Estávamos
no
ano
de
1975,
vivia-se
em
pleno
a
euforia
de
uma revolução
cujas
armas
tinham
sido
os
cravos
vermelhos:
o
povo
era
quem
mais
ordenava,
e
o
poder
popular
era
palavra
de
ordem.
Assim
nasceram
as
comissões
de
trabalhadores
nas
fábricas
e
as
comissões
de
moradores nas
povoações.
As
comissões
de
moradores
eram
formadas
por
pessoas
residentes
na povoação
e
trabalhavam
no
intuito
de
minimizar
as
carências
das
populações.
E,
com
mais
ou
menos
sucesso,
algumas
obras
ficaram
feitas!
Vi
homens
das
mais
variadas
profissões,
membros
da
Comissão
de Moradores
do
Sobral,
a
cortarem
eucaliptos,
árvores
de
grande
porte, com
uma
motosserra,
e
sem
serem
capazes
de
perceber
para
que
lado
as
árvores
iam
cair.
Felizmente
ninguém
se
magoou.
Vendeu-se
a
madeira
e compraram-se
baloiços
e
escorregas:
graças
ao
trabalho
activo
da Comissão,
nasceu
o
primeiro
parque
infantil
do
Sobral.
Organizaram-se
bailes,
vendeu-se
ferro
velho
que
se
encontrava
abandonado,
e
mais
um
problema
ficou
resolvido:
cadeiras,
mesas
e
estantes
de
tamanho
mínimo
foram
compradas.
Faltavam
o
fogão
e
outros
utensílios
para
a
cozinha,
para
se
aquecerem
as
refeições
das
crianças:
desta
vez
entraram
em
acção
as
mulheres
dos
homens
da
Comissão
e
depressa
tudo
se
resolveu.
Elementos
da
Comissão
de
Moradores,
um
grupo
de
mulheres
e
a
ajuda
de
uma
assistente
social,
que
visitava
a
vila
e
ajudava
nas
suas
carências,
lá
começaram
a
pôr
a
obra
em
marcha:
com
um
terreno
oferecido
pela
Câmara
Municipal
e
o
projecto
elaborado
gratuitamente
por
um
arquitecto
da
Terra,
com
idas
constantes
a
Lisboa,
de
Ministério
em
Ministério,
conseguiram-se
subsídios
e
a
obra
foi
planeada
e
construída.
E
assim
nasceu
o
novo
Jardim
de
Infância,
a
que
foi
dado
o
nome
de
Associação
Popular
de
Sobral
de
Monte
Agraço.
Maria
Alexandrina
Reto
Ajudaste-me a recordar como tudo começou na Associação Popular. Aquelas fotos Alexandrina lembram-me de como as pessoas eram na altura e vêm-me à memoria alguem da familia que já perdi. É bom recordar! Apenas um ligeiro reparo, a Casa Paroquial não estava devoluta, morava lá, no 1º andar, um sacerdote velhinho, da mesma ordem - Agostinhos - que se incomodava muito, na sua idade e doença, com o barulho que as crianças faziam cá em baixo. Como se fosse possivel fazer calar os "passarinhos"!
ResponderEliminarObrigada por me lembrares tudo isso.
Beijinhos,
Mimi.
21/05/2
á um ditado antigo.
ResponderEliminarA união faz a força. E assim que tem de continuar.
Foi bom recordar. Lá está na foto o meu irmão António Manuel que já partiu há vários anos. Foi o meu filho Afonso o único que já
ResponderEliminarteve a oportunidade de frequentar o Jardim Escola. Uma Homenagem para a sua educadora que também já partiu, aliás bem cedo nos deixou.
Vá lá M. Alexandrina como tens boa memória e boas ideias recorda
a Banda do Sobral.
O meu marido costumava contar que saiu na banda num 1º. de Dezembro e como não era capaz de tocar e andar ao mesmo tempo
e maestro sugeriu que ele tapasse o instrumento e lá foi a fazer
número.
Há muitas anedotas sobre a banda.
Manuela
Minhas amigas:
ResponderEliminarRealmente as memórias são minhas, mas as outras pessoas se deve a apresentação do texto.
Ao Sr. Afonso agradeço a escolha e a forma inteligente como dispôs as fotos. Gostei de que a Comissão de Moradores e o Presidente da Câmara da altura tenham tido a possibilidade de serem lembrados, tantos anos depois. Alguns já não estão entre nós.E com tantos garotos, mostra quanto urgente eram as obras que foram efectuadas.
Para o Sr. Auzendo e mais uma vez o meu agradecimento pela sua ajuda na revisão do texto e por todo o apoio que me tem dado.
Como o anónimo disse a união faz a força e eu direi: O seu a seu dono...
Maria Alexandrina
Boa tarde amiga Alexandrina
ResponderEliminarObrigada por mais este depoimento que nos dá a conhecer esta história tão apregoada "O Sobral já tem um Parque Infantil". E ainda por cima ilustrada com fotografias da época. Principalmente para pessoas que, como eu, caí aqui de pára-quedas por afinidade, é sempre bom ir sabendo as histórias desta terra maravilhosa que adoptei como minha, para passar o resto da vida. Só com testemunhos como os seus ou outros de pessoas que tenham igualmente outras histórias guardadas "no armário", é que a História continua. É o Património Cultural que se deve preservar e são pessoas como a senhora, que têm na sua posse esses dados para serem transmitidos aos forasteiros e gerações vindouras, que não os devem ignorar e deixar morrer. Não deixem acabar este Património tão rico de acontecimentos. Isto é que é a verdadeira História Patrimonial. Bem-haja.
Um beijinho da
Lourdes.
Fiz parte, durante anos, da Comissão de Moradores da Póvoa de Santo Adrião, então Concelho de Loures, e conheço, por isso, as dificuldades, as incompreensões que tivemos. E sei como foi frustrante não conseguir, lá, fazer "qualquer coisa que se visse" e, acima de tudo, que perdurasse.
ResponderEliminarRegozijo-me por saber que cá, no Sobral, as coisas foram diferentes. Quando pelo Natal entrei pela primeira vez no Jardim-Escola, para cantar (em grupo) para os alunos, não suspeitava das suas origens. Nem todos trabalharam "em vão", alguns conseguiram concretizar um bocadinho de Abril. É bom que estas "coisas" fiquem registadas e, especialmente, que o sejam por quem as viveu.
Já agora, foi bom, também, que a Manuela (Leandro) tenha lembrado a Banda Filarmónica, de que se ouve falar...Queremos a Banda, venha a Banda e o seu "falado" acidente: que tal uma "vaquinha" entre a D.Alexandrina e o Sr. Mota Luis? Vamos a isso?
José auzendo