio e sem grandes maleitas.
Uma vez mais lhe digo que vou "tentar" seguir "alguns" dos seus bons conselhos, pois como "pecadora do garfo" que sou, já estou a pagar há muito pela minha fraqueza. Espero ainda conseguir ir a tempo de melhorar alguma coisa. Obrigada pelo incentivo.
Desejo-lhe umas boas férias, saudáveis e com bastante descanso para voltar a esta actividade com as energias retemperadas.
Um abraço da
Lourdes.
Vou tentar "responder" em várias frentes, que isto de escrever "para os outros" mostra-se mais complicado, mais delicado, do que fazer refeições "para fora".
EliminarEu não vou de férias, vai de "férias" a série de textos que venho publicando sobre o "envelhecimento activo". E se a "senior Anna" diz que vai seguir a máxima "se podes olhar vê, se podes ver repara", só isso significa que valeu a pena ter escrito e que é o momento certo para um descanso...saio "pela porta da frente".
Quanto ao resto, vão continuar a poder ler coisas minhas, e espero em breve surpreender-vos com um outro tema interessante, espero que de longa duração, com muiots textos, em prol das pessoas desta "terrinha" de que gosto muito. Gosto dela, gotei de escrever "terrinha", gostei de ver outrem a escrever terrinha...Estamos bem, estamos nessa.
Neste blogue, sou tão "seguidor" como qualquer outro que nele escreve, ninguém é obrigado a fotografar-se e eu, se ainda não o fiz, foi só porque...sei lá, não calhou, não ligo muito a isso, prefiro outras coisas, pefiro as palavras: leio livros fabulosos de cujos autores esqueço os nomes e de que nunca vi nem verei as fotos ou o corpo. Que interessa? Interessa é a mensagem, o prazer que me deram ao lê-los, aquilo que fica.
Que sorte a da D. Alexandrina: não foi a minha avó que me contou, fui eu próprio que experimentei na minha infância, nessa minha outra terrinha, Alvarães, 10 Km a sul de Viana do Castelo, em que uma sardinha era repartida por dois filhos...Só o pai tinha direito a uma inteira. E o pior era que cada filho (quatro) queria sempre o rabo, e o raio das sardinhas de lá (azar nosso) só tinha um rabo cada...Desgraça das desgraças é vermos esse tempo a retornar, quem diria?
José Auzendo
Esta história das sardinhas fez-me recordar histórias que o meu marido costuma contar da sua vida de criança, órfão de pai, nos tempos de "miséria" do pós guerra, em que a comida era racionada, o dinheiro era pouco, não havia qualquer protecção social para apoio às famílias, os pais sofriam por não terem o suficiente para os filhos e os filhos choravam por comida. Conta o meu marido:
ResponderEliminarViviam em Barcelos nessa altura, ficou sem pai era ainda criança: a doença do pai levou-lhes primeiro o táxi que tinham e, a pouco e pouco, tudo o que havia para vender...Mesmo assim a morte levou-o e a mãe ficou com cinco filhos pequenos para sustentar, só com o seu trabalho, mal pago. Tinha que ser tudo muito bem dividido. Quando lhe calhava uma fatia fina de broa, ele chorava porque queria um "naco" grosso que se segurasse de pé!...Começou a trabalhar aos nove anos, no seu ofício de alfaiate, saía da escola e ia a correr para o trabalho, não passava de um criado da mulher do patrão que, ao fim de uma semana de trabalho, nem uma sopa lhe dava. Isto não se passava só com ele, não, eram muitas as vitimas deste sistema. Pobres crianças que, tal como Soeiro Pereira Gomes diz, " foram homens sem nunca terem sido meninos"...
Maria Alexandrina
Sendo as recordações também como as cerejas, esta da fatia do pão traz-me à memória outro aspecto das “nossas” sardinhas: dia sim, dia não, a cada um calhava cabeça, e éramos nós que tínhamos de manter a “contabilidade” em dia. Claro que, no dia, todos afirmávamos ter comido cabeça no dia anterior…E as metades de sardinha ficavam a olhar para nós, juntinhas no prato, à espera que nos decidíssemos…
EliminarTudo isto, de Alvarães ou da "vizinha" Barcelos, poderiam ser recordações de um tempo ido e sem retorno, não se desse o caso de estarmos, hoje, a viver situações não idênticas, mas piores. Segundo a Agência Financeira, em 6.6 havia, em Portugal, cerca de 500 000 pessoas desempregadas sem direito a subsídio de desemprego, num universo de quase 900 000 desempregados. É também alarmante o número de casais com os dois elementos sem emprego …E, digo eu, a situação só está piorando, não dia a dia, mas hora a hora…na carteira das pessoas, na educação, na saúde…
Perante isto, que interessa que os comentários neste blogue sejam anónimos, ou feitos por nomes inventados, que quem escreve tenha ou não tenha foto ou escreva terrinha em vez de torrão? Não estaremos todos, hoje - outra vez hoje - a afastar-nos demais daquilo que, neste momento, interessa verdadeiramente?
José Auzendo
Prof.José Auzendo
ResponderEliminarJá agora vou entrar uma de,elogiar o autor dos textos,que tenho vindo a ler, com a maxima atenção. Tenho aprendido, reaprendido...e na medida do possivel,seguir os ensinamentos. Obrigada pela parte que me toca...sabe, tenho tempo de sobra.
Por vezes é bom´...mas tudo o que é de mais é "moléstia"...não posso "matar" o tempo...terei é que aporveita-lo,o que nem sempre, o mal é meu, muito meu e muito mal...não dezespero, vou aprendendo,ou tentando...
Um abraço
avoluisa
Este blog está a ficar pouco agradável Tem textos interessantes. A seguir vem os comentários, uma simples frase anonima gera uma polémica entre os leitores agredirem o anonimo, como miúdos mal educados.
ResponderEliminarMargarida da Piedade
Surpresa das surpresas, chego a casa após mais uns dias de férias e o meu querido amigo Auzendo não pára de nos surpreender com os seus artigos e a dar-nos os seus conselhos, que deram origem a tristes comentários,mas infelizmente verdadeiros. Eu felizmente não vivi com uma sardinha para 3 pessoas, mas recordo-me de quando era criança, de ver um amigo a comer uma sardinha assada em cima do pão - cheirava tão bem que eu atrevi-me a pedir-lhe um bocadinho e ele não mo deu.
ResponderEliminarInfelizmente a fartura não evita a morte: dos seus quatro irmãos, 3 morreram tuberculosos na flor da idade. Tudo na vida tem que ter moderação. A fome é triste, a fartura só faz mal.
Lisete Corado