A
mulher, durante muitos séculos, foi considerada um ser
inferior. Platão achava
que a natureza da mulher era inferior à dos homens na capacidade
para a virtude. Viveu de 428 a 347 a.C., mas ainda no século
XIX Frederich
Hegel, filósofo alemão, escreveu: “ A mulher pode ser
educada, mas a sua mente não é adequada às ciências elevadas, à
filosofia e algumas das artes”. Mas foi no século XIX que nasceram
grandes movimentos pelos direitos das mulheres: adquiriu-se o direito
à entrada no mercado de trabalho, redução de horário de trabalho,
o direito de voto e o direito a ser votada.
Em
Portugal, depois da implantação da República em 1911, pela
primeira vez votou uma mulher em Portugal, por uma omissão na Lei: a
sufragista Dr. Carolina
Beatriz Ângelo aproveitando essa lacuna votou, embora
contra a vontade dos Governantes. Recorreu ao Tribunal e ganhou. Já
fiz referência a este facto no blogue,
em Julho de 2012. A lei foi modificada de imediato e ficou bem
definido que só os homens podiam votar. No ano de 1931, foi
autorizado o voto às mulheres desde que tivessem o ensino secundário
completo, numa época em que no povo português e principalmente nas
mulheres havia um elevado grau de analfabetismo.

Só
depois do 25 de Abril, pela Constituição de 1976, a figura do
“Chefe da família” deixou de existir e o homem e a mulher
tornaram-se iguais perante a lei.
A
independência económica da mulher foi um factor importante para a
sua emancipação. Devido ao seu empenho, muitas mulheres têm
formação universitária, nas letras, nas artes e nas ciências,
ocupam cada vez mais um lugar de destaque mas, mesmo assim, ainda
hoje elas têm dificuldade em se impor nos lugares de chefia. Nesta
sociedade onde o homem é ainda quem domina, continuamos a assistir à
preferência em escolher homens para lugares de topo em detrimento
das mulheres, só porque elas são fêmeas e pela sua natureza
engravidam.
Na
política verifica-se que, no tempo vivido em democracia há quase 40
anos, só houve uma mulher
1º. Ministro e só por noventa dias. As listas dos partidos
são maioritariamente masculinas, e teve que uma lei impor
uma percentagem
de mulheres a fazer parte das listas... É triste que isto
tenha de ser definido por lei. Se nas manifestações de protesto
contra o custo de vida, contra o desemprego, contra as injustiças
sociais, as mulheres estão na linha da frente…nos protestos como
nas greves as mulheres juntam a sua voz à dos homens, porquê ter
que haver quotas para serem chamadas a intervir no destino do País?

Maria Alexandrina
Amiga Alexandrina
ResponderEliminarUma vez mais quero felicitá-la pela forma como aborda a evolução da sociedade ao longo dos tempos, àcerca dos direitos (e deveres) da mulher.
Embora muitas situações que sei que existiram, não as tenha sofrido directamente na pele devido à minha vida de "nómada" durante muitos anos, e depois para a transição ainda muito nova de mulher casada, mãe, dona de casa e empregada durante o dia inteiro, o que não me deixava tempo para pensar em coisas que não fossem o meu dia-a-dia, é sempre bom saber a origem e como lutaram as mulheres do passado que iniciaram a longa luta pelos seus direitos, que hoje são os nossos (infelizmente na prática nem sempre é assim...). Esta é a homenagem que lhes podemos fazer: Nunca esquecer os seus nomes, pois se não tivesse sido a sua coragem e audácia, talvez hoje ainda estivéssemos todas a ser subjugadas e maltratadas, camufladas airosamente com a "capinha de fadas do lar"...
Bem haja amiga pela sua coragem em "lembrar" à sociedade um assunto que ainda vai incomodando muita gente ...
Deixo também um agradecimento especial aos professores que sei que colaboram na elaboração e composição destes textos, dando-nos ainda directrizes, para quem quiser e tiver interesse, poder aprofundar mais minuciosamente os assuntos.
A todos deixo o meu abraço de Amizade.
Lourdes.
Lembrar o passado para melhor compreender o presente é um dos nobres objectivos da História. E é isso que este texto faz em relação à evolução dos direitos da Mulher ao longo dos tempos.
ResponderEliminarResta esperar que as gerações actuais, os jovens de hoje, homens e mulheres, prossigam nesta senda da igualização entre todos. Ninguém deverá considerar-se verdadeiramente livre se, ao seu lado, alguém o não for...
Auzendo
A D. Alexandrina “atirou-se” a um tema que, como se costuma dizer: daria pano para mangas…
ResponderEliminarDe facto, muito foi feito, mas muito há ainda a fazer… com os homens sabemos que não podemos contar …, mas as mulheres podiam e deviam, a meu ver, lutar mais pelos seus direitos – até porque sendo em maior número – bastava que tomassem disso consciência, e outro galo cantaria… mas temos tendência para açambarcar as chamadas dores domésticas, tradições essencialmente femininas, e esquecemo-nos que há mais mundo para além de pilotar um fogão… :-)
Mas os sinais da importância da mulher na sociedade já são bem visíveis há que continuá-los, porque foi e ainda é uma luta diária.
Inês