Como
aluna da disciplina “História de Portugal” desde a primeira
aula, resolvi contar-vos um pouco da minha experiência. Hoje vou só
falar de alguns dos temas abordados; numa próxima oportunidade
continuarei. O que me leva a escrever é também uma pequena ajuda
que quero dar ao Dr. António, o nosso António, como carinhosamente
o chamamos, um jovem que se dispõe a transmitirmos os seus
conhecimentos, sem nada em troca, a não ser a nossa gratidão. E
como sei que ele está assoberbado de trabalho, com o seu mestrado e
ainda tem que preparar as nossas aulas semanais, além das suas
obrigações diárias, escrevo por ele, meu querido António, aqui
vai a minha homenagem.
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1139–1143
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Como
tudo na vida se começa pelo princípio, vou falar-vos de D. Afonso
Henriques, 1º. Rei de Portugal. D. Henrique de Borgonha veio à
Península para ajudar D. Afonso Vl, Rei de Castela, na luta contra
os mouros, ou seja na Cristianização. Pelos seus feitos, o Rei
deu-lhe o Condado Portucalense e a mão da sua filha bastarda D.
Teresa, em casamento, mas com a obrigação de lhe prestarem
vassalagem. Dessa união nasce D. Afonso Henriques. D. Teresa e sua
irmã D. Urraca eram, no século Xll, das mulheres mais ricas da
Europa.
D.
Henrique morre e D. Teresa envolve-se com o fidalgo galego Fernão
Peres de Trava, o que se tornou um perigo para D. Afonso Henriques,
porque se desse envolvimento houvesse descendência dela sairia o
herdeiro legítimo do Condado. Por esse facto D. Afonso Henriques fez
guerra à mãe, venceu-a na batalha de S. Mamede e tomou o poder.
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1185 a 1245–1248
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D.
Afonso Henriques tem que prestar vassalagem ao primo D. Afonso VII de
Castela, mas sua irreverência leva-o a fazer as pazes com o primo
para combater os mouros e a guerrear com o primo logo de seguida para
lhe conquistar terras. Em 1143, com o Tratado de Zamora, consegue a
paz com Castela e o primo proclama-o Rei. Como nunca pagou a Bula
Papal, o Papa não o reconhece como Rei. Depois da Batalha de
Ourique, em que D. Afonso Henriques diz que lhe apareceu Cristo, os
nobres também o consideram Rei, mas só em 1179 D. Afonso Henriques
é reconhecido pelo Papa como Rei de Portugal. D. Afonso l, com o
cognome de Conquistador, pelas terras que conquistou aos mouros,
morre com 75 anos de idade encontrando-se os seus restos mortais na
Igreja de Santa Cruz, em Coimbra.
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1245–1248 a 1383–1385
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Passemos
ao século XIII, ao Rei D. Dinis, o rei poeta, que fundou a
Universidade de Lisboa em 1290 e em 1307 a transferiu para Coimbra.
Estava instituída a Ordem dos Templários, uma Ordem muito poderosa
no território português: entre o rio Tejo e o rio Mondego, quase
todas as terras lhe pertenciam. Filipe de França, o Belo, pediu ao
Papa para extinguir a Ordem dos Templários por ser tão poderosa e
transferir os seus bens para a Ordem dos Hospitalares. D. Dinis não
quis para Portugal a Ordem dos Hospitalares e pediu ao Papa que, em
Portugal, os bens fossem transferidos para a Ordem de Cristo. Espanha
transferiu-os para a Ordem de Santiago. Eram todas Ordens militares.
Voltarei,
se tiverem gostado.
Maria Alexandrina
Claro que gostei....e muito,sempre a historia de Portugal foi uma história que me encantou como um lindo romance com partes boas e alegres de poder de conquista,e outras menos boas, mas será assim em todos os reinos...é bom relembrar,força estamos aqui para a acompanhar e reviver as nossas longinquas aulas de história
ResponderEliminarSaudações amigas
suzete.
Querida amiga
ResponderEliminarTambém eu frequentei a aula de História no 1º. ano do Clube, mas não tive a sua coragem, e no 2º. já não fui. No entanto, antes de mais, quero juntar-me a si para prestar a minha Homenagem a um jovem extremamente ocupado, a trabalhar, a continuar os estudos superiores para obter um futuro melhor, e ainda por cima, a TROCO DE NADA, a OFERECER-NOS os seus preciosos tempos livres. Será que os tem, ou é a sua boa-vontade que os faz arranjar à força de bastante sacrifício? Por isso quero agradecer e saudar o Dr. Antório, o "nosso António", pois apesar de já não frequentar estas aulas, não me esqueço dele. Daqui lhe envio o meu abraço amigo.
Quanto ao seu texto de História, tiro-lhe o meu chapéu, pois a minha cabeça cansada já não saberia contar com este pormenor todo o princípio deste nosso querido país que se encontra tão maltratado e em mãos tão corruptas...
Continue minha amiga a narrar-nos a nossa História. Apesar de já ter alguma dificuldade em fixar, é sempre bom relembrar o que aprendemos, pois sempre vai ficando mais qualquer coisa. E com esta agilidade toda, não dá oportunidade ao "alemão", como diz o professor Afonso, de entrar na sua porta.
Parabéns pelo excelente trabalho.
Um beijinho da
Lourdes.
A História de Portugal é sempre fascinante...Começando pelo Afonso Henriques que seria enriquieto e atrvido ,ao ponto de fazer guerra á mâe...revoltar-se contra ao primo.Era "tramado"
ResponderEliminarDepois ao longo do tempo há hipisódios de valentia e heroismo que vai saber bem relembrar e,ficamos á espera...
Um abraço
avoluisa
Cuidava eu (muito se engana quem cuida, não é?) que sabia "tudo" sobre as ordens religiosas, especialmente as historicamente conhecidas como ordens militares, e vejo que, afinal, nem sequer tinha ouvido falar (ou não me lembro de ter ouvido falar) da Ordem dos Hospitalares...Pus-me a investigar, o Google e as enciclopédias servem para isso mesmo, e descobri, imaginem, que essa Ordem foi mesmo a primeira a ser constituída, logo em 1113, após a tomada da Palestina aos "Mouros" pelos Cruzados. E chamou-se dos Hospitalares, ou dos Hostitalários, ou dos Hospitaleiros de S. João de Jerusalém, precisamente porque os seus membros, monges-soldados, se dedicaram a defender militarmente o hospital que tinham fundado, em Jerusalém, para apoio dos peregrinos cristãos que demandavam os lugares onde nascera o cristianismo...
ResponderEliminarE, sim, foi esta a Ordem que, em Portugal, deu origem à Ordem de Cristo, que viria a sediar-se em Tomar, no convento que tem a famosa janela manuelina...
As coisas que, neste blogue, ou por causa deste blogue, se podem aprender...sem com isso cansar a cabeça (esta é para a D. Lourdes) porque outros a "cansam" por nós (esta é para a D. Alexandrina, claro). E como saber...não ocupa lugar, pelo menos é o que dizem, venha sempre mais.
José Auzendo