No passado dia 1 efectuou-se uma visita histórica à Igreja de S. Quintino, conduzida pelo professor António do Clube Sénior do Sobral de Monte Agraço, que ministra a disciplina de História. Contámos também com a colaboração da Sr.ª D. Luisa Melícias. Quem também nos acompanhou nesta visita foi a Dr.ª Cláudia.
Gostaria de transmitir de uma maneira sucinta, a história deste património tão valioso mas tão votado ao esquecimento …
Esta Igreja foi mandada erigir por D. Manuel I em 1520, e está considerado como Monumento Nacional desde 1910. Consta que foi construída em cima de outra chamada Santa Maria de Montagraço, mas não há documentação que possa dar-nos certezas. Apenas do lado direito do pórtico, existe a configuração de uma outra porta mais pequena (conforme se pode observar na representação abaixo), o que nos leva a crer que teria sido de um outro monumento anterior. Há quem diga que os documentos existentes sobre a sua construção foram destruídos durante o terramoto. Mas certezas absolutas, ninguém as têm. Se alguma vez os houve, também ninguém sabe.

O culto a S. Quintino veio para Portugal no tempo das Cruzadas, em que numerosos cruzados do Norte de França vieram ajudar os Reis Cristãos na luta contra os mouros. Terão sido esses cavaleiros que trouxeram para Portugal o culto a este Santo. A devoção terá chegado até nós um milénio antes da construção desta igreja. De notar que é o Padroeiro desta freguesia, a única no país com este Padroeiro. Além de outros, foram-lhe atribuídos milagres motivados pelo dom da cura das doenças de hidrofagia, de doenças ligadas à prática da agricultura e também cura da cegueira.

Montagraço, um reguengo régio muito pequeno, foi dado ao arcebispo de Évora por D. Sancho I. Vivia da agricultura com muito pouca gente. Daí não se entender o porquê da necessidade de construir uma igreja tão grande, distanciada da parte central com poucas casas, uma vez que existia a igreja de São Salvador do Mundo e que era a igreja paroquial. É coisa que sempre ficará por esclarecer, uma vez que não existe documentação comprovativa que possa esclarecer todas as dúvidas que se põem.
Ao entrarmos na igreja deparamos com um local rico em paredes cobertas de azulejos dos séculos XVI, XVII e XVIII. À medida que se foram fazendo melhorias e restauros, os azulejos, embora tentando aproximar-se dos originais, iam divergindo. Daí a mistura.

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Lourdes Henriques
Lourdes Henriques
Como já vai sendo habito ...gosto muito da vossa descrição ,conheço a zona e a igeija em tempos...mas só por alto,agora depois da estoria contada e tão bem....apetese mesmo fazer uma vesita mais pormonisada....parabens (bom trabalho)
ResponderEliminarÉ pena não haver, mais indicações quanto há história e o que levou à construção dessa igreja (sem aparente necessidade) deixa-me bastante curioso. Tenho pesquisado informações acerca de S. Quintino, porque tenho o mesmo nome, mas não consigo encontrar muita informação infelizmente, até agora isto foi o melhor que encontrei. Parabéns e continuação de bom trabalho
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